Baixe o Livro - poeminflamado
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Há mulheres surpreendentes XXIV<br />
que me olham prepotentes<br />
com ares de inteligentes<br />
como se eu fosse demente<br />
Eu lhes digo entrementes:<br />
Ao vê-las<br />
posso lê-las<br />
aprendê-las<br />
apreendê-las<br />
compreendê-las<br />
escolhê-las<br />
e comê-las<br />
Como?<br />
Como quando como estrelas.<br />
Degeneração<br />
Quando aqui cheguei<br />
entre quatro paredes me vi<br />
e vi também um par<br />
de rostos risonhos<br />
de bondade e de amor<br />
Logo me vesti<br />
tudo era lindo e irreal<br />
como nos sonhos<br />
Com o tempo<br />
outras paredes conheci<br />
e também outros<br />
rostos contentes<br />
mas entre estas paredes<br />
eu me perdi<br />
e não me senti gente<br />
entre essa gente<br />
Eles usavam armaduras<br />
douradas, belas, belas<br />
E nos seus rostos<br />
o que sorriam sempre<br />
eram umas máscaras<br />
cor da pele<br />
que usavam para<br />
dizerem-se contentes<br />
Vi em dois olhos<br />
o brilho esquisito<br />
da inveja, da revolta,<br />
da ambição<br />
vi e não pude conter<br />
um grito<br />
fora enganado<br />
e que doce ilusão!<br />
Ouvi palavras<br />
grotescas, duras<br />
vi gestos obscenos<br />
e imundos<br />
vi o que continham<br />
as belas armaduras<br />
carne a carne podre<br />
do mundo<br />
Minha alma<br />
rasgou as suas vestes<br />
meu coração<br />
turbou o seu semblante<br />
despido fiquei<br />
dentro de mim<br />
das coisas boas<br />
que existiam antes<br />
Então tomei uma<br />
das belas armaduras<br />
e pus também<br />
uma das máscaras<br />
sorridentes<br />
agora por dentro<br />
sou feito de amarguras<br />
mas por fora<br />
sou normal<br />
sou gente!<br />
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Poeminflamado<br />
Agendas da Vida<br />
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