Revista Frutas e derivados - Edição 05 - Ibraf
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Mosca-da-Carambola<br />
A mosca-da-carambola, Bactrocera carambolae, foi detectada em<br />
fevereiro na divisa do Pará e Amapá, saindo da região do Oiapoque/<br />
AP, onde foi identificada há 10 anos. Considerando o risco para a<br />
economia brasileira, a Superintendência Federal da Agricultura,<br />
Pecuária e Abastecimento do Pará publicou, em fevereiro, no Diário<br />
Oficial da União, a proibição da saída de frutas frescas de<br />
espécies hospedeiras da praga, em especial carambola, jambo,<br />
goiaba e acerola, do distrito de Monte Dourado, município de<br />
Almerin/PA, para quaisquer outras áreas onde não ocorra a praga.<br />
Os prejuízos causados, caso seja disseminada, vão desde perdas na<br />
produção, contaminação ambiental até a proibição de exportação<br />
de frutas. O diretor da Associação Brasileira das Empresas de Tratamento<br />
Fitossanitário e Quarentenário (Abrafit), João Luiz Duarte<br />
Alvarez, alerta: “se não houver inspeção de 100% das cargas que<br />
entram no País, o risco da introdução de novas pragas tão nocivas<br />
quanto essa é enorme”.<br />
A mosca-da-carambola entrou no Brasil vinda do Suriname, mas<br />
sua origem é a Indonésia. “É uma praga muito séria, pois ataca os<br />
frutos nos primeiros estágios de formação, tornando sem efeito o<br />
controle por meio de ensacamento, feito quando as frutas estão<br />
maiores”, comenta a pesquisadora Maria Regina Vilarinho. Ela ressalta<br />
que “os resultados da pesquisa apontam que a goiaba é o<br />
hospedeiro preferencial, no Amapá, quando se compara com a<br />
carambola, tornando ainda mais sério o problema, já que a goiabeira<br />
pode ser encontrada em quintais nas cidades brasileiras. De<br />
acordo com estudos de<br />
pesquisadores brasileiros,<br />
além das perdas<br />
no campo, a interrupção<br />
das exportações de<br />
frutas frescas, causada<br />
pela presença da<br />
mosca, pode levar o<br />
Brasil a prejuízos de<br />
US$60 milhões, apenas no primeiro ano de dispersão da praga,<br />
caso ela se estabeleça em áreas de produção de goiaba, carambola,<br />
manga, acerola, citros, banana, etc”. A praga ainda não se difundiu<br />
pelo País devido à ação do Programa de Erradicação da mosca-da-carambola,<br />
sob coordenação do Ministério da Agricultura.<br />
No final de 2006, o programa ganhou uma rede de pesquisa de<br />
apoio, a ser conduzida pela Embrapa Amapá, para avaliar riscos<br />
de difusão e impactos na exportação de frutas. O coordenador,<br />
Ricardo Adaime, explica que “durante os três anos do projeto<br />
haverá palestras sobre a mosca-da-carambola. Como se trata de<br />
uma rede regional, haverá campanhas de educação fitossanitária<br />
nos Estados do Amapá, Pará, Acre, Amazonas, Maranhão, Rondônia,<br />
Roraima e Tocantins”.<br />
Mais informações sobre a mosca-da-carambola podem ser obtidas<br />
pelo telefone (11) 5668-7444 ou www.abrafit.org.br.<br />
WILSON RODRIGUES DA SILVA<br />
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