Maria Isabel Pires Araújo - Universidade Aberta
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Representações Sociais da Escola e da Família: Uma Perspectiva de Pais numa Escola do Ensino Básico<br />
o que o circunda e que questione a sua condição. Segundo o modelo "Organism-<br />
Stimulus-Organism-Response O-S-O-R, tanto o “estímulo” como a “resposta”<br />
resultam da actividade construtiva do indivíduo (Cabecinhas, 2004).<br />
Vala (2006) considera, referindo Moscovici (1969), que as representações<br />
podem ser entendidas a partir de duas perspectivas: uma como “o reflexo interno<br />
de uma realidade externa” (p.459), a outra “considerando que não há corte entre<br />
universo interior e o universo exterior do indivíduo”, na primeira perspectiva está<br />
subjacente uma reprodução, enquanto na segunda se promove uma construção.<br />
Les represéntations sociales sont des entités presque tangibles. Elles circulent, se<br />
croisent et se cristallisent sans cesse à travers une parole, un geste une rencontre,<br />
dans notre univers quotidien. La plupart des rapports sociaux noués, des objects<br />
produits ou consommés, des communications échangées et son imprégnés.<br />
Moscovici (1961, p.40).<br />
Todas as interacções humanas que surjam entre duas pessoas ou entre<br />
dois grupos pressupõem representações. No entanto, só será representação<br />
social quando opera uma mudança interna e mental sobre as próprias pessoas e<br />
quando influencia o comportamento do indivíduo participante de uma<br />
colectividade. È elemento predominante no processo mental individual, sendo<br />
essa representação o produto das nossas acções e comunicações, quase<br />
objectos materiais (Moscovici, 2003).<br />
A finalidade das representações é, assim, tornar familiar algo não familiar<br />
ou a própria não-familiaridade, mas de modo a que se opere uma mudança, em<br />
que se questione o que é tradicional, “os universos consensuais” (Moscovici,<br />
2003). A partir de uma dinâmica de relações do não-familiar, constrói-se uma<br />
familiarização através do questionamento e do diálogo, onde objectos, pessoas e<br />
acontecimentos são percebidos e compreendidos, permitindo restabelecer um<br />
sentido de continuidade no grupo ou no indivíduo.<br />
Na acepção de (Vala, 2006) a representação “é sempre a representação de<br />
qualquer coisa”, pois exprime uma relação de um sujeito com um objecto, sendo<br />
sempre uma actividade de construção e de simbolização. Sendo assim, a<br />
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