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ANDRADE, Carlos Drummond - A Rosa do Povo.pdf - Colégio Dom ...

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Símbolos obscuros se multiplicam.<br />

Guerra, verdade, flores?<br />

Dos laboratórios platônicos mobiliza<strong>do</strong>s<br />

vem um sopro que cresta as faces<br />

ç dissipa, na praia, as palavras.<br />

A escuridão estende-se mas não elimina<br />

o sucedâneo da estrela nas mãos.<br />

Certas partes de nós como brilham! São unhas,<br />

anéis, pérolas, cigarros, lanternas,<br />

são partes mais íntimas,<br />

a pulsação, o ofego,<br />

e o ar da noite é o estritamente necessário<br />

para continuar, e continuamos.<br />

///<br />

E continuamos. É tempo de muletas.<br />

Tempo de mortos fala<strong>do</strong>res<br />

e velhas paralíticas, nostálgicas de baila<strong>do</strong>,<br />

mas ainda é tempo de viver e contar.<br />

Certas histórias não se perderam.<br />

Conheço bem esta casa,<br />

pela direita entra-se, pela esquerda sobe-se,<br />

a sala grande conduz a quartos terríveis,<br />

como o <strong>do</strong> enterro que não foi feito, <strong>do</strong> corpo esqueci<strong>do</strong> na<br />

[mesa.<br />

conduz à copa de frutas ácidas,<br />

ao claro jardim central, á água<br />

que goteja e segreda

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