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ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros

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iomas terão poucas alternativas de sobrevivência em longo prazo (>200 anos).<br />

Provavelmente, apenas a região nuclear do Pantanal, mais especificamente os grandes brejos<br />

onde a dificul<strong>da</strong>de de execução de ativi<strong>da</strong>des antrópicas ain<strong>da</strong> é um fator limitante à<br />

conversão de hábitats, e no Cerrado a região do Parque Estadual do Cantão, uma ilha de<br />

90.000 hectares conectados ao Parque Nacional do Araguaia e a uma reserva indígena,<br />

acumulando aproxima<strong>da</strong>mente 1.000.000 de hectares protegidos, poderão garantir a<br />

sobrevivência, em longo prazo, para essas espécies.<br />

Eizirik et al. (2002) simularam através de programa computacional a viabili<strong>da</strong>de de<br />

populações de <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s sobre diferentes cenários e dinâmicas populacionais. Esses<br />

autores concluíram que para a viabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> espécie, em longo prazo (200 anos), é<br />

necessário uma população efetiva de pelo menos 650 indivíduos. Isso implica que, refúgios<br />

para a espécie como o Parque Nacional <strong>da</strong>s Emas, apesar de atualmente proteger a última<br />

população reprodutiva de <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s e <strong>onça</strong>s-par<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s chapa<strong>da</strong>s do Brasil central,<br />

sempre dependerão do sucesso dos corredores de dispersão, para permitir a viabili<strong>da</strong>de<br />

genética <strong>da</strong> população, através do fluxo gênico. Estes autores verificaram também que a<br />

dispersão e o sucesso reprodutivo <strong>da</strong>s fêmeas são aspectos demográficos determinantes na<br />

viabili<strong>da</strong>de de uma população.<br />

Há várias formas de se planejar e priorizar estratégias de <strong>conservação</strong> para uma<br />

espécie, enfocando na preservação de subespécies, em seu grau de ameaça, ou mesmo<br />

interesse de políticas locais. No entanto, ultimamente, estratégias de <strong>conservação</strong> de grandes<br />

pre<strong>da</strong>dores tem sido enfoca<strong>da</strong>s na <strong>conservação</strong> de populações em eco-regiões distintas, onde<br />

se usa como uni<strong>da</strong>de de análise, as populações em ca<strong>da</strong> ecossistemas (Sanderson et al.,<br />

2002). Esta metodologia assume que preservar uma espécie implica em preservar as<br />

populações em todos os sistemas ecológicos significativos onde ela é encontra<strong>da</strong>. Desta<br />

forma, passa-se a preservar populações com dinâmicas ecológicas e históricos evolutivos<br />

distintos.<br />

Portanto, os princípios básicos para um plano de <strong>conservação</strong> de uma espécie devem<br />

ter como alicerce o conhecimento de sua distribuição atual. É através desta informação que<br />

se pode analisar a viabili<strong>da</strong>de populacional, conectivi<strong>da</strong>de entre populações e, priorizar<br />

ações de manejo e <strong>conservação</strong> para diferentes escalas de tempo e espaço (Sanderson et al.,<br />

2002; Wikramanayake et al., 1998). Este enfoque foi inicialmente utilizado para um plano<br />

de <strong>conservação</strong> do tigre (Pantera tigris; Dinerstein et al., 1997; Wikramanayake et al.,<br />

1998) e mais recentemente sugerido para a <strong>onça</strong>-pinta<strong>da</strong> (Medellín et al., 2002; Sanderson et<br />

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