ANDRADE, Carlos Drummond - A Rosa do Povo.pdf - Colégio Dom ...

Recommendations

Info

E pergunto teu segredo. Não respondes. Não o tinhas. Realmente não o tinhas, me enganavas? Então aquele maravilhoso poder de abrir garrafas sem [saca-rolha, de desatar nós, atravessar rios a cavalo, assistir, sem chorar, [morte de filho, expulsar assombrações apenas com teu passo duro, o gado que sumia e voltava, embora a peste varresse as [fazendas, o domínio total sobre irmãos, tios, primos, camaradas» [caixeiros, [fiscais do governo, beatas, padres, médicos, [mendigos, loucos mansos, loucos agitados, [animais, coisas: então não era segredo? E tu que me dizes tanto disso não me contas nada. Perdoa a longa conversa. Palavras tão poucas, antes! É certo que intimidavas. Guardavas talvez o amor em tripla cerca de espinhos. Já não precisas guardá-lo. No escuro em que fazes anos, no escuro, é permitido sorrir.
RUA DA MADRUGADA A chuva pingando desenterrou meu pai. Nunca o imaginara assim sepultado ao peso dos bondes em rua de asfalto, Palmeiras gigantes balouçando na praia e uma voz de sono a alisar-me o cabelo de onde escorrem músicas, dinheiro perdido, confissões exaustas, fichas, copos, pérolas
Page 2 and 3:
A rosa do povo despetala-se, ou ain
Page 4 and 5:
OBRAS DO AUTOR NA RECORD Prosa CONT
Page 6 and 7:
Andrade, Carlos Drummond de, 1902-1
Page 8 and 9:
Campo, Chinês e Sono 65 Episódio
Page 10 and 11:
sua mais límpida elegia. Bebo em M
Page 12 and 13:
PROCURA DA POESIA Não faças verso
Page 14 and 15:
Tem paciência, se obscuros. Calma,
Page 16 and 17:
Em vão me tento explicar, os muros
Page 18 and 19:
Carrego comigo há dezenas de anos
Page 20 and 21:
A boca experiente saúda os amigos.
Page 22 and 23:
Não sei o que seja. Eu não a esco
Page 24 and 25:
É a hora do descanso, mas o descan
Page 26 and 27:
Somos apenas uns homens e a naturez
Page 28 and 29:
eles povoam a cidade. Depois da cid
Page 30 and 31:
Visito os fatos, não te encontro.
Page 32 and 33:
o incesto, a bênção, a partida,
Page 34 and 35:
Lentamente os escritórios se recup
Page 36 and 37:
VII Ou não se salva, e é o mesmo.
Page 38 and 39:
PASSAGEM DO ANO O último dia do an
Page 40 and 41:
A boca está comendo vida. A boca e
Page 42 and 43:
É noite na roça grande. É noite,
Page 44 and 45:
assistes ao dia perseverar no cânc
Page 46 and 47:
otina, tu vives tu vives, mas trist
Page 48 and 49:
Nos áureos tempos a rua era tanta.
Page 50 and 51:
e de mao em mão um papel circula e
Page 52 and 53:
Vi moças gritando numa tempestade.
Page 54 and 55:
demandando corpos que em gás se pe
Page 56 and 57:
Um inseto cava cava sem alarme perf
Page 58 and 59:
Até hoje perplexo ante o que murch
Page 60 and 61:
FRAGILIDADE Este verso, apenas um a
Page 62 and 63:
eu me sinto bem e aí me sepulto pa
Page 64 and 65:
Mas a vida: captada em sua forma ir
Page 66 and 67:
Debruça-te no ouvido, ouve o murm
Page 68 and 69:
Seguro teus chifres: eis-me transpo
Page 70 and 71:
Onde é tudo belo e fantástico, s
Page 72 and 73:
que deposite flores sobre o retrato
Page 74 and 75:
MOVIMENTO DA ESPADA Estamos quites,
Page 76 and 77:
No quarto de hotel a mala se abre:
Page 78 and 79:
ANUNCIO DA ROSA Imenso trabalho nos
Page 80 and 81:
EDIFÍCIO SÃO BORJA Cólica premon
Page 82 and 83:
Imolação das venezas as terras di
Page 84 and 85:
OMITO Sequer conheço Fulana, vejo
Page 86 and 87:
tal como é eu deve ser: branca, in
Page 88 and 89:
Esse insuportável riso de Fulana d
Page 90 and 91: Mas, se tentasse construir outra Fu
Page 92 and 93: RESÍDUO De tudo ficou um pouco. Do
Page 94 and 95: um pouco de mim algures? na consoan
Page 96 and 97: CASO DO VESTIDO Nossa mie, o que é
Page 98 and 99: Dava apólice, fazenda, dava carro,
Page 100 and 101: Fiquei fora de perigo, fiquei de ca
Page 102 and 103: Olhei para a cara dela, quede os ol
Page 104 and 105: O ELEFANTE Fabrico um elefante de m
Page 106 and 107: se arrisque a desabar ao mais leve
Page 108 and 109: Há pouco leite no país, é precis
Page 110 and 111: Meu leiteiro tão sutil, de passo m
Page 112 and 113: NOITE NA REPARTIÇÃO O OFICIAL ADM
Page 114 and 115: A PORTA: De tanto abrir e fechar pe
Page 116 and 117: ATRACA: Que burro. OS ÁLCOOIS: Sua
Page 118 and 119: depositá-los na mesa da direita, s
Page 120 and 121: MORTE NO AVIÃO Acordo para a morte
Page 122 and 123: Comprometo-me ao extremo, combino e
Page 124 and 125: um tubo de frio roça meus ouvidos,
Page 126 and 127: nada resolve: mas tudo se resolveu
Page 128 and 129: CONSOLO NA PRAIA Vamos, não chores
Page 130 and 131: RETRATO DE FAMÍLIA Este retrato de
Page 132 and 133: A casa tem muitas gavetas e papéis
Page 134 and 135: A boneca partida antes de brincada,
Page 136 and 137: Usura da pedra em lento solilóquio
Page 138 and 139: Em verdade paraste de fazer anos. N
Page 142 and 143: Sabê-lo exposto a esse bafo úmido
Page 144 and 145: IDADE MADURA As lições da infânc
Page 146 and 147: além dos desertos onde passam trop
Page 148 and 149: VERSOS À BOCA DA NOITE Sinto que o
Page 150 and 151: E depois das memórias vem o tempo
Page 152 and 153: Será outro país? O governo o pilh
Page 154 and 155: Vejo-te no escuro, cidade enigmáti
Page 156 and 157: Lembro alguns homens que me acompan
Page 158 and 159: cheirando o futuro. Os dois se repa
Page 160 and 161: — esse homem silencioso, na últi
Page 162 and 163: que se ouvirá no Amazonas, na cho
Page 164 and 165: Fomos encontrá-lo em ti, cidade de
Page 166 and 167: TELEGRAMA DE MOSCOU Pedra por pedra
Page 168 and 169: Já não distinguirei na voz do ven
Page 170 and 171: Ele caminhará nas avenidas, entrar
Page 172 and 173: Meus olhos são pequenos para ver a
Page 174 and 175: Meus olhos são pequenos para ver p
Page 176 and 177: COM O RUSSO EM BERLIM Esperei (tant
Page 178 and 179: Essa batalha no ar, que me traspass
Page 180 and 181: Bem a conheces, tua mesa. Cartas, a
Page 182 and 183: ONDE HÁ POUCO FALÁVAMOS É um ant
Page 184 and 185: Mas a casa é um amor. Que paz nos
Page 186 and 187: Que a terra há de comer. Mas não
Page 188 and 189: E de olhar esta folha, se cai. Na q
Page 190 and 191:
Este tempo, e não outro, sature a
Page 192 and 193:
II No chão me deito à maneira dos
Page 194 and 195:
a voz que vem do Nordeste, os fetic
Page 196 and 197:
CANTO AO HOMEM DO POVO CHARLIE CHAP
Page 198 and 199:
Falam por mim os que estavam sujos
Page 200 and 201:
e vamos contigo arrebentar vidraça
Page 202 and 203:
Ser tão sozinho em meio a tantos o
Page 204 and 205:
o tempo anda. És vidraceiro. Varre
Page 206 and 207:
DRUMMOND VIDA E OBRA
Page 208 and 209:
desenhos de LuizTrimano, 1981 — R
Page 210 and 211:
V — OBRAS EM COLABORAÇÃO 1962 Q
Page 212 and 213:
de seus livros. 1943. É publicada
Page 214:
Ziraldo). Edição inglesa de The m
show all

ANDRADE, Carlos Drummond - A Rosa do Povo.pdf - Colégio Dom ...

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?