Maria Isabel Pires Araújo - Universidade Aberta

Representações Sociais da Escola e da Família: Uma Perspectiva de Pais numa Escola do Ensino Básico
2. EM NOME DA IGUALDADE SOCIAL
A igualdade de oportunidades educativas e culturais
parece ilusória numa sociedade desigual. Ora o
socialismo emerge, no presente momento histórico,
como o horizonte em que há--de buscar-se a
igualdade possível, perseguida como ideal nos
últimos dois séculos na área da civilização que nos é
familiar, e se alarga sob os nossos olhos (Grácio,
1981, p.681).
A implementação de uma Escola de massas e a consequente expansão da
Escola pública e gratuita que tendia a normalizar indivíduos e grupos sociais seria
garantida, em princípio, pela igualdade de oportunidades, meritocracia e justiça
social entre todos os indivíduos, preparando-os como força para um mercado de
trabalho e ao mesmo tempo, investindo na diluição progressiva das classes
sociais.
Segundo Dubet (2004), a igualdade meritocrática de oportunidades é o
lema da justiça escolar, aquela que, de uma forma simples, designa o modelo que
permite que todos participem, independentemente das desigualdades que se
registam.
Sob a tutela de um Estado social, distributivo dos benefícios sociais, que
defendia um padrão de justiça comum e capaz de compensar desigualdades, era
pedido que o Estado fosse capaz de combinar interesses diferentes e nem sempre
compatíveis como a “equidade e a racionalidade económica, a democracia com o
capitalismo e a igualdade com a liberdade”, tendo como fim atenuar conflitos
sociais com interesses pouco comuns (Estêvão, 2003, p.9).
De acordo com o mesmo autor, o conceito de justiça ao articular-se com os
conceitos de igualdade, equidade, liberdade, mérito, poder e autoridade, vai
também condicionar a forma como pensamos a educação e o modo como as
escolas devem organizar-se para cumprirem as suas finalidades.
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