Revista Frutas e derivados - Edição 05 - Ibraf
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MEIO AMBIENTE<br />
FOTOS ABPM<br />
se informado sobre os perigos da introdução de pragas<br />
exóticas. As importações de material vegetal para<br />
enxertia ou mudas devem obedecer rigorosamente às<br />
instruções normativas estabelecidas pelo Ministério da<br />
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).”<br />
A pesquisadora chama a atenção para o momento<br />
da compra de mudas. “Em caso da praga já se<br />
encontrar em determinadas regiões, os produtores<br />
não devem adquirir material vegetal proveniente<br />
dessas áreas infestadas, sem a devida quarentena.”<br />
Ela lembra que “as opções de utilização de cultivares<br />
resistentes são desfavoráveis ao estabelecimento<br />
de pragas e doenças e as substituições de portaenxertos<br />
suscetíveis pelos resistentes são importantes<br />
meios de evitar doenças. Para Olinda, “o diagnóstico<br />
rápido de pragas e doenças ajuda na tomada de decisões<br />
para erradicação e controle, antes de sua dispersão.<br />
Existem mapas de zonas de risco, zoneamento<br />
agroclimático, acoplados a modelos de simulação que<br />
podem ser úteis para indicar as áreas geográficas de<br />
maior probabilidade de ocorrência de doenças”.<br />
CONVIVENDO COM INIMIGOS<br />
A exportação enfrenta exigências e restrições<br />
rigorosas dos importadores para frutas in natura e<br />
industrializadas. Os fruticultores têm aprimorado<br />
sistemas de produção e estabelecido regras para<br />
garantir a sanidade e qualidade das frutas frente a<br />
bioinvasores. “Haja vista a organização dos produtores<br />
de maçã, que fez do país um exportador,”<br />
observa Olinda. A organização dos pomicultores<br />
inclui ações no campo e na cidade com o desenvolvimento,<br />
inclusive, de campanhas de erradicação,<br />
como a da cidade de Lages/SC. Lá, folhetos ensinam<br />
a população a substituir fruteiras hospedeiras<br />
da mariposa e alertam para o perigo da praga para<br />
a fruticultura do Sul, hoje sob controle.<br />
Em 1998, constatou-se a ocorrência da Sigatoka<br />
Negra, causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis var.<br />
difformis, em plantios de banana no Amazonas e Acre.<br />
O fungo, originário da República de Fiji (Ásia), causa<br />
prejuízos em Rondônia, Mato Grosso e outras regiões<br />
produtoras. Para controlá-lo, Olinda sugere “a inspeção,<br />
o treinamento de técnicos para reconhecer os<br />
sintomas da doença, o controle cultural, os cuidados<br />
na aquisição e no transporte de mudas como medidas<br />
que auxiliam para que não atinja outros Estados. Ela<br />
destaca ainda a seleção de variedades resistentes feita<br />
pela pesquisa, mas, em sua opinião, “é um entrave<br />
impactante, pois as desenvolvidas atualmente não<br />
atendem o mercado consumidor”.<br />
Na citricultura, Olinda relata a ocorrência da mosca<br />
negra dos citros (Aleurocanthus woglumi), detectada<br />
no Pará em 2001, vinda do sudoeste da Ásia. Já dispersa<br />
em cinco Estados da região Norte, é praga<br />
quarentenária A2, sob controle oficial. Outra doença<br />
introduzida da China, é o Greening ou Huanglongbing,<br />
cujo vetor é a bactéria Candidatus Liberibacter. “Em<br />
todos os casos, na maioria das vezes, recorre-se ao<br />
controle químico das pragas e doenças. Além do alto<br />
custo dos agroquímicos, salientam-se os efeitos indesejáveis<br />
destes no meio ambiente, na saúde humana e<br />
animal”, observa a pesquisadora.<br />
De acordo com Vilarinho, “muitos organismos apresentam<br />
uma evolução lenta de crescimento e podem<br />
passar despercebidos por horas ou dias. É importante<br />
lembrar que os que atacam plantas e animais não atuam<br />
sobre os seres humanos, podendo, portanto, ser<br />
facilmente transportados junto ao corpo, em maletas<br />
ou malas”. Para a pesquisadora, “a segurança de áreas<br />
importantes de produção agrícola deve ser levada em<br />
consideração em qualquer país que depende do<br />
agronegócio. No Brasil, segundo ela, são considerados<br />
produtos de risco a soja, as frutas, a carne e seus <strong>derivados</strong><br />
e todos os outros itens que compõem a pauta<br />
de exportação agrícola do mercado brasileiro”.<br />
A bioinvasora Cydia Pomonella, sob controle, é resultado da união dos pomicultores.