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A Arte do Fabrico DO Açúcar

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de <strong>do</strong>is ou três palmos, de sapupira mirim, a qual bucha também em parte se vaza e<br />

nela se encaixa o aguilhão de ferro, comprimento de três palmos, grossura de um<br />

caibro, à força de pancadas com um vaivém de ferro. E para melhor segurança <strong>do</strong><br />

aguilhão e da bucha se abre na cabeça <strong>do</strong>s quatro la<strong>do</strong>s da bucha com uma palmeta de<br />

ferro à força de pancadas <strong>do</strong> vaivém e se lhe metem umas palmetas ou cunhas menores de<br />

pau de lei para não aluir. E pelo mesmo estilo de degraus e argolas, bucha e<br />

aguilhão, com que temos dito, se remata a parte superior <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is eixos menores, se<br />

rematam também as partes inferiores de to<strong>do</strong>s os três, ajuntan<strong>do</strong> de mais a cada<br />

aguilhão seu pião de ferro calça<strong>do</strong> de aço da grossura de uma maçã, que também se<br />

encaixa pela parte superior até <strong>do</strong>is de<strong>do</strong>s dentro <strong>do</strong> aguilhão e pela parte inferior<br />

põem a ponta sobre outro ferro chato que chamam mancal, de comprimento de um palmo,<br />

também calça<strong>do</strong> de aço, para que se não fure com o continuo virar que sobre ele faz o<br />

pião. E to<strong>do</strong>s estes três eixos ou corpos da moenda aonde chega o pião ao mancal<br />

assentam sobre um pau que chamam ponte, de comprimento de quinze ou dezasseis palmos,<br />

e para sustentar toda a moenda forte e segura servem quatro virgens, que são quatro<br />

esteios, altos da terra nove palmos e grossos sete, semelhantes no seu ofício de<br />

suster aos que sustentam as vigas grandes e a porca ou pau fura<strong>do</strong>, por onde passa a<br />

ponta <strong>do</strong> eixo grande, que sobre os outros colaterais se levanta até à dita altura<br />

como parte principal da moenda. Sobre estas virgens de ponta a ponta vão uns paus que<br />

chamam mesas, quase um palmo de grossura e vinte de comprimento, sobre as quais<br />

descansam as travessas que chamam gatos em que se movem os eixos pela parte superior<br />

e sobre estes vai outro andar ao compri<strong>do</strong>, de tábuas que chamam agulhas as quais<br />

servem para segurar as cunhas com que se aperta a moenda.<br />

O lugar aonde se põem os feixes da cana que imediatamente há-de passar para se<br />

espremer entre os eixos são <strong>do</strong>is tabuleiros, um de uma parte e outro de outra, que<br />

têm seus encaixes ou meios círculos ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s eixos da moenda, afasta<strong>do</strong>s deles<br />

tanto quanto basta para não lhes impedir suas voltas. E o estarem os tabuleiros<br />

chega<strong>do</strong>s aos eixos é para que não caia a cana ou o bagaço dela perto <strong>do</strong>s aguilhões e<br />

retarde de algum mo<strong>do</strong> os piões e para que se não suje o cal<strong>do</strong> que sai da cana moída.<br />

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