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Baixe o Livro - poeminflamado

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Em declamação com claras indicações de improviso, neste vídeo (presente<br />

no DVD) o poeta faz-nos localizar ainda mais alterações em relação à<br />

primeira publicação escrita do poema. Percebe-se que o poeta movimenta<br />

e contextualiza sua obra ao suprimir trechos de estrofes, ao inserir novos<br />

versos, além de realizar marcações linguísticas típicas da oralidade, conforme<br />

transcrição abaixo:<br />

“Vamos continuar comendo porcarias / Fodendo à maneira das<br />

Marias profissionais / bebendo coca-cola, excreções e coisa e tais<br />

/ Fazendo mais e mais Josés que nos puxarão os pés / antes de<br />

aterrisarmos em poderosos tapetes voadores / hein!? / TNT- buM,<br />

bhT-buM, bNh-buM Fhc-buM, LuLALÁ-buM / ML, iML de antecadáveres<br />

/ uhs, Vhs e nenhum sinal dela / aqui, entre as minhas<br />

pernas / sOs pedindo socorro em silêncio / sepulcral / Teatral (eu<br />

sOu TeATrAL): teatro ateu, plateia plebeia / Aleluia! Aleluia, senhor!<br />

barrabás! barrabás!! / Povo politicamente falando: POVO! /<br />

PMDb, Pefelê – pra quê ter? / enquanto o voto obrigatório detona<br />

o país / há quem pinte pontes”<br />

VIII Poema incluso na coletânea Marginal Recife I. Também aqui se percebem<br />

algumas alterações, sendo sua maior a supressão dos sexto e sétimo<br />

versos originais.<br />

No DVD anexo a esta publicação há ainda imagens de França, feitas<br />

pelo videasta Jeferson Luiz, recitando versão do poema em questão.<br />

Trata-se da já referida performance d´A Cor da Exclusão datada de 1996.<br />

Abaixo, segue transcrição da referida versão do poema, caracterizada por<br />

marcações linguísticas típicas da oralidade e por apresentar-se ainda sem<br />

o tratamento ou revisão conferidos pelo poeta para sua versão escrita:<br />

“Nem bem começou a grande crise / e a classe média abarrotou<br />

os ônibus / com sua boca cheirando a cream-cracker com café /<br />

e deles – dos ônibus – mudou-se o itinerário / Para acomodar sua<br />

bunda / digamos flácida / Ou inflada de tédio e de ócio / Neles<br />

entrava madame : / – sobe, motô, para aê. sobe, motô! / e descia<br />

simples passageira. / e sentia náuseas com o cheiro forte da zona<br />

norte / A ladeira tomada de assalto era subida com sua presença /<br />

Que pedia a benção à preta fala, / Da boca morta, da língua morta,<br />

/ A lhe dizer, cheia de vida: / – Óa, menina, cuidado senão tu vai<br />

morrer, visse?”<br />

IX Poema incluso na já citada coletânea. Esta traz uma única variação<br />

em relação à versão escrita d´A Cor da Exclusão: o segundo verso da terceira<br />

estrofe aparece sob a seguinte forma: “(...) Brasil do ano dois mil”<br />

(Marginal recife – coletânea Poética i, 2002, p. 33)<br />

X Também incluso no Marginal Recife – Coletânea 1. Nesta, a versão do<br />

poema em questão, em comparação com o livro A Cor da Exclusão, traz<br />

algumas pequenas variações, conforme seguem:<br />

Vens tão mansa / Vens tão bela / tão bela / Que fechas as portas /<br />

Atrás de ti / Vens... vem... vem... / O gato brilha / A porta geme / A<br />

tua mão me descostura / Ao sabor do vento / e agora te vejo precisamente:<br />

/ Vais? / Vens ou vais? / Vem e vai! / Ou sou eu que / Não<br />

sei se sou tobogã / Ou gangorra? / Masmorra / Tronco / calabouço<br />

/ Porão do teu âmago / Me vejo tão dentro de ti / Que cacimba te mataria<br />

a sede? / se não fosse pelo teu / sabor acidoalcalino / Abacateabacaxi<br />

/ eu não saberia / se tobogã ou gangorra / Te atrairia hoje!<br />

(Marginal Recife – Coletânea Poética I, 2002, p.34)<br />

XI No DVD que compõe esta publicação há uma versão “mais oral” deste<br />

poema. Trata-se da já mencionada primeira performance d´A Cor da Exclusão,<br />

filmada pelo videasta Jeferson Luiz em 1996. Ela apresenta algumas<br />

pequenas alterações em relação à versão escrita. Abaixo, segue transcrição:<br />

“há um buraco no fundo do barco chamado brasil / Que já não<br />

mais navega à deriva / Mas agora tem rumo certo / Vai fundo no<br />

fundo do fundo / há outro buraco insistente / e eu nem quero falar<br />

/ eu nem quero falar no meu dente / bem no centro de todo humano<br />

/ e outros buracos, e tantos buracos / Na nossa casa, nas ruas,<br />

nas praças / Na cidade inteira / buracos / e tudo o que queremos,<br />

tudo o que buscamos / está num grande buraco, não tão grande /<br />

eu também tenho cavidades vulcânicas / No meu peito / implodindo<br />

o meu ego / sou tão curvo / No entanto / Não rolo, não roubo,<br />

nem cedo tão cedo / bisavô também dizia: / - Morreu dotô fulano /<br />

Agora ele só tem / O buraco e a catinga”<br />

Já nas imagens da performance realizada pelo artista no lançamento<br />

do livro Quarto de Ofício, nos é apresentada uma alteração marcante no<br />

8º verso: “E outros e outros buracos nas BRs, nos próprios buracos”<br />

192<br />

Poeminflamado<br />

Notas<br />

193

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