Revista Frutas e derivados - Edição 05 - Ibraf
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AGROINDÚSTRIA<br />
transporte e eliminando problemas sanitários. “A<br />
tecnologia fresh cut permite maior aproveitamento<br />
da produção e agrega valor às frutas”, afirma.<br />
O professor, no entanto, observa que falta uma<br />
legislação sanitária sobre produtos minimamente<br />
processados, que, em sua opinião, deve abranger<br />
produção, colheita, preparo, manipulação,<br />
embalagem e transporte ao mercado e exposição<br />
em balcões para a venda.<br />
REDUÇÃO DE PERDAS<br />
O presidente da Associação Brasileira de Supermercados<br />
(Abras), Sussumu Honda, acredita que<br />
o consumo de frutas minimamente processadas<br />
pode ajudar a reduzir as perdas de frutas. “O Brasil<br />
produz um volume muito grande de frutas, mas<br />
perde muito também. Assim, nesse modelo, quando<br />
você tem operações adequadas, evita-se perdas”,<br />
observa. Na opinião de Honda, o consumo<br />
de frutas minimamente processadas é uma tendência<br />
mundial. “Atende aos requisitos de praticidade e<br />
de racionalização de tempo”, afirma e acrescenta<br />
que o mercado americano é gigantesco. “Lá, o consumidor<br />
tem um bom poder aquisitivo e pode pagar pelo<br />
produto, que tem valor agregado.” Lembra que nos<br />
aeroportos americanos, as frutas minimamente processadas<br />
estão à disposição, para consumo imediato.<br />
“Atende ao apelo de alimento mais saudável e substitui<br />
os fast-foods e outros alimentos processados.”<br />
Processamento mínimo deve seguir<br />
normas rigorosas de higiene e<br />
tecnologia apropriada, para garantir<br />
qualidade e seguridade no consumo.<br />
Ele lembra que nos Estados Unidos, a tecnologia<br />
de frutas minimamente processadas está bastante<br />
avançada. “No caso de maçã, que se oxida rapidamente,<br />
já há tecnologia para impedir o processo”,<br />
conta. Segundo Honda, os supermercados brasileiros<br />
começam a oferecer frutas preparadas - melão,<br />
mamão, melancia, uva, abacaxi, além de salada e<br />
até uma mix de frutas - prontas para consumo. “Nos<br />
grandes centros urbanos do País, isso já começa a<br />
se apresentar como tendência”, diz e lembra que<br />
há outra opção, com menor valor agregado, ideal<br />
para frutas grandes, que são cortadas pela metade,<br />
para atender às famílias menores, o que é uma forma<br />
de evitar o desperdício. O presidente da Abras,<br />
porém, observa que o processamento mínimo requer<br />
EMBRAPA CTAA<br />
uma manipulação cuidadosa. “O produto<br />
é fresco, pronto para consumo e<br />
tem vida de prateleira bastante curta.<br />
Além de cuidado na manipulação e no<br />
ambiente onde se faz o processamento,<br />
a questão de higiene e seguridade é<br />
fundamental”, afirma.<br />
REALIDADE<br />
O consumo de frutas minimamente processadas<br />
não é mais uma tendência futura, mas uma realidade<br />
visível nas gôndolas dos supermercados,<br />
onde as áreas destinadas a esses itens estão cada<br />
vez maiores. A diversificação de produtos é grande,<br />
o volume de produção tem aumentado e o preço<br />
está baixando, analisa Freire Junior, da Embrapa<br />
Agroindústria de Alimentos. Em sua opinião, as frutas<br />
minimamente processadas apresentam a conveniência<br />
de não requerer qualquer preparação significativa<br />
por parte do consumidor, em termos de<br />
seleção, limpeza, lavagem ou cortes. “Além disto, o<br />
valor agregado ao produto, pelo processamento,<br />
aumenta a competitividade e propicia meios alternativos<br />
para a comercialização. O sucesso deste empreendimento<br />
depende do uso de matérias-primas de<br />
alta qualidade, manuseadas e processadas em condições<br />
adequadas de higiene”, explica o pesquisador.<br />
Freire Junior afirma que, atualmente, o consumidor<br />
tem à sua disposição uma boa variedade de<br />
frutas minimamente processadas, tais como abacaxi,<br />
melão, kiwi, melancia, manga, além de salada de<br />
frutas. São vários os tipos de apresentação, em pedaços<br />
pequenos ou em pedaços maiores, de acordo<br />
com as frutas, já prontos para consumo. As frutas<br />
selecionadas são previamente higienizadas,<br />
descascadas, pré-cortadas, embaladas em bandejas<br />
transparentes PET (polietileno tereftalato) e armazenadas<br />
sob refrigeração.<br />
“A proposta é atender à demanda da mulher<br />
moderna que cada vez mais está trabalhando fora”,<br />
afirma. E cita, como principais vantagens do consumo,<br />
a conveniência, a praticidade e a seguridade.<br />
Pesquisador<br />
Murilo Freire,<br />
tecnologia<br />
mantém gosto<br />
original da fruta.