25.04.2013 Views

B. Horto do Esposo - Universidade Aberta

B. Horto do Esposo - Universidade Aberta

B. Horto do Esposo - Universidade Aberta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Espiritu Santo e de la santa Iglesia.» 175 , por isso, o peca<strong>do</strong> da soberba ocorria quan<strong>do</strong><br />

os homens pretendiam viver de acor<strong>do</strong> com outras <strong>do</strong>utrinas e «por otra obediençia de<br />

engaño, ca es de sobervia.» 176 , e os exemplos referi<strong>do</strong>s remetem para actividades<br />

relacionadas com a «nigromançia […] geomançia […] ydromançia […] aermançia […]<br />

piromançia» 177 , no fun<strong>do</strong>, eram actividades que se afastavam <strong>do</strong>s princípios<br />

orienta<strong>do</strong>res da Igreja, uma vez que se faziam sortilégios e o chamamento de<br />

demónios.<br />

Nos Síno<strong>do</strong>s, encontramos peca<strong>do</strong>s que incomodavam a Igreja e os seus<br />

legisla<strong>do</strong>res e que urgia também penitenciar. Referimo-nos aos peca<strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s com a<br />

prática de feitiçarias cometidas por homens e mulheres. Por exemplo, no Síno<strong>do</strong> de D. João<br />

Afonso Esteves de Azambuja, 13 de Janeiro de 1403, (Síno<strong>do</strong>s de Lisboa), na constituição<br />

3, encontramos a referência aos adivinhos que invocavam os demónios em círculos<br />

(«Aquelles que ussam de sorteiros adivinhadeiros e que fazem os cirços, scilicet scriptos<br />

pera chamar os demónios. Item, aquelles que ussam <strong>do</strong> Corpo de Deus ou de crisma ou<br />

<strong>do</strong>utra coussa sagrada ou de feitiços ou em outras coussas como nom devem.» 178 ) e as<br />

mulheres que pecavam porque matavam: «fazem algũas coussas pera matarem seus<br />

mari<strong>do</strong>s.» 179 . Surgem também as referências às mulheres «vedeiras» ou «encantadeiras»<br />

que cometiam peca<strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s com a i<strong>do</strong>latria ao «inimigo da linhagem humanal»,<br />

(este inimigo <strong>do</strong>s homens constitui um eufemismo para o Diabo) e a instrução é clara, na<br />

constituição 23, ou seja, o contacto com estas mulheres deveria ser evita<strong>do</strong>:<br />

que nemhũa pessoa nom possese mãao em outra maneira de veedeira ou encantadeira nem<br />

usase de i<strong>do</strong>llatria fazen<strong>do</strong> ou dizen<strong>do</strong> algũas coussas que perteceem mais à parte <strong>do</strong><br />

emmigo da linhagem humanal que a Deus e aos seus sanctos. E era outrosi deffesso | que<br />

nemhũu nom fosse a taaes vedeiras. 180<br />

No Síno<strong>do</strong> de D. Luís Pires, de 11 de Dezembro de 1477, (Síno<strong>do</strong>s de Braga), na<br />

constituição 46, intitulada: «Pera os rectores que se emformem <strong>do</strong>s ereges e barregueiros e<br />

arrenega<strong>do</strong>res e feiticeiros, benzideiras e advinha<strong>do</strong>res, osureiros e onzeneiros», surgem<br />

175 Ibidem, p.584.<br />

176 Ibidem, p.584.<br />

177 Ibidem, p.585.<br />

178 Síno<strong>do</strong> de D. João Afonso Esteves de Azambuja, 13 de Janeiro de 1403, p.321.<br />

179 Ibidem, p.321.<br />

180 Ibidem, p.335.<br />

44

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!