Revista Frutas e derivados - Edição 05 - Ibraf
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FOTOS NICEBERRY<br />
safra, quando os preços caem, elas ficam mais acessíveis<br />
também às classes B, C e D”, observa. Ele<br />
lembra que a amora é a que apresenta maior produção<br />
e preço mais reduzido, principalmente no<br />
pico da safra. Segundo Zanardi, as frutas finas são<br />
muito sensíveis, apresentando bastante dificuldade<br />
de manuseio. Isso faz que o preço do mirtilo, por<br />
exemplo, seja muito alto, tornando praticamente<br />
impossível consumi-lo fresco. No geral, essa fruta<br />
é comercializada congelada, sob a forma de polpa<br />
ou utilizada no preparo de doces e geléias.<br />
Outra fruta difícil de ser comercializada fresca,<br />
na opinião de Zanardi, é a framboesa. “É muito sensível<br />
para ser comercializada fresca, exige cuidados<br />
na colheita e na pós-colheita, além de uma estrutura<br />
muito boa de armazenagem e refrigeração”, explica.<br />
Já a pitaya, embora seja uma fruta nova no<br />
mercado, tem tido o consumo aumentado aos poucos,<br />
mas os preços ainda estão elevados. “Se aumentar<br />
a produção, a tendência é o preço cair e o<br />
consumo ampliar”, analisa. Enquanto isso, para a<br />
physalis, a demanda é reprimida, por ser uma fruta<br />
pouco divulgada e pouco conhecida. “A venda é<br />
quase irrisória. O consumo tem aumentado, porém<br />
de forma insignificante.”<br />
EXCLUSIVO<br />
A empresa Irmãos Benassi é distribuidora de frutas<br />
finas para o Brasil da italiana Italbras, com sede<br />
em Vacaria/RS. São Paulo responde pelo maior consumo<br />
dessas frutas, por uma questão de logística.<br />
Na safra, a empresa recebe remessas de frutas diariamente.<br />
Agora, porém, com a colheita chegando<br />
ao fim, o recebimento ocorre apenas duas vezes<br />
por semana. Para Zanardi, a forma de tornar<br />
essas frutas acessíveis ao consumidor brasileiro é<br />
reduzir o valor agregado, o que ele considera difícil,<br />
por causa do alto custo de produção e da alta<br />
exigência em mão-de-obra. “Daí a preferência por<br />
congelar a fruta”, observa. “Um quilo de framboe-<br />
sa vale mais do que o quilo de filé mignon”, compara,<br />
lembrando que, atualmente, na Ceasa, o quilo<br />
chega a R$ 35,00, o mesmo vale para a physalis.<br />
Enquanto isso, o preço do quilo da amora é R$<br />
30,00, atualmente, e, na safra, R$ 10,00; e da<br />
pitaya, R$ 10,00.<br />
Há algumas frutas, porém, as quais o Brasil importa<br />
praticamente toda a necessidade de consumo.<br />
É o caso da cereja e da pêra, porque o clima<br />
não favorece o cultivo. Zanardi afirma que há testes<br />
em andamento, mas ainda não foram encontradas<br />
variedades que se adaptem ao nosso clima, até<br />
porque muitas delas precisam de muito frio. O Brasil<br />
produz uma ou outra variedade de pêra, mas, para<br />
atender à demanda, importa a fruta dos Estados<br />
Unidos, Chile, Espanha, Argentina, Itália e Portugal.<br />
“É uma fruta produzida e importada em escala,<br />
portanto, de preço barato”, diz Zanardi.<br />
INCENTIVO<br />
Há três anos, a Nice Berry, empresa do Grupo<br />
Hathor, está incentivando o cultivo de frutas finas<br />
no Brasil. Possui pomares de physalis, blue berry<br />
(mirtilo), framboesa e amora nos municípios<br />
catarinenses de Itá e Bom Retiro, e nas cidades argentinas<br />
de Santa Isabel e Concórdia. Segundo Débora<br />
Schäfer, responsável pela área de Marketing<br />
de empresa, os 22 hectares cultivados no País com<br />
frutas finas produzem 60 toneladas, sendo a maior<br />
produção de amora e framboesa, cuja colheita se<br />
concentra de outubro a janeiro, com exceção do<br />
physalis, que produz o ano todo, cerca de 17 toneladas.<br />
Na Argentina, onde a produção é maior,<br />
90% da colheita é exportada para os Estados<br />
Unidos e a Europa. Débora diz que o maior mercado<br />
de frutas finas é São Paulo, mas a idéia é trabalhar<br />
o Brasil como um todo. “O consumidor brasileiro<br />
aprecia frutas e acreditamos que a divulgação<br />
das propriedades e do sabor das frutas finas vai<br />
aumentar a demanda e, ao mesmo tempo, baixar<br />
Physalis e mirtilo têm<br />
alto valor agregado e<br />
são acessíveis apenas<br />
aos consumidores de<br />
maior poder aquisitivo.<br />
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