COISA JULGADA - Fadisp
COISA JULGADA - Fadisp
COISA JULGADA - Fadisp
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
epudiam qualquer possibilidade de atacar sentenças passadas em julgado, a não<br />
ser pelos meios já consagrados pelo ordenamento jurídico: ação rescisória/ revisão<br />
criminal.<br />
3.1. Algumas teses estrangeiras<br />
Não pretendemos analisar ordenamentos jurídicos estrangeiros em tema de<br />
mitigação da coisa julgada, contudo, vale salientar alguns textos da doutrina<br />
estrangeira que visualizam a coisa julgada de forma menos inatingível; o valor da<br />
justiça predomina em relação ao valor da certeza.<br />
A lição de Juan Carlos Hitters 95 preconiza a revisão de sentenças<br />
substancialmente injustas e o afastamento da autoridade da coisa julgada se isso for<br />
essencial para fazer justiça, ainda quando o direito positivo não a tenha disciplinado.<br />
Entretanto, preserva a coisa julgada em relação às sentenças portadoras de vícios<br />
formais.<br />
Eduardo Juan Couture 96 também visualizou a admissibilidade e os meios para<br />
revisão judicial das sentenças acobertadas pela coisa julgada, especialmente, sobre<br />
decisões que consagram condutas fraudulentas. O autor considerava a fraude um<br />
desprestígio máximo e uma negação ao próprio direito.<br />
95 HITTERS, Juan Carlos. Revisión de la cosa juzgada. La Plata: Platense, 1977. cap. VII e IX, p. 254<br />
ss., esp. p. 325. Em suas palavras: “...la coza julgada no es un instituto absolutamente rígido, aunque<br />
tampouco amorfo ni inconsistente...Qué sucede entonces cuando se observa que entre lãs redes de<br />
la coza juzgada ha quedado atrapada la justicia, y que el resultado disvalioso de la sentencia no se<br />
debe a la culpa ni al dolo, ni a la desídia del prejudicado sino que, por el contrario, el rédito de quien<br />
ha actuado antifuncionalmente se convierte en um fallo intolerablemente injusto, que viene a ser el<br />
cómplice involuntario de la maquinación fraudulenta…Consideramos que en estos casos la<br />
immutabilidad de la sentencia debe ceder a la razón de justicia. Sin dejar de reconocer a la par que la<br />
revision de la res judicata tiene que concebirse con criterio restrictivo y para supuestos<br />
excepcionalísimos.”<br />
96 COUTURE, Eduardo Juan. Revocación de los actos procesales fraudulentos, in Estudios de<br />
derecho procesal civil, III. B.Aires: Depalma, 1978. esp. n. 1, p. 388.<br />
49