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Qualquer que seja o caso ou modelo de transmissão radiofônico, o que caracteriza<br />
o rádio é a interação por ele propicia<strong>da</strong>, levando em conta a sua principal<br />
característica, o som. Alguns autores têm dúvi<strong>da</strong>s se o web pode ser chamado de<br />
rádio, já que as suas transmissões na internet são acompanha<strong>da</strong>s de vários gêneros<br />
visuais e textuais. Quem responde taxativamente é Eduardo Meditsch ao afirmar<br />
que o som é a característica principal do rádio, definindo-o como “meio de comunicação<br />
que transmite informação sonora, invisível, em tempo real. Se não for feito de<br />
som não é rádio, se tiver imagem junto não é mais rádio, se não emitir em tempo real<br />
(o tempo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> real do ouvinte e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de em que está inserido) é fonografia,<br />
também não é rádio”(apud Prata, 2008, p.18).<br />
Em seus estudos, Nair Prata procurou caracterizar os três modelos de transmissão<br />
e responder a in<strong>da</strong>gação de Eduardo Meditsch diante <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças tecnológicas<br />
pelas quais passa o rádio, principalmente o webradio, cujos impactos<br />
interferem no processo de produção e de recepção <strong>da</strong>s emissoras radiofônicas,<br />
independentemente de elas serem comerciais, educativas ou comunitárias. No entanto<br />
Nair Prata observa que tais mu<strong>da</strong>nças não interferem nas emissoras tradicionais,<br />
embora ocorram influências mútuas entre elas. Com isso, deixa em aberto<br />
o futuro do rádio 4 .<br />
É certo que, apesar de to<strong>da</strong>s as mu<strong>da</strong>nças tecnológicas e as transformações<br />
do processo de produção radiofônico, não é difícil constatar que permanece o<br />
fascínio, o poder, o encanto e a magia <strong>da</strong> transmissão radiofônica através <strong>da</strong>s on<strong>da</strong>s<br />
eletromagnéticas que caracterizam uma forma particular de interação entre<br />
interlocutores radiofônicos. É interessante observarmos que milhares de ouvintes,<br />
presos à magia radiofônica, se tornam fiéis ouvintes de determina<strong>da</strong>s emissoras<br />
ou programas. Alguns, mesmo com o advento <strong>da</strong> frequência modula<strong>da</strong> (FM), cuja<br />
quali<strong>da</strong>de de som é indiscutivelmente melhor se compara<strong>da</strong> com à <strong>da</strong>s emissoras<br />
AM, não escutam o programa naquela e sim nesta frequência, mesmo tendo a<br />
oportuni<strong>da</strong>de de sintonizar em FM, como ocorre com ouvintes <strong>da</strong> <strong>Rádio</strong> Itatiaia,<br />
em Belo Horizonte, que transmite simultaneamente nas duas frequências, entre<br />
outros exemplos. O advento <strong>da</strong> FM não excluiu a antiga forma de transmissão em<br />
AM, assim como não impede a chega<strong>da</strong> <strong>da</strong>s webradios.<br />
neamente pela forma tradicional (eletromagnética) e pela internet. Já as webradios são aquelas que transmitem<br />
exclusivamente pela internet e cujo número e diversi<strong>da</strong>de de experiências tende a crescer pelas facili<strong>da</strong>des<br />
tecnológicas e a popularização <strong>da</strong> internet.<br />
4 Ain<strong>da</strong> segundo ain<strong>da</strong> o estudo de Nair Prata, as tecnologias para se sintonizar as webradios como um<br />
rádio tradicional já existem, embora tais recursos ain<strong>da</strong> não estejam popularizados. O dispositivo <strong>da</strong> webradio<br />
pode ser instalado em uma casa ou em um carro, e sua recepção pode ser feita na forma tradicional, sem o<br />
uso do computador. Já junto com o computador, a transmissão se faz mesclando som com imagem a partir de<br />
diferentes textos verbais e não verbais.<br />
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