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teoria literária - Universidade Castelo Branco

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não uma pausa mas mais deveres difíceis. (“Spivak? Sim, mas você leu a crítica que<br />

Benita Parry faz de Spivak e a resposta dela?”)” (Conferir: CULLER, Jonathan. Teoria<br />

Literária: Uma Introdução. Trad.: Sandra Vasconcelos. São Paulo: Beca, 1999: 23-24)<br />

Texto humorístico: “Você é um terrorista? Graças a Deus. Entendi Meg dizer<br />

que você é um teorista?” (Conferir: CULLER, Jonathan. Teoria Literária:<br />

Uma Introdução. Tradução de Sandra Vasconcelos. São Paulo: Beca, 1999: 24)<br />

“A impossibilidade de dominar a <strong>teoria</strong> é uma causa importante de<br />

resistência a ela. Não importa quão bem versado você possa pensar ser, não pode<br />

jamais ter certeza se “tem de ler” ou não Jean Baudrillard, Mikhail Bakhtin,<br />

Walter Benjamin, Hélène Cixous, C.L.R. James, Melanie Klein ou Júlia Kristeva,<br />

ou se pode ou não esquecê-los com segurança. (Dependerá, naturalmente, de<br />

quem “você” é e quem quer ser). Grande parte da hostilidade à <strong>teoria</strong>, sem dúvida,<br />

vem do fato de que admitir a importância da <strong>teoria</strong> é assumir um compromisso<br />

aberto, deixar a si mesmo numa posição em que há sempre coisas importantes que<br />

você não sabe. Mas essa é uma condição da própria vida.<br />

A <strong>teoria</strong> faz você desejar o domínio: você espera que a leitura teórica lhe dê<br />

os conceitos para organizar e entender os fenômenos que o preocupam. Mas a<br />

<strong>teoria</strong> torna o domínio impossível, não apenas porque há sempre mais para saber,<br />

mas, mais especificamente e mais dolorosamente, porque a <strong>teoria</strong> é ela própria o<br />

questionamento dos resultados presumidos e dos pressupostos sobre os quais eles<br />

se baseiam. A natureza da <strong>teoria</strong> é desfazer, através de uma constatação de<br />

premissas e postulados, aquilo que você pensou que sabia, de modo que os efeitos<br />

da <strong>teoria</strong> não são previsíveis. Você não se tornou senhor, mas tampouco está onde<br />

estava antes. Reflete sobre sua leitura de maneiras novas. Tem perguntas<br />

diferentes a fazer e uma percepção melhor das implicações das questões que<br />

coloca às obras que lê.<br />

Essa brevíssima introdução não o transformará num mestre da <strong>teoria</strong>, e não<br />

apenas porque ela é muito breve, mas porque esboçam linhas de pensamento e áreas de<br />

debate significativas, especialmente aquelas que dizem respeito à literatura. Ela<br />

apresenta exemplos de investigação teórica na esperança de que os leitores achem a<br />

<strong>teoria</strong> valiosa e cativante e aproveitem para experimentar os prazeres da reflexão.”<br />

(Conferir: CULLER, Jonathan. Teoria Literária: Uma Introdução. Tradução de Sandra<br />

Vasconcelos. São Paulo: Beca, 1999: 24-25)<br />

1.2 - ESPECIFICIDADE DO LITERÁRIO (CIÊNCIA ANALÍTICA X CIÊNCIA FENOMENOLÓGICA)<br />

“A formação de um conceito para a palavra especificidade, pelo ponto de vista<br />

cientificista, um conceito que diligencia analisar apenas as linhas do enunciado (ou seja,<br />

os aspectos visíveis do texto), determina ao analista ou intérprete da literatura um<br />

entendimento fechado, estático e formal. A literatura (literatura-arte) torna-se<br />

simplesmente um objeto, não possibilita desenvolver uma apreciação reflexiva que<br />

revele o lado oculto do texto, elimina-se a idéia de compreensão das camadas profundas<br />

(isto em relação apenas ao texto-arte) uma vez que o pesquisador se vê obrigado a<br />

analisar rigorosamente apenas as camadas expressivas do discurso literário.<br />

Pelo ponto de vista fenomenológico, observa-se o texto-arte como um<br />

fenômeno, em princípio, estático, como é visto pelos cientificistas rigorosos, mas, logo<br />

a seguir, tal fenômeno torna-se dinâmico, graças à compreensão e ao conhecimento do<br />

leitor, quando este empreende um estudo consciente das mensagens interlineares,

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