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Revista Frutas e derivados - Edição 05 - Ibraf

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34<br />

MEIO AMBIENTE<br />

FOTOS ABPM<br />

se informado sobre os perigos da introdução de pragas<br />

exóticas. As importações de material vegetal para<br />

enxertia ou mudas devem obedecer rigorosamente às<br />

instruções normativas estabelecidas pelo Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).”<br />

A pesquisadora chama a atenção para o momento<br />

da compra de mudas. “Em caso da praga já se<br />

encontrar em determinadas regiões, os produtores<br />

não devem adquirir material vegetal proveniente<br />

dessas áreas infestadas, sem a devida quarentena.”<br />

Ela lembra que “as opções de utilização de cultivares<br />

resistentes são desfavoráveis ao estabelecimento<br />

de pragas e doenças e as substituições de portaenxertos<br />

suscetíveis pelos resistentes são importantes<br />

meios de evitar doenças. Para Olinda, “o diagnóstico<br />

rápido de pragas e doenças ajuda na tomada de decisões<br />

para erradicação e controle, antes de sua dispersão.<br />

Existem mapas de zonas de risco, zoneamento<br />

agroclimático, acoplados a modelos de simulação que<br />

podem ser úteis para indicar as áreas geográficas de<br />

maior probabilidade de ocorrência de doenças”.<br />

CONVIVENDO COM INIMIGOS<br />

A exportação enfrenta exigências e restrições<br />

rigorosas dos importadores para frutas in natura e<br />

industrializadas. Os fruticultores têm aprimorado<br />

sistemas de produção e estabelecido regras para<br />

garantir a sanidade e qualidade das frutas frente a<br />

bioinvasores. “Haja vista a organização dos produtores<br />

de maçã, que fez do país um exportador,”<br />

observa Olinda. A organização dos pomicultores<br />

inclui ações no campo e na cidade com o desenvolvimento,<br />

inclusive, de campanhas de erradicação,<br />

como a da cidade de Lages/SC. Lá, folhetos ensinam<br />

a população a substituir fruteiras hospedeiras<br />

da mariposa e alertam para o perigo da praga para<br />

a fruticultura do Sul, hoje sob controle.<br />

Em 1998, constatou-se a ocorrência da Sigatoka<br />

Negra, causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis var.<br />

difformis, em plantios de banana no Amazonas e Acre.<br />

O fungo, originário da República de Fiji (Ásia), causa<br />

prejuízos em Rondônia, Mato Grosso e outras regiões<br />

produtoras. Para controlá-lo, Olinda sugere “a inspeção,<br />

o treinamento de técnicos para reconhecer os<br />

sintomas da doença, o controle cultural, os cuidados<br />

na aquisição e no transporte de mudas como medidas<br />

que auxiliam para que não atinja outros Estados. Ela<br />

destaca ainda a seleção de variedades resistentes feita<br />

pela pesquisa, mas, em sua opinião, “é um entrave<br />

impactante, pois as desenvolvidas atualmente não<br />

atendem o mercado consumidor”.<br />

Na citricultura, Olinda relata a ocorrência da mosca<br />

negra dos citros (Aleurocanthus woglumi), detectada<br />

no Pará em 2001, vinda do sudoeste da Ásia. Já dispersa<br />

em cinco Estados da região Norte, é praga<br />

quarentenária A2, sob controle oficial. Outra doença<br />

introduzida da China, é o Greening ou Huanglongbing,<br />

cujo vetor é a bactéria Candidatus Liberibacter. “Em<br />

todos os casos, na maioria das vezes, recorre-se ao<br />

controle químico das pragas e doenças. Além do alto<br />

custo dos agroquímicos, salientam-se os efeitos indesejáveis<br />

destes no meio ambiente, na saúde humana e<br />

animal”, observa a pesquisadora.<br />

De acordo com Vilarinho, “muitos organismos apresentam<br />

uma evolução lenta de crescimento e podem<br />

passar despercebidos por horas ou dias. É importante<br />

lembrar que os que atacam plantas e animais não atuam<br />

sobre os seres humanos, podendo, portanto, ser<br />

facilmente transportados junto ao corpo, em maletas<br />

ou malas”. Para a pesquisadora, “a segurança de áreas<br />

importantes de produção agrícola deve ser levada em<br />

consideração em qualquer país que depende do<br />

agronegócio. No Brasil, segundo ela, são considerados<br />

produtos de risco a soja, as frutas, a carne e seus <strong>derivados</strong><br />

e todos os outros itens que compõem a pauta<br />

de exportação agrícola do mercado brasileiro”.<br />

A bioinvasora Cydia Pomonella, sob controle, é resultado da união dos pomicultores.

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