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teoria literária - Universidade Castelo Branco

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ATITUDE PÓS-MODERNA Atitude nascida do espanto, do desencanto, da<br />

amargura aflitiva, que procura se reconstruir em seguida como alternativa parcial,<br />

desprendida do sonho de arrogância, de unidade e poder, de cujo naufrágio participou,<br />

mas decidiu salvar-se a tempo, levando consigo o que pode resgatar da esperança. (p.45)<br />

QUE NAUFRÁGIO? QUE CATÁSTROFE FOI ESSA?<br />

[O autor analisa a partir de Walter Benjamim: Naufrágio e catástrofe produzidos pelas<br />

“caldeiras insaciáveis da locomotiva do progresso.” (p.47)] (Cf.: Walter Benjamim)<br />

[Naufrágio e catástrofes provindos “da racionalidade, do maquinismo, da transformação<br />

da sociedade num gigantesco autômato auto-regulado, em que a arte, a técnica e a vida<br />

se fundiriam numa unidade revitalizadora. Uma utopia da igualdade perfeita, produzida<br />

pela razão, governada pela técnica e desfrutada pela arte.” (p.47)] (Ler Benjamim)<br />

[Os Artistas se identificaram no início com a militância surrealista, ou seja, “a plenitude<br />

da máquina em seu máximo desempenho. (...) Os próprios Artistas viam-se como um<br />

movimento, um núcleo de combate, uma vanguarda. Metáforas técnicas e militares que<br />

prenunciavam já a guerra tecnológica e o planejamento totalitário das sociedades.”<br />

(p.47)]<br />

“Quando Benjamim analisa o quadro de Paul Klee as ilusões já se haviam consumido. A<br />

técnica derivada da razão instrumental, apropriadora, planejadora, ao invés de libertar,<br />

submetera os homens ao império da máquina genocida, dotada de uma capacidade<br />

destrutiva sem precedentes. A herança de Prometeu, ele descobre afinal, é a águia que<br />

devora as vísceras de cada um e não a redenção da humanidade. Ele e Klee se sentiram<br />

traídos, mas muitos intelectuais e artistas envolvidos na vanguarda dispuseram-se de<br />

boa vontade a colaborar com os novos poderes, na Europa e nos Estados Unidos,<br />

sobretudo depois da guerra. Revelação final: a vanguarda em si não foi traída, ela<br />

mantinha no seu íntimo uma correspondência com as forças do progresso.” (p. 47, final,<br />

e p.48)<br />

[Análise do quadro de Klee “Angelus Novus” – pp.48-49)<br />

Por que chamá-lo de “Angelus Novus”?<br />

1 o ) “Os anjos são intemporais, não têm vontade própria, são governados pelo desígnio<br />

divino e por isso mesmo a natureza ou as forças do mundo celeste jamais atuam sobre<br />

eles. // Se a tempestade letal do progresso, que vem do paraíso, decorreu da vontade<br />

de Deus, esse anjo não mais obedece, mas resiste aos propósitos do Supremo.”<br />

2 o ) ANJO DA HISTÓRIA<br />

“anjo decaído e sua rebeldia o tornou impotente para auxiliar os vencidos, mortos e<br />

humilhados.”<br />

“não mais sintonizado com o poder”<br />

“ele próprio está condenado a ser um vencido e enxovalhado”<br />

“sua natureza de ser destinado à vida eterna o submete ao castigo de assistir<br />

paralisado à destruição do mundo e à degradação de si mesmo [ele cuja<br />

missão precípua é agir e salvar]”<br />

ANGELUS NOVUS (QUADRO DE PAUL KLEE) METÁFORA DE PÓS-MODERNIDADE<br />

“Não deve haver dúvida quanto ao sentido desta metáfora: o ANGELUS NOVUS<br />

representa a própria condição do artista e do intelectual depois que o sonho modernista<br />

perdeu a sua inocência. A expressão “novo” justifica-se assim pela mudança de

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