ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros
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Desta forma, programas de <strong>conservação</strong> no entorno de Uni<strong>da</strong>des de Conservação<br />
voltados para pre<strong>da</strong>dores, como as <strong>onça</strong>s, devem levar em consideração, além de programas<br />
de educação ambiental, ações eficientes de fiscalização contra a caça <strong>da</strong> fauna nativa.<br />
ONÇAS FORA DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: A COEXISTÊNCIA É POSSÍVEL?<br />
O conflito entre grandes pre<strong>da</strong>dores e pecuaristas tenderá a ocorrer em todo o mundo<br />
onde estes coexistirem (Estes, 1996; Mizutani, 1999; Woodroffe, 2000; Messmer, 2000). Esta<br />
coexistência entre homem e grandes pre<strong>da</strong>dores é talvez, um dos mais complexos desafios<br />
para a Biologia <strong>da</strong> Conservação. No Pantanal e no Cerrado, assim como na maioria <strong>da</strong> área de<br />
distribuição <strong>da</strong>s <strong>onça</strong>s, que compartilham suas áreas de uso com terras de produção pecuária,<br />
o abate dos pre<strong>da</strong>dores em retaliação aos prejuízos possivelmente continuará sendo a segun<strong>da</strong><br />
principal ameaça à <strong>conservação</strong> <strong>da</strong>s <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s e <strong>onça</strong>s-par<strong>da</strong>s, depois <strong>da</strong> per<strong>da</strong> de<br />
hábitat.<br />
To<strong>da</strong>via, considerando que <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s e <strong>onça</strong>s-par<strong>da</strong>s causam prejuízos a<br />
rebanhos domésticos e que a legislação ambiental brasileira não permite o abate destes<br />
pre<strong>da</strong>dores sem autorização explícita, é necessário que ferramentas eficientes e efetivas de<br />
manejo sejam estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s e implementa<strong>da</strong>s. Diversas formas de manejo de pre<strong>da</strong>dores em<br />
outras partes do mundo são utiliza<strong>da</strong>s, como por exemplo captura, remoção e translocação dos<br />
“animais problema” (Sivananthan, 1983; Stahl et al., 2001), abate direto (sendo em casos<br />
particulares, através de envenenamento; Allen & Sparkes, 2001) e caça esportiva (Ross et<br />
al.,1992; Bigalke, 2000). Rabinowitz (1986) não obteve sucesso na translocação de <strong>onça</strong>s-<br />
pinta<strong>da</strong>s em Belize e não recomen<strong>da</strong> esse método como ferramenta de manejo. Por outro lado,<br />
o autor considera que o abate de animais “depre<strong>da</strong>dores” de rebanhos domésticos e a<br />
compensação do pecuarista deva ser considera<strong>da</strong> em alguns casos. Em contraparti<strong>da</strong>, no<br />
Brasil, se considerarmos que o abate direto de animais por pecuaristas não seja a melhor<br />
forma de manejar os animais “problemas”, em decorrência <strong>da</strong> falta de monitoramento<br />
sistemático, a caça esportiva se torna uma <strong>da</strong>s últimas opções viáveis de manejo. Para regiões<br />
do Pantanal onde as proprie<strong>da</strong>des são geralmente latifúndios, se <strong>da</strong>dos científicos<br />
comprovarem a existência de um “animal-problema”, além <strong>da</strong> impossibili<strong>da</strong>de de outra<br />
solução para o conflito, a caça esportiva embasa<strong>da</strong> cientificamente poderia ser a opção de<br />
manejo a ser adota<strong>da</strong>. Assim, parte <strong>da</strong> receita, proveniente <strong>da</strong>s licenças de abate poderiam<br />
voltar para a manutenção de programas de monitoramentos populacionais de <strong>onça</strong>s e<br />
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