COISA JULGADA - Fadisp
COISA JULGADA - Fadisp
COISA JULGADA - Fadisp
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Celso Neves leciona que a coisa julgada tem dúplice função uma vez que<br />
estabelece a situação jurídica das partes e impede o restabelecimento da mesma<br />
controvérsia em outro feito. 44<br />
Tais funções elencadas evidenciam a aplicação da segurança jurídica como<br />
valor máximo, sem qualquer análise do justo.<br />
1.6. A incidência da coisa julgada<br />
A coisa julgada recai apenas sobre os atos jurisdicionais; ficam excluídos os<br />
administrativos e os normativos. Entretanto, nem todos os atos jurisdicionais são<br />
acobertados pela coisa julgada; apenas os expressamente previstos em lei, pois não<br />
se trata de qualidade inerente a todo ato jurisdicional. Como já mencionado, para<br />
atribuição da autoridade da coisa julgada, o fundamento principal é de natureza<br />
política. O legislador pondera dois valores: a segurança e o ideal de justiça.<br />
É o art. 485 do Código de Processo Civil que estabelece com mais precisão o<br />
âmbito de incidência da coisa julgada material, ao estabelecer a ação rescisória<br />
como via excepcional para desconstituí-la – “sentença de mérito transitada em<br />
julgado.” Vale ressaltar que a Lei de Introdução ao Código Civil vincula a coisa<br />
julgada a toda “decisão judicial de que já não caiba recurso” (art. 6, §3º), porém,<br />
essa definição não é adequada; serve apenas para estabelecer o momento da<br />
formação da coisa julgada. Até mesmo, acaba por confundi-la com a sentença e,<br />
imprecisamente, consignou que a coisa julgada recairia sobre qualquer “sentença”.<br />
Já o art. 467 45 do diploma processual traz o conceito de coisa julgada formal;<br />
refere-se apenas à extinção da relação jurídica processual.<br />
44 NEVES, Celso. Coisa Julgada Civil. São Paulo: RT, 1971. p. 489. “A função da coisa julgada é, pois<br />
dúplice: de um lado define, vinculativamente, a situação jurídica das partes; de outro lado, impede<br />
que se restabeleça, em outro processo, a mesma controvérsia. Em virtude da primeira função, não<br />
podem as partes, unilateralmente, escapar aos efeitos da declaração jurisdicional; por decorrência da<br />
segunda, cabe a qualquer dos litigantes a exceptio rei iudicatae, para excluir novo debate sobre a<br />
relação jurídica decidida.”<br />
27