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79 Rádio Amiga da Cidade

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xamento, com baixos estímulos sonoros e menos urgente. O rádio de mobilização<br />

está voltado para a fala, enquanto o de relaxamento tende para a música. Nessa<br />

definição é que se enquadram as rádios comunitárias, que são volta<strong>da</strong>s para uma<br />

programação de alta estimulação e procuram tornar o ouvinte participante <strong>da</strong><br />

transmissão, mantendo um ritmo sempre dinâmico, com assuntos de relevância.<br />

O jornalismo é incentivado e o critério <strong>da</strong> proximi<strong>da</strong>de ganha destaque, com o<br />

noticiário tendendo para assuntos locais e para a apresentação de serviços à comuni<strong>da</strong>de<br />

(ORTRIWANO, 1985).<br />

Outro fator que contribui para a realização <strong>da</strong> utopia comunicacional radiofônica<br />

é a desburocratização <strong>da</strong>s emissoras, que facilita a participação do público na<br />

produção, transmissão e recepção. A entra<strong>da</strong> de diferentes vozes, temas ou assuntos<br />

em diferentes momentos <strong>da</strong> transmissão radiofônica através de telefonemas,<br />

ou ao vivo, permite potencializar a interação com o público e simbolicamente<br />

criar o sentimento de identificação e pertencimento <strong>da</strong> rádio ao público (TANU-<br />

RI, 2002).<br />

No contexto <strong>da</strong> emissão comunitária prevalece a instantanei<strong>da</strong>de e a coloquiali<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> interação com o ouvinte, em função de que ambos compartilham de um<br />

universo cultural e social próximos, fazendo com que os fatores referenciais <strong>da</strong> locução<br />

e <strong>da</strong> interpretação não sejam estranhos aos interlocutores (TANURI, 2002).<br />

Devido à proximi<strong>da</strong>de, à instantanei<strong>da</strong>de e à coloquiali<strong>da</strong>de, torna-se possível estabelecer<br />

um produtivo feedback, onde problemas e signos são compartilhados, estimulando<br />

o surgimento de novos referenciais para a ação social e simbólica.<br />

Em geral, as rádios comunitárias buscam atuar no campo <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de comunitária,<br />

reiterando as suas características geográficas e culturais com o desvelamento<br />

de seus virtuais aliados ou antagonistas (Estado, instituições públicas<br />

e priva<strong>da</strong>s, ou responsáveis pela solução ou causa de problemas de interesse comunitário).<br />

Ao colocar no ar a sua programação, valoriza o público e as pessoas<br />

e eventos locais que se destacam na solução de problemas e atendimento às reivindicações<br />

por obras e serviços <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong>des, dos políticos ou órgão públicos<br />

como fator de mobilização social, além de transmitir informações utilitárias e<br />

educativas para a população. Tais questões servem para amenizar e se contrapor<br />

também ao caráter clientelista e personalista dos políticos tradicionais.<br />

Também é relevante dizer que, com o boom <strong>da</strong>s emissoras comunitárias, diferentes<br />

movimentos pela democratização <strong>da</strong> comunicação promovem oportuna e<br />

pertinente discussão pública a favor <strong>da</strong> democratização e contra o monopólio <strong>da</strong><br />

comunicação. Nesse contexto, diferentes movimentos ou grupos populares lutam<br />

para ampliar a atual legislação sobre os meios de comunicação audiovisuais<br />

regulamentados pelo Estado com a finali<strong>da</strong>de de democratizar a comunicação<br />

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