Memória, patrimônio e identidade - TV Brasil
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com o calendário civil. São os Autos de Natal, Auto dos Quilombos, Bom Jesus dos Navegantes,<br />
Círio de Nazaré, Corpus Christi, Divino Espírito Santo, Drama da Paixão, Festa do Bonfim, Folia<br />
de Reis, Festas Juninas (consagradas a Santo Antônio, São João e São Pedro), Festa de Iemanjá,<br />
Nossa Senhora de Aparecida, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora dos Navegantes, Padre<br />
Cícero, entre muitas outras. Temos também os folguedos de espírito lúdico – onde se destacam<br />
Afoxés, Congadas, Maracatus, Caboclinhos, Tambor de Crioula, Marujadas, Vaquejadas, Bumba-<br />
meu-Boi e suas variantes de Boi-Bumbá, Boi de São Cristóvão e Boi-de-Mamão, Blocos Afro e o<br />
Festival Folclórico de Parintins – e os bailados populares, como Marabaixo, Maculelê, Cateretê,<br />
Coco de Zambê, entre muitos outros .<br />
E, finalmente, o Carnaval, nossa maior manifestação cultural que, ao lado do futebol, é a afirmação<br />
internacional da nossa nacionalidade, inclusive já tendo deitado raízes na Ásia (especialmente no<br />
Japão), na Europa (inclusive nos países nórdicos) e nos Estados Unidos. É interessante observar<br />
como o Carnaval brasileiro mantém as características universais das festas populares, tais como as<br />
licenciosidades, a troca de papéis e o sentido de utopia, mas ao mesmo tempo apresenta leituras<br />
próprias do povo brasileiro, tais como:<br />
• Os temas dos enredos das Escolas de Samba, tradicionalmente, sempre refletiram<br />
especificidades de nossa sociedade. Por exemplo, os enredos sobre Chica da Silva e<br />
Aleijadinho são uma forma social de apresentar a ascensão do negro através do amor e da<br />
arte. Debret é uma viagem no tempo que nos remete à presença da missão artística francesa<br />
no <strong>Brasil</strong>. Bahia de Todos os DEUSES é uma representação da cosmologia africana. CHICO<br />
REI e TIRADENTES resgatam nossas personalidades históricas. PALMARES apresentou<br />
para o público do Rio de Janeiro os enormes atabaques característicos das festas do Tambor<br />
de Crioula maranhense, sincretismo da cultura Jeje, celebrando São Benedito.<br />
• A escola como espaço de resistência: diante da impossibilidade de se desenvolver em formas<br />
próprias de organização institucional, a população ligada ao Povo de Santo utilizou os<br />
territórios carnavalescos como espaço de resistência cultural e afirmação social e econômica.<br />
Como exemplo, destacamos o Opanijé , coreografia de Omulu no Candomblé, e que é um<br />
dos principais passos das alas na evolução das escolas de samba e o Ibin, coreografia de<br />
Oxaguiam, que serve aos movimentos das alas das baianas. É a festa, e mais especificamente<br />
o passo do sambista, como extensão da roda de santo feita no terreiro. Ainda nesse contexto,<br />
MEMÓRIA, PATRIMÔNIO E IDENTIDADE. 25