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horas, com músicas sertanejas mais antigas e Clube do Rei (iniciado em 1986), aos<br />
domingos, <strong>da</strong>s 8 às 10 horas, tocando os sucessos de Roberto Carlos. Neste programa,<br />
recebe cerca de 300 ligações por irradiação, como comenta, esbanjando alegria.<br />
Nos programas é seu próprio produtor: “To<strong>da</strong>s as músicas dos programas eu<br />
mesmo seleciono para não repetir na<strong>da</strong>. Gravo um CD com umas 25 músicas.<br />
Gosto de cui<strong>da</strong>r de tudo”.<br />
Mas, de onde vem tanta energia? “Bem, hoje dizem que isso é coisa de quem<br />
tem hiperativi<strong>da</strong>de, mas é o meu jeito mesmo. Não fumo, não bebo, preservo minha<br />
saúde pelo aspecto pessoal e também para ter uma garganta perfeita por ser<br />
radialista”, responde de imediato.<br />
A paixão pelo rádio é algo que “está no sangue”. Quando era menino via seu pai<br />
instalar uma espécie de rádio-poste todos os domingos:<br />
94<br />
Minha família morava em Estevão Araújo, distrito de Araponga37<br />
. Na déca<strong>da</strong> de 40, meu pai tinha uma barbearia na ci<strong>da</strong>de e<br />
como ele tocava muito bem violão e gostava demais de música,<br />
juntava meu tio e uma turma de amigos para tocar aos domingos<br />
dentro do estabelecimento. Eles colocavam alto-falantes nos postes<br />
e começavam a apresentação por volta <strong>da</strong>s 10 horas, logo depois<br />
<strong>da</strong> missa. Em pouco tempo já tinha uma grande concentração<br />
de gente na frente <strong>da</strong> barbearia para ouvir chorinho, valsa, músicas<br />
de Bob Nelson, entre tantas outras canções do repertório.<br />
Sua mãe era ouvinte assídua <strong>da</strong> <strong>Rádio</strong> Apareci<strong>da</strong>, de São Paulo. Lembra, por<br />
exemplo, de ter escutado no rádio a informação sobre a morte do presidente Getúlio<br />
Vargas e “tudo o que era assunto importante no Brasil e no Mundo”. “A<br />
gente sabia tudo pelo rádio”, recor<strong>da</strong>. De suas raízes, herdou o gosto pela música,<br />
pelo teatro, pela poesia e, claro, por essa mídia de tantos encantos.<br />
Em Ca<strong>da</strong> Coração uma Sau<strong>da</strong>de<br />
“É impossível compor a galeria de personali<strong>da</strong>des marcantes na história de<br />
Viçosa sem nela incluir a figura do polivalente Gilberto Valério Pinheiro”, menciona<br />
o jornalista José Paulo Martins, um dos mais assíduos colaboradores <strong>da</strong><br />
Montanhesa, em um artigo de sua autoria 38 . Para ele, o radialista transitou com<br />
desenvoltura “<strong>da</strong> política ao artesanato em metal, <strong>da</strong>s transmissões esportivas aos<br />
37 Ci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Zona <strong>da</strong> Mata, próxima de Viçosa.<br />
38 Revista <strong>da</strong> Amirt, setembro/outubro de 2001, p.20 e 21 — nº 111.