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ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros

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de <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s e <strong>onça</strong>s-par<strong>da</strong>s, o índice médio de pre<strong>da</strong>ção detectado neste estudo, de<br />

0,58% do total de cabeças, foi considerado tolerável pelos proprietários. Apesar <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção<br />

ter sido mais incidente na Fazen<strong>da</strong> Pedra Branca, esta mantém um rigoroso controle e manejo<br />

de seu rebanho e pastagem, ao contrário <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Santa Maria. No entanto, sua densi<strong>da</strong>de<br />

de gado é cinco vezes maior, aumentando consideravelmente a probabili<strong>da</strong>de de pre<strong>da</strong>ção.<br />

Isto indica uma relação existente também entre a disponibili<strong>da</strong>de de animais domésticos e a<br />

zona de contato com pre<strong>da</strong>dores, mostrando que não somente condições precárias de manejo<br />

de criação e pastagem são predisponentes a casos de pre<strong>da</strong>ção.<br />

II - IMPACTO DA PREDAÇÃO DE GADO POR ONÇAS-PINTADAS E<br />

ONÇAS-PARDAS NA REGIÃO DO PANTANAL DO RIO NEGRO<br />

O Pantanal é uma região singular no Brasil quanto ao problema de pre<strong>da</strong>ção de<br />

rebanho doméstico por <strong>onça</strong>s. Ao contrário do que ocorre em outras áreas, os problemas com<br />

ataques aos rebanhos domésticos, na maior parte desta região, não estão relacionados à per<strong>da</strong><br />

de hábitats e baixa densi<strong>da</strong>de de presas naturais <strong>da</strong>s <strong>onça</strong>s. A pecuária no Pantanal é<br />

explora<strong>da</strong> de forma extensiva e, em grande parte, utilizando pastagens naturais. Desta forma a<br />

maior parte dos hábitats não são convertidos. Ain<strong>da</strong>, a caça no Pantanal é culturalmente<br />

direciona<strong>da</strong> a algumas poucas espécies, em especial ao exótico porco-monteiro (Sus crofa), o<br />

que diminui em grande proporção o impacto negativo sobre as demais espécies silvestres<br />

cinegéticas presentes na região. Lourival et al. (1997), registraram que no Pantanal sul mato-<br />

grossense o porco-monteiro atinge um índice de 91% na preferência de caça do pantaneiro, o<br />

que correspondeu a 53% do total de animais abatidos durante seus dois anos de estudo na<br />

região. Desta forma, comparado a outras áreas neotropicais, o Pantanal apresenta uma menor<br />

competição do homem com as presas naturais <strong>da</strong>s <strong>onça</strong>s (Leeuwenberg, 1997; Redford, 1997;<br />

Jorgenson & Redford, 1993).<br />

Se considerarmos to<strong>da</strong>s as características peculiares ao modelo de uso antrópico do<br />

ecossistema Pantanal, onde as presas e os hábitats naturais <strong>da</strong> <strong>onça</strong> são preservados, e mesmo<br />

assim a pre<strong>da</strong>ção sobre rebanhos domésticos ain<strong>da</strong> ocorre, restam poucas alternativas de<br />

solução para este problema histórico. Historicamente, o pantaneiro resolveu este conflito<br />

eliminando as <strong>onça</strong>s oportunisticamente, considerando-as como potenciais “problemas” ou<br />

mesmo, perseguindo-as e abatendo-as intencionalmente, quando estas pre<strong>da</strong>m seus rebanhos<br />

(Schaller & Crawshaw, 1980; Lourival et al., 1997; Almei<strong>da</strong>, 1990).<br />

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