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Revista Frutas e derivados - Edição 05 - Ibraf

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PROGRAMA<br />

BRASILEIRO<br />

Atualmente, o Brasil tem 40,4<br />

mil hectares de frutas cultivados<br />

dentro do programa Produção Integrada<br />

de <strong>Frutas</strong> (PIF), cerca de<br />

cinco mil hectares a mais do que<br />

20<strong>05</strong>. O PIF tem como meta a produção<br />

de frutas de qualidade, de<br />

maneira segura para alimentação,<br />

sem resíduos danosos à saúde humana.<br />

Desta maneira, as frutas são<br />

produzidas sem insumos poluentes,<br />

com monitoramento dos procedimentos<br />

e rastreabilidade do campo<br />

à mesa do consumidor, em<br />

condições socialmente e ecologicamente<br />

justas e sustentáveis.<br />

Instrução Normativa, publicada<br />

em outubro de 2006 pelo Mapa,<br />

criou novas regras para a exportação<br />

de frutas. Segundo a medida,<br />

os produtores devem fazer<br />

parte do Plano Nacional de Segurança<br />

e Qualidade dos Produtos<br />

de Origem Vegetal (PNSQV),<br />

do Mapa. De acordo com o coordenador-geral<br />

do Sistema de Produção<br />

Integrada e Rastreabilidade<br />

do Mapa, José Rosalvo<br />

Andrigueto, além de garantir a<br />

qualidade dos alimentos, o programa<br />

tem a preocupação de produzir<br />

sem agredir o ambiente. “É<br />

uma melhoria do processo produtivo<br />

para se obter um alimento<br />

seguro, que não tenha contaminações.<br />

O sistema também é<br />

econômico, pois reduz o custo da<br />

produção ao usar menos<br />

agrotóxicos e fertilizantes.”<br />

LIVRO DE CAMPO<br />

Há três anos, a Daros-BR, de<br />

Mogi Mirim (SP), iniciou as exportações<br />

de papaia, limão, mamão<br />

formosa, figo, goiaba, manga,<br />

banana e abacaxi para a Europa.<br />

Na época, apenas um dos<br />

produtores que entrega frutas<br />

tinha o pomar certificado com o<br />

EurepGap. Segundo o diretor da<br />

empresa, Marcio Eduardo Bertin,<br />

nesse período, muitos conseguiram<br />

o selo, outros, porém, estão<br />

em fase de validação. Embora o selo<br />

não signifique valor agregado, mas<br />

apenas o atendimento a uma barreira,<br />

Bertim garante que o mesmo<br />

favorece a conscientização no meio<br />

em que a pessoa trabalha. “O produtor<br />

visualiza problemas que ele<br />

não percebia anteriormente,<br />

como, por exemplo, o uso de defensivos”,<br />

afirma e acrescenta que<br />

a empresa recebe frutas da região<br />

e de outros Estados, de produtores<br />

e packing houses certificados<br />

ou em validação.<br />

A Andrad Sun Farms, também de<br />

Mogi Mirim, tem o EurepGap e o<br />

selo orgânico americano NOP. A<br />

certificação orgânica foi conquistada<br />

há sete anos e segundo a gerente<br />

comercial e administradora<br />

da empresa, Aline Fátima Andrade<br />

Rosai, a principal mudança foi a<br />

adoção dos procedimentos de descrição<br />

de tudo que é realizado na<br />

lavoura, até porque a propriedade<br />

já não utilizava defensivos químicos.<br />

“Depois do selo, começamos a<br />

anotar e a descrever no livro de campo<br />

o dia-a-dia do sítio; os funcionários<br />

foram treinados para não cometer<br />

erros no manuseio de produtos<br />

autorizados pelo protocolo e<br />

passamos a fazer a rastreabilidade<br />

do pomar”, enumera.<br />

A Sun Farm vende a produção para<br />

empresas parceiras que fazem o<br />

processamento de suco e do óleo<br />

de limão orgânico, exportados<br />

para os Estados Unidos e, em pequena<br />

quantidade, para a Europa.<br />

No entanto, não consegue vender<br />

a fruta in natura, como orgânica,<br />

para o mercado europeu, por causa<br />

do banho de hipoclorito de<br />

sódio, que é uma barreira para<br />

aquele mercado. “Exportamos<br />

limão orgânico como convencional<br />

para a Europa.” Segundo Aline,<br />

as principais adaptações da<br />

propriedade para atender ao<br />

EurepGap foram a construção de<br />

sanitários e de depósito de defensivos;<br />

a adequação do packing<br />

house; o plantio de cercas-vivas;<br />

a realização periódica de análises<br />

de resíduos; o treinamento<br />

da equipe de trabalho e a<br />

implementação de uso de EPI.<br />

“Com o selo, não conseguimos<br />

vantagem com relação aos preços,<br />

mas ajudou bastante no cotidiano<br />

da propriedade. Além de<br />

reduzir custos, melhorou a qualidade<br />

da fruta.”<br />

CARTA DE<br />

CONFORMIDADE<br />

A Associação Paulista dos Produtores<br />

de Caqui (APPC) exporta a<br />

fruta para a Europa desde 2001.<br />

Todos os associados estão em<br />

fase de certificação da produção<br />

como o EurepGap. Segundo o assistente<br />

administrativo da APPC,<br />

Fábio Válio de Camargo, o único<br />

problema é que não há, no País,<br />

uma lista de defensivos autorizados<br />

para a cultura. Por essa<br />

razão, ele afirma que a<br />

certificadora vai dar uma carta<br />

de conformidade, informando sobre<br />

o cumprimento de todos os<br />

itens, com exceção do que trata<br />

de defensivos autorizados.<br />

“O governo precisa ter defensivos<br />

autorizados, afinal, esse é<br />

um dos itens principais do<br />

EurepGap”, afirma o produtor de<br />

caqui, Paulo Shigueru Toyoda, de<br />

Pilar do Sul (SP), que considera<br />

essa a principal dificuldade para<br />

receber o selo para a fruta.<br />

Ele não espera vantagens<br />

econômicas ou de preços com o<br />

selo. “É apenas uma forma de<br />

garantir mercado”, resume o<br />

dono do Sítio Toyoda, que cultiva<br />

caqui há 10 anos. Desde 2004,<br />

exporta a fruta para a Europa,<br />

via APCC, e está adequando a<br />

propriedade às normas EurepGap.<br />

Para ele, as principais mudanças<br />

em função da adequação à certi<br />

ficação são as anotações sobre<br />

defensivos, o uso correto e o respeito<br />

à carência dos produtos.<br />

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