ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros
ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros
ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
RESUMO<br />
Este estudo reúne informações sobre a <strong>ecologia</strong> <strong>da</strong> <strong>onça</strong>-pinta<strong>da</strong> (Panthera onca) e <strong>onça</strong>-<br />
par<strong>da</strong> (Puma concolor) e de suas principais presas em três locali<strong>da</strong>des do Cerrado (Parque<br />
Nacional <strong>da</strong>s Emas - GO, Parque Estadual do Cantão – TO, Corredor Cerrado-Pantanal –<br />
MS/MT) e uma do Pantanal (região do Rio Negro). A <strong>ecologia</strong> desses dois pre<strong>da</strong>dores foi<br />
analisa<strong>da</strong> quanto aos aspectos de área de vi<strong>da</strong>, uso de hábitat, dieta e padrão de ativi<strong>da</strong>de. As<br />
principais presas desses pre<strong>da</strong>dores foram estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s quanto às suas distribuições, abundâncias<br />
e padrões de ativi<strong>da</strong>de nas áreas estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s. Os resultados deste estudo indicam que a<br />
distribuição <strong>da</strong> <strong>onça</strong>-pinta<strong>da</strong> é determina<strong>da</strong> pela distribuição de hábitats de floresta e cerrado<br />
(strictu sensu). Seu padrão de ativi<strong>da</strong>de é característico de um animal crepuscular-noturno, e<br />
se alimenta de espécies nativas de grande porte (peso médio de 147 kg), como o queixa<strong>da</strong>, a<br />
anta, o tamanduá-bandeira e a capivara. Entre as quatro regiões estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s a maior abundância<br />
<strong>da</strong> espécie foi encontra<strong>da</strong> no Parque Nacional <strong>da</strong>s Emas. A <strong>onça</strong>-pinta<strong>da</strong> é sensível a estresses<br />
ambientais decorrentes <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des antrópicas e sua permanência numa área está<br />
diretamente relaciona<strong>da</strong> às abundâncias de suas principais presas. A <strong>onça</strong>-par<strong>da</strong> representa<br />
aproxima<strong>da</strong>mente a metade <strong>da</strong> biomassa de uma <strong>onça</strong>-pinta<strong>da</strong>. Mais tolerante às ativi<strong>da</strong>des<br />
antrópicas, a <strong>onça</strong>-par<strong>da</strong> é encontra<strong>da</strong> em maior abundância e em to<strong>da</strong>s as quatro regiões deste<br />
estudo. Esta espécie utiliza todos os hábitats de Cerrado e Pantanal, no entanto, em áreas<br />
fragmenta<strong>da</strong>s, como do Corredor Cerrado-Pantanal, tem preferência para hábitat de floresta.<br />
Suas presas têm em média 17 kg e constituem-se basicamente de cateto, capivara, ema, e<br />
espécies de tatus. Seu padrão de ativi<strong>da</strong>de é crepuscular-noturno, mas, tende a ser mais<br />
noturna do que a <strong>onça</strong>-pinta<strong>da</strong>. Tanto a <strong>onça</strong>-pinta<strong>da</strong> quanto a <strong>onça</strong>-par<strong>da</strong> causam impactos<br />
negativos em rebanhos domésticos, já que pre<strong>da</strong>m bovinos, eqüinos e ovinos. No entanto, na<br />
região estu<strong>da</strong><strong>da</strong> no Pantanal a <strong>onça</strong>-pinta<strong>da</strong> se apresentou mais impactante do que a <strong>onça</strong>-<br />
par<strong>da</strong>, enquanto na região do entorno do Parque Nacional <strong>da</strong>s Emas essa relação se inverteu.<br />
Ambas espécies dependem de conexões naturais (corredores) entre as Uni<strong>da</strong>des de<br />
Conservação do Cerrado e Pantanal para manterem populações geneticamente viáveis.<br />
11