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Dissertação Completa - UTFPR

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Capítulo 2 Referencial Teórico 54<br />

“Durante a operação de enchimento do forno, o trabalhador assume posturas<br />

penosas. Ele sobe e permanece sobre a pilha de toras de madeira e as lança ao<br />

solo, o mais próximo possível da entrada do forno” comenta Dias et al (2002). Já<br />

nessa primeira etapa percebe-se a gravidade da falta de organização do trabalho,<br />

que expõe o trabalhador a risco de acidentes e a tarefas que envolvem esforço físico<br />

e repetitivo.<br />

A segunda etapa envolve a carbonização, quando o trabalhador denominado<br />

carbonizador supervisiona o processo, no mínimo de hora em hora pelo tempo da<br />

carbonização que é de aproximadamente três dias. A responsabilidade nesse<br />

procedimento é grande, pois dele depende a qualidade do produto.<br />

Em seguida dá-se a retirada do carvão do forno, que feita com as seguintes<br />

etapas: (a) quebra da parede do forno, na abertura anterior, que fora vedada com<br />

barro; (b) transferência do carvão da parte interna para a “grade” colocada na porta<br />

do forno; (c) transporte da “grade” contendo o carvão, da porta do forno para a área<br />

externa, e derramamento deste no solo. A partir daí ocorre o ensacamento e<br />

transporte manual das sacas até os caminhões.<br />

Em todas as etapas do processo de produção do carvão vegetal estão<br />

presentes o esforço físico excessivo e o trabalho em posições forçadas, Dias et al<br />

(2002) afirma que “em 41 minutos e 24 segundos, o trabalhador transportou cerca de<br />

7.357 kg para encher o forno, realizando movimentos repetitivos de torção e flexão<br />

do tronco”. E a situação se agrava na etapa de retirada do carvão, quando o esforço<br />

físico desprendido soma-se à repetitividade de movimentos, à diversidade de<br />

temperaturas a que o trabalhador é submetido e às condições mínimas de higiene e<br />

conforto.<br />

Ainda é Dias et al (2002) que afirma: “Os problemas lombares aparecem como<br />

a segunda causa de demanda de consulta médica na rede de serviços de saúde,<br />

sendo expressivo o número de trabalhadores precocemente incapacitados para o<br />

trabalho”. O que aponta para o desalinhamento entre as condições biomecânicas<br />

favoráveis para a execução da tarefa e as condições reais a que esses<br />

trabalhadores são submetidos.<br />

PPGEP – Gestão Industrial (2008)

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