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ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros

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implica diretamente nas densi<strong>da</strong>des, distribuição e possibili<strong>da</strong>des de manutenção <strong>da</strong>s duas<br />

espécies na região.<br />

O padrão de ativi<strong>da</strong>de de grandes felinos pode estar relacionado a uma grande<br />

varie<strong>da</strong>de de componentes ecológicos, comportamentais e ambientais. Bailey (1993) relata<br />

que a ativi<strong>da</strong>de de leopardos varia entre machos e fêmeas e têm relações estreitas com i<strong>da</strong>de,<br />

condições físicas, sociais, clima, estação do ano, densi<strong>da</strong>de de cobertura vegetal e hábitat.<br />

Onças-pinta<strong>da</strong>s apresentaram um padrão de ativi<strong>da</strong>de mais diurno no Pantanal (Crawshaw &<br />

Quigley, 1991), enquanto que em Belize, em habitat de floresta amazônica, o período de pico<br />

de ativi<strong>da</strong>de se concentrou em crepuscular-noturno (Rabinowitz & Nottingham, 1986).<br />

Apesar de apresentarem diferenças significativas quanto à distribuição de ativi<strong>da</strong>de<br />

nas classes de horários, tanto <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s como <strong>onça</strong>s-par<strong>da</strong>s, de uma forma geral,<br />

refletem um padrão predominantemente crespuscular-noturno para todos os ambientes, exceto<br />

para o Parque Estadual do Cantão, que se caracteriza por hábitat de floresta. No entanto, essa<br />

diferença de ativi<strong>da</strong>de para PEC pode estar sendo influencia<strong>da</strong> pela amostragem relativamente<br />

pequena nessa área. Como observado na literatura, em geral, os grandes felinos como tigres,<br />

leões, leopardos, <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s e <strong>onça</strong>s-par<strong>da</strong>s, tendem a concentrar seus picos de ativi<strong>da</strong>des<br />

nas primeiras horas <strong>da</strong> manhã e no período crepuscular-noturno (Schaller, 1972; Ewer, 1973;<br />

Bailey, 1993; Franklin et al., 1999). No entanto, como observado por Emmons (1987), as<br />

ativi<strong>da</strong>des desses pre<strong>da</strong>dores, aparentemente, estão muito mais relaciona<strong>da</strong>s aos padrões de<br />

ativi<strong>da</strong>des de suas presas do que a outros fatores. Componentes sociais e comportamentais<br />

(ex. fêmeas com filhotes, machos em “patrulha”) como a dinâmica ambiental (ex. distribuição<br />

de hábitats e sazonali<strong>da</strong>de) devem influenciar nas ativi<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s espécies a nível regional e<br />

individual. Bailey (1993) observou que a diferença de padrões de ativi<strong>da</strong>de entre machos de<br />

leopardos em relação a fêmeas estava relaciona<strong>da</strong> à territoriali<strong>da</strong>de e criação de filhotes.<br />

Machos se movimentavam por mais tempo, durante o dia, na patrulha de seu território, ao<br />

passo que fêmeas passavam maior tempo caçando durante a noite para manter seus filhotes.<br />

Crawshaw e Quigley (1991) observaram que o padrão de ativi<strong>da</strong>de de <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s tinha<br />

relações com a sazonali<strong>da</strong>de e clima do Pantanal que, por sua vez, influenciava diretamente<br />

na distribuição e ativi<strong>da</strong>de de suas principais presas. O padrão geral de ativi<strong>da</strong>de de <strong>onça</strong>s-<br />

par<strong>da</strong>s no Cerrado e Pantanal foi parecido com os obtidos em outras locali<strong>da</strong>des de sua<br />

distribuição geográfica, onde as ativi<strong>da</strong>des se concentraram nos períodos <strong>da</strong> manhã e<br />

crepuscular-noturno (Ackerman, 1982; Beier et al., 1995; Franklin et al., 1999).<br />

Diferentemente de outros felinos como, por exemplo, o gato-maracajá (Leopardus<br />

wiedii) e o lince (Lynx lynx), que são estritamente noturnos, as <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s e <strong>onça</strong>s-par<strong>da</strong>s<br />

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