Maria Isabel Pires Araújo - Universidade Aberta
Maria Isabel Pires Araújo - Universidade Aberta
Maria Isabel Pires Araújo - Universidade Aberta
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Representações Sociais da Escola e da Família: Uma Perspectiva de Pais numa Escola do Ensino Básico<br />
familiar se torna familiar e a objectivação une a ideia de não familiaridade, de<br />
conceitos abstractos com a de realidade e torna-se a verdadeira essência que<br />
permite compreender como palavras e noções são transformadas em coisas, em<br />
realidades exteriores aos indivíduos (Vala, 2006).<br />
No processo de ancoragem o primeiro passo é reduzir ideias e imagens<br />
comuns a um contexto familiar, ou seja, transformam algo que nos atormenta, que<br />
desconhecemos, que nos intriga, em alguma coisa com que nos identifiquemos,<br />
ou seja, classificar e dar o nome a qualquer coisa, tornar familiar.<br />
O processo de ancoragem situa-se entre dois pólos, por um lado<br />
precedendo a objectivação e, por outro, sendo precedida por esta. Assim, quando<br />
precede, a ancoragem refere-se ao tratamento da informação que exige pontos de<br />
referência e enquanto precedida, a ancoragem refere-se à função social das<br />
representações, permitindo nomeadamente compreender a forma como os<br />
elementos representados contribuem para exprimir e constituir as relações sociais<br />
Moscovici (1961).<br />
Num processo de objectivação estão envolvidas três etapas:<br />
1. Construção selectiva;<br />
2. Esquematização ou nó figurativo;<br />
3. Naturalização.<br />
A objectivação une a ideia de não familiaridade com a de realidade. Na<br />
primeira etapa - construção selectiva - verifica-se uma selecção de informação,<br />
das diversas informações sobre crenças e ideias acerca de um objecto, as quais<br />
dependem das normas e dos valores grupais (Vala, 2006).<br />
Na segunda etapa – esquematização - verifica-se uma organização dos<br />
elementos da representação que estabeleceram entre si um padrão de relações<br />
estruturadas (Cabecinhas, 2004).<br />
Na terceira etapa – naturalização - o abstracto torna-se concreto, ou seja,<br />
as relações constituem-se como naturais e adquirem materialidade.<br />
Como resumo do que foi referido anteriormente, pode dizer-se que a<br />
objectivação sendo mais ou menos direccionada para fora, retira daí conceitos e<br />
imagens para juntá-los e reproduzi-los no mundo exterior ao que é já conhecido. A<br />
Página 11