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Baixe o Livro - poeminflamado

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3<br />

Eu fazia séries, que continham uma linguagem comum,<br />

uma ilustrada com recortes de revista, outra<br />

com pingentes, outra com manchas coloridas...(3)<br />

O projeto de A COR DA EXCLUSÃO ganhou corpo:<br />

Isa do Amparo doou uns cartazes de uma expo que<br />

ela tinha feito na década de 80 para as ilustrações;<br />

um tecido bonito que França tinha cobriria a capa<br />

que seria de papelão de caixa. E assim quase não<br />

gastaríamos em material. O lançamento foi no dia<br />

20 de novembro (1998) no Grupo de Capoeira Angola<br />

Mãe (de mestre Sapo), com uma apresentação<br />

de teatro e um sorteio do livro número 1, que foi<br />

vencido por Eunápio, poeta que estava festejando<br />

seu aniversário justamente naquele dia(4). Na data<br />

tí-nhamos três livros somente e todos foram vendidos.<br />

Depois, começamos a produzi-los por encomenda,<br />

ao todo imagino que tenham sido feito uns<br />

cem livros.<br />

A violência na Barreira estava aumentando, e com<br />

o crescimento da MÃO-DE-VELUDO resolvemos nos<br />

mudar (para perto do farol de Olinda, no Amaro<br />

Branco) e criar um ateliê, onde várias pessoas trabalharam,<br />

aprenderam a arte de encadernar e trocaram<br />

experiências. A casa estava sempre cheia, tínhamos<br />

muitos amigos/colaboradores: Chloë, Fernanda,<br />

Bianca, Ana, Felipe, Mariano, o pessoal da capoeira...<br />

Fomos nos profissionalizando, aumentando a<br />

produção de cartões, quadros e cadernos.<br />

Fizemos uma seleção de poemas médios e pequenos<br />

para serem usados em cartões, que tinham<br />

um tamanho padrão de 10cm X 15cm aproximadamente,<br />

e que sempre se repetiam; alguns tinham<br />

muita saída e eram mais produzidos que outros.<br />

Tinha também uma seleção de poemas grandes para<br />

cartões grandes ou quadros, mas que eram menos<br />

vendáveis. Fizemos também um expositor, com um<br />

antigo cobertor pintado e pregadores (existem três<br />

deles). Os poemas eram vendidos em recitais, feiras,<br />

praças, eventos musicais, festas, etc.<br />

Havia também em Olinda uma galeria (Frans Post)<br />

4<br />

onde se faziam recitais. Os donos gostavam muito<br />

do meu trabalho, convidaram-nos para expor os poemas,<br />

fiz uns quadros pequenos usando coisas naturais<br />

(galhos, conchas, flores secas, etc.) e caixas de<br />

papelão. Recebíamos também encomendas de li-<br />

vros únicos, feitos à mão.<br />

Tudo era muito intenso, existia um movimento na<br />

cidade, vários grupos criando, tinha os Molusco-lama,<br />

o Boizinho Alinhado, os Bagulhadores do Mió,<br />

a Capoeira Angola Mãe e tinha a MÃO-DE-VELUDO.<br />

Em novembro de 1999, um ano depois de lançar A<br />

COR DA EXCLUSÃO, descobri que estava grávida de<br />

Pedra (de dois meses...), que é, sem dúvida, o maior<br />

fruto desta parceria. A gravidez foi um momento especial<br />

e criativo para mim, de autodescoberta e de<br />

crescimento, uma nova etapa da vida. A AGENDA DA VIDA foi desenvolvida<br />

e criada junto com Pedra, é uma homenagem e um presente<br />

a esse ser que estava por vir, feita por causa dele e para ele e por<br />

isso tem esse nome. Eram as nossas vidas se misturando, expondo-se<br />

e dando frutos... Abrindo espaço para que a vida dos outros fizesse<br />

parte também da MÃO-DE-VELUDO, já que a agenda é completada por<br />

seu dono e cada vida é única. As agendas também marcam o início do<br />

uso do xérox pela editora. A primeira agenda (de 2000) foi produzida<br />

com a ajuda de Rosa (Melo) que arrumou um lugar pra fazer as cópias<br />

xérox; tentei colocar nela o maior número de poemas possível, já<br />

que o destino da AGENDA DA VIDA naquele momento era incerto... Ao<br />

todo foram dez edições (quem diria!) de 2000 a 2009.<br />

As duas primeiras foram feitas todas com xérox, as capas eram de<br />

papel de seda e colagens sobre cartão. Todas as capas eram exclusivas,<br />

cada agenda era única. A encadernação era com espiral. Devido à falta<br />

de recursos e a uma independência desejada das copiadoras, a agenda<br />

2002 foi toda gerada em casa: bolamos os carimbos para os dias e<br />

meses, fizemos os poemas e ilustrações em telas de silk e a encadernação<br />

passou a ser com três furos e ganchos de cortina, e a capa era<br />

de papelão grosso forrado com tecido. As agendas seguintes são uma<br />

mistura do que deu certo nessas experiências anteriores: o texto e as<br />

ilustrações são de xérox, o miolo de carimbo, a capa de papelão com<br />

tecido. (5)<br />

Nessa época também editei um livro meu de poemas antigos, o<br />

IGUAL. Eram pequenos poemas, quase haikais, que eu escrevi na déca-<br />

184<br />

Poeminflamado<br />

Depoimentos<br />

185<br />

5

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