Dissertação Completa - UTFPR
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Capítulo 1 Introdução 16<br />
1 INTRODUÇÃO<br />
Na produção do carvão vegetal no Brasil, o trabalho apresenta-se sob forma de<br />
pena e sofrimento; além da conotação etimológica deste conceito, esta referência<br />
tem a ver com algumas características do ambiente de trabalho e das tarefas a que<br />
esses trabalhadores são sujeitos. A inadequação do posto de trabalho e a natureza<br />
árdua das tarefas são fatores que comprometem a saúde do trabalhador e seu<br />
desempenho. Nesse sentido, Dul e Weerdmeester (1995) afirmam que as condições<br />
de insegurança, insalubridade, desconforto e ineficiência são eliminadas quando<br />
adequadas às capacidades e limitações físicas e psicológicas do homem.<br />
Segundo Guimarães Neto (2005), o Brasil é o maior produtor mundial de<br />
carvão vegetal. A produção do carvão é uma atividade econômica que se<br />
desenvolve em todas as regiões do país, em especial no sudeste e no nordeste<br />
brasileiros, mais precisamente em Minas Gerais; na região que compreende o sul<br />
dos Estados do Pará e Maranhão e no Estado da Bahia. Sendo de suma importância<br />
na produção do ferro gusa, o carvão vegetal é um produto de grande valor para a<br />
economia brasileira, mas sua produção tem sido conduzida com freqüência de forma<br />
irregular tanto no que tange ao meio ambiente como aos direitos de cidadania dos<br />
trabalhadores. Não obstante, trata-se de uma atividade econômica de relevância<br />
para o país, que pode vir a gerar empregos dignos se conduzida de forma distinta.<br />
O sistema convencional de produção de carvão vegetal dá-se em fornos de<br />
superfície e contempla com maior afinco o processo produtivo e a qualidade do<br />
produto e trata com menor importância a saúde do trabalhador e do meio ambiente.<br />
As conseqüências dos riscos à saúde dentro dos ambientes de trabalho são<br />
provenientes das condições a que são submetidos os trabalhadores em função das<br />
suas tarefas. A atuação da ergonomia se dá na interface que se projeta do ambiente<br />
de trabalho em direção ao trabalhador, adaptando-se às condições e limitações. A<br />
premissa ergonômica de adaptação do trabalho ao homem busca justamente o<br />
caminho no qual o homem trabalhará sem sofrimento, seja físico ou mental e<br />
auxiliará esse mesmo homem a atingir sua máxima produtividade como trabalhador<br />
e cidadão (XAVIER, 2006).<br />
PPGEP – Gestão Industrial (2008)