Baixe o Livro - poeminflamado
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Olá! Alô?<br />
Vamos dar uma bola?<br />
Me escrutinou um par<br />
de olhos tão redondos<br />
que mais pareciam<br />
duas bolas de gude<br />
E eu os vi se derreterem<br />
e se transformarem em<br />
duas lágrimas de sangue<br />
que se cristalizaram<br />
e nunca mais jurei aos pés do altar<br />
Três bolas depois eu<br />
a encontrei no abril<br />
imediatamente o sorvete<br />
derreteu no meio do mangue<br />
E hoje creio que o visgo<br />
da mangaba nos grudou<br />
um no outro<br />
na quarta e quinta-feira<br />
Balas! Foi aquele bang-bang<br />
Justo na hora da sexta-feira<br />
Bolas, muitas bolas depois<br />
Ela fez as malas<br />
fumando bem devagarinho<br />
Os olhos volteando o lugar<br />
jurou nunca mais voltar<br />
Mandei atrás dela a gangue<br />
E não é que<br />
aqui pra nós<br />
Ela, a danada,<br />
Nunca mais me voltou!?!<br />
Oláááá<br />
Alôôôô<br />
Vamos dar<br />
uma bola?<br />
Desarme-me dos meus olhos XXVII<br />
se não sustentarem seu olhar<br />
Da minha boca, se não o delatar<br />
Das minhas mãos, se o adularem<br />
E do meu sexo, “para não enrabar sua filha”.<br />
Mas, me devolva a Língua-mãe<br />
A minha cultura, o meu baseado<br />
a minha caneta e o meu papel<br />
Pois eu tenho o dever de<br />
Registrar a minha história<br />
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Poeminflamado<br />
Agendas da Vida<br />
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