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79 Rádio Amiga da Cidade

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vres. Em contraparti<strong>da</strong>, o Estado, as emissoras comerciais e aqueles que são contrários<br />

aos movimentos pela radiofonia comunitária, as denominam de piratas,<br />

ilegais ou clandestinas, sujeitas ao rigor <strong>da</strong> lei.<br />

Em seu conjunto, as rádios comunitárias, legaliza<strong>da</strong>s ou não, inclusive as<br />

webradios, não importando sua denominação, constituem um universo expressivo<br />

e criativo <strong>da</strong> comunicação eletrônica em todo o Brasil.<br />

Em princípio, a perspectiva <strong>da</strong>s rádios comunitárias em relação aos processos<br />

comunicativos é a de que elas promovam a interação mútua entre o emissor e o seu<br />

público, evitando serem meras propagadoras de opiniões e de mensagens verticaliza<strong>da</strong>s,<br />

como acontece na mídia convencional. Sendo assim, o ouvinte, o público<br />

ou a audiência emergem do pressuposto de que haja uma forte interação entre a<br />

produção e a recepção <strong>da</strong>s mensagens radiofônicas, devendo prevalecer os interesses<br />

público e coletivo e a ampla possibili<strong>da</strong>de de expressão por parte <strong>da</strong>s diferentes opiniões<br />

que circulam na comuni<strong>da</strong>de ou entre o público <strong>da</strong>s rádios comunitárias. É o<br />

que John Downing chama de audiência ativa, em contraposição à audiência passiva<br />

dos meios eletrônicos convencionais e comerciais (DOWNING, 2002).<br />

Em outras palavras, a utopia comunicacional radiofônica comunitária traz consigo<br />

um novo paradigma, que é o de trabalhar com as possibili<strong>da</strong>des de se promover<br />

uma comunicação de mão dupla. Além disso, o contexto <strong>da</strong> transmissão não<br />

deve ser estranho ao público, mas próximo e familiar, o que facilita a interação<br />

entre os interlocutores.<br />

Teoricamente, esse tipo de transmissão possibilita romper com as práticas discursivas<br />

que impõem o “silêncio” e a hegemonia <strong>da</strong>s opiniões dominantes na mídia<br />

comercial volta<strong>da</strong> apenas para o interesse comercial ou, delibera<strong>da</strong>mente ou<br />

não, volta<strong>da</strong>s mais para o controle <strong>da</strong> opinião pública do que para sua livre expressão.<br />

Com esses propósitos, as rádios comunitárias estão a indicar novas formas de<br />

construção <strong>da</strong> agen<strong>da</strong> pública e um novo paradigma comunicacional.<br />

O que torna possível tal utopia é a crescente expansão e a implantação de diversas<br />

experiências leva<strong>da</strong>s ao ar por diferentes rádios comunitárias em todo o País,<br />

<strong>da</strong>ndo oportuni<strong>da</strong>de de emergirem em diferentes vozes e situações no cenário<br />

público, enfatizando a interativi<strong>da</strong>de entre a emissora e o seu público. Esse tipo<br />

de mídia em contextos locais pode tornar-se capaz de reconfigurar, mobilizar e<br />

reestruturar a esfera pública local e a relação com outras comuni<strong>da</strong>des e enti<strong>da</strong>des<br />

públicas e priva<strong>da</strong>s com quem interage.<br />

Seguindo a definição de Gisele Ortriwano (1985), existem dois tipos de rádio.<br />

Há a rádio de alta estimulação sonora, que é permanente e possui um caráter de<br />

urgência: aqui e agora, o fato e a notícia. Porém, existe também a rádio de baixa<br />

estimulação, que é desmobilizadora, caracteriza<strong>da</strong> como emissora de lazer e rela-<br />

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