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79 Rádio Amiga da Cidade

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nicacional <strong>da</strong>s emissoras comunitárias, além de limitar a plurali<strong>da</strong>de de vozes e<br />

opiniões que circulam nas comuni<strong>da</strong>des ou entre o seu público. Esse quadro se<br />

agrava em períodos eleitorais, principalmente no interior, para interagir com eleitores<br />

e garantir a sua eleição ou fortalecimento político. Em qualquer situação, a<br />

plurali<strong>da</strong>de comunicacional fica radicalmente comprometi<strong>da</strong> e o movimento pela<br />

democratização <strong>da</strong> comunicação enfraquecido. 10<br />

Além disso, infelizmente, ain<strong>da</strong> contamos com um grande desconhecimento<br />

sobre esse complexo fenômeno comunicacional emergente no Brasil constituído<br />

pela radiofonia comunitária. O pouco interesse despertado pelas universi<strong>da</strong>des<br />

brasileiras sobre esse tema é praticamente nulo se comparado com o<br />

mesmo interesse por outros formatos e processos midiáticos, como a televisão e<br />

a internet, por exemplo. Existem poucos estudos sobre as rádios comunitárias,<br />

o que impede estabelecer um perfil mais concreto e realista <strong>da</strong>s experiências em<br />

curso ou projetar suas perspectivas em diferentes situações e contextos políticos.<br />

A razão pode ser encontra<strong>da</strong> no fato de que esse tipo de mídia não tem o<br />

mesmo fascínio que as mídias que se articulam aos grandes interesses econômicos,<br />

como a televisão ou a internet, que cresce no País de forma exponencial.<br />

Ademais, os atores vinculados à mídia radiofônica comunitária são destituídos<br />

de poder econômico e político e, exatamente por isso, buscam romper com essa<br />

situação. Liga<strong>da</strong>s ao universo <strong>da</strong> comunicação popular, os estudos ficam restritos<br />

a algumas enti<strong>da</strong>des populares e a poucos acadêmicos que se interessam e<br />

pesquisam o assunto no Brasil.<br />

Não obstante tais lacunas, torna-se necessário insistir na premissa de que o<br />

fenômeno comunicacional <strong>da</strong> radiodifusão comunitária merece ser estu<strong>da</strong>do e<br />

avaliado como um fato social relevante e portador de uma utopia que contesta<br />

o modelo tradicional e vertical de comunicação midiática. Para isso, levantamos<br />

neste ensaio a hipótese de que, se por um lado, existem significativas e inovadoras<br />

experiências sendo desenvolvi<strong>da</strong>s em todo o País por emissoras radiofônicas comunitárias,<br />

por outro lado existem outras experiências que têm caminhado para<br />

se transformar em simples cópia do modelo midiático comercial, em termos de<br />

estética, de produção, circulação e recepção <strong>da</strong>s mensagens. Outras são transforma<strong>da</strong>s<br />

em pequenos – mas importantes – “aparelhos” políticos, que coman<strong>da</strong>m<br />

a programação servindo, como trampolim para promover interesses extrarradio-<br />

10 No campo político <strong>da</strong> utopia comunicacional, é notório o esfacelamento parcial dos movimentos pela<br />

democratização <strong>da</strong> comunicação. Muitos militantes e movimentos dessa luta assumiram postos no governo,<br />

principalmente no Governo Lula, e delimitaram a sua luta apenas ao cumprimento legal <strong>da</strong> legislação, no caso<br />

a Lei 9.612, de 1998. A luta contra o fim do monopólio e do oligopólio <strong>da</strong>s comunicações desapareceu de suas<br />

agen<strong>da</strong>s, conforme mostra Adilson Cabral em seu artigo apresentado na Intercom em 2009: “O Desenvolvimento<br />

Humano e Social na Formulação de Políticas de Radiodifusão Comunitária no Brasil”.<br />

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