ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros
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DISCUSSÃO<br />
Hoogesteijn e Mondolfi (1996) associam a variação de tamanho <strong>da</strong>s <strong>onça</strong>s com a<br />
disponibili<strong>da</strong>de e tamanho de presas. Diferenças nas dimensões corporais e na pelagem<br />
podem ser também resultantes de a<strong>da</strong>ptações ao ambiente. Ao que parece, as <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s<br />
de áreas abertas têm a tendência de serem maiores do que as de área de mata como observado<br />
no presente estudo para os animais do Parque Nacional <strong>da</strong>s Emas. Porém são necessários<br />
estudos de amostras maiores, ampliando-se também o número de caracteres avaliados para<br />
outras comparações, considerando-se também as variações individuais.<br />
Teoricamente, um dos principais fatores a influenciar o tamanho de uma área de vi<strong>da</strong><br />
de um pre<strong>da</strong>dor é a abundância de presas. Correlações entre abundância de presas e áreas de<br />
vi<strong>da</strong> de carnívoros têm sido encontra<strong>da</strong>s para alguns felinos como o bobcat (Felis rufus), o<br />
lince canadense (Felis linx) e o leão (Panthera leo) (Litvaitis et al., 1986; Ward & Krebs,<br />
1985; Van Orsdol et al., 1985). Sandell (1989) assume mais especificamente que alimento é<br />
o que determina a distribuição espacial (área de vi<strong>da</strong>) de fêmeas de carnívoros solitários,<br />
enquanto que áreas de machos seriam, pelo menos no período reprodutivo, determina<strong>da</strong>s pela<br />
distribuição de fêmeas. No entanto, Logan e Sweanor (2001) não encontraram relação<br />
significativa entre abundância <strong>da</strong>s presas principais, os veados de cau<strong>da</strong> branca (Odoicoileus<br />
virginianus), e área de vi<strong>da</strong> de machos e fêmeas de <strong>onça</strong>s-par<strong>da</strong>s. Portanto, essas respostas<br />
diferencia<strong>da</strong>s entre espécies indicam que as complexas relações entre presas, pre<strong>da</strong>dores e<br />
áreas de vi<strong>da</strong> não seguem uma regra geral em todos os ambientes. O que talvez seja um<br />
consenso é que a distribuição espacial de carnívoros solitários e territoriais estão sob efeito<br />
de relações comportamentais inter-específicas, disponibili<strong>da</strong>de e sazonali<strong>da</strong>de de alimentos e<br />
hábitat (Sandell, 1989; Bailey, 1993; Mizutami & Jewell, 1998).<br />
Estudos enfocando áreas de vi<strong>da</strong> de <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s foram utilizados para comparar<br />
com as áreas de vi<strong>da</strong> registra<strong>da</strong>s no Parque Nacional <strong>da</strong>s Emas (Tabela 23 e 24). Vale a pena<br />
ressaltar que, como os resultados publicados sobre área de vi<strong>da</strong> nesses estudos não<br />
mencionam a porcentagem de pontos utilizados para os cálculos <strong>da</strong>s áreas, assumiu-se no<br />
presente estudo que 100% dos pontos foram utilizados. Apesar dessa porcentagem de<br />
localizações não reproduzir a reali<strong>da</strong>de de áreas de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s para a região do<br />
Parque Nacional <strong>da</strong>s Emas, esses resultados foram utilizados para possibilitar a comparação<br />
com outros estudos.<br />
Diferenças entre médias de áreas de vi<strong>da</strong> em ambientes abertos como o Pantanal e<br />
fechados como a Floresta Amazônica já tinham sido observa<strong>da</strong>s em estudos anteriores: na<br />
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