teoria literária - Universidade Castelo Branco
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metaficção historiográfica (HUTCHEON, Poetics) é uma ficção preocupada com seu<br />
estado de ficção, de narrativa ou de linguagem, e também fundamenta alguma realidade<br />
histórica verificável.<br />
Os discursos pós-modernos instalam e subvertem convenções; e normalmente<br />
tratam essas contradições com ironia e paródia. Empregando formas e expectativas<br />
tradicionais e as destruindo ao mesmo tempo, os discursos Pós-modernos conseguem<br />
apontar as convenções como convenções, e isto inclui estruturas ideológicas como<br />
capitalismo,patriarcado, imperialismo e mesmo humanismo.<br />
O discurso Pós-moderno também desafia limites fixos entre os gêneros, entre<br />
tipos de arte, entre <strong>teoria</strong> e arte, entre arte erudita e cultura de massa.<br />
As interpretações e avaliações da Pós-Modernidade radicalmente discrepantes<br />
são em parte o resultado de sua incerteza política, inscrevendo-se, mas também<br />
subvertendo vários aspectos da cultura dominante. Essa dubiedade política estratégica é<br />
o denominador comum de muitos discursos pós-modernos e é também uma das razões<br />
para as diferenças de opinião sobre a validez e valor da pós-modernidade que<br />
problematiza temas como história, representação, subjetividade, ideologia e pobreza.<br />
(...).<br />
A objetividade racional pós-moderna afasta as imprecisas determinações do<br />
sujeito, objetivando o próprio sujeito. O indivíduo, criado pelas novas relações sociais,<br />
se torna objeto de controle, mas cujos desejos devem ser satisfeitos de alguma maneira e<br />
cujas necessidades novas devam ser satisfeitas no mercado. Mascara-se, com a<br />
decadência do bem-estar da classe média, um gigantesco aparato científico de<br />
dominação policial por meio do conhecimento dos mecanismos internos do desejo<br />
produzido, tornando o sujeito um objeto de um sistema de resultados.” (Conferir:<br />
SAMUEL, R. Novo Manual de Teoria Literária. 4. ed. Petrópolis:Vozes, 2007: 161-164)<br />
3.4 - TEMAS E VARIAÇÕES DA PÓS-MODERNIDADE<br />
“Num texto composto de séries descontínuas, John Cage (apud “Temas e<br />
variações”, publicado em Arte e palavra, do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ,<br />
1987) conseguiu resumir um ideário da condição pós-moderna, seus temas verbais e sua<br />
experiência de vida da seguinte forma:<br />
• Não-invenção: que se opõe ao finalismo progressista;<br />
• Renúncia ao controle: que se opõe ao controle do Estado social;<br />
• Afirmação da vida: ecologicamente;<br />
• Imitação da natureza: no seu modo simples de ser;<br />
• Multiplicidade: individualista;<br />
• Pluralidade dos centros;<br />
• Individualismo;<br />
• Terminais domésticos dos computadores;<br />
• Coexistência das dessemelhanças;<br />
• Nenhuma idéia de ordem;<br />
• Sensação de um processo contraditório e sem objetivo: que caracteriza a formação<br />
de qualquer nova realidade ainda em estágio anárquico;<br />
• Indeterminação;<br />
• Aventura: na vida e na cultura;<br />
• Passagem do medo para o amor;<br />
• Ser conduzido por pessoa (e não por idéias ou livro);<br />
• Fim da ideologia;