30.04.2013 Views

TEORIA DA LITERATURA II - Universidade Castelo Branco

TEORIA DA LITERATURA II - Universidade Castelo Branco

TEORIA DA LITERATURA II - Universidade Castelo Branco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

22<br />

1.12 - A MIMÉSIS NA MATÉRIA<br />

FICCIONAL CINEMATOGRÁFICA<br />

“A mimese, nos textos ficcionais escritos para serem,<br />

posteriormente, transformados em películas<br />

cinematográficas, poderá ser descrita pelo ponto de<br />

vista platônico, ou seja, a literatura, ali embutida, será<br />

sempre linear, horizontal. Jamais, os textos<br />

cinematográficos, aqueles adaptados única e<br />

exclusivamente para a tela de cinema, no que se refere<br />

à arte propriamente dita, poderão alcançar, no futuro, o<br />

reconhecimento como Arte Literária. Isto, porque o<br />

cinema visa o reconhecimento no presente, pelo<br />

espectador do presente. As películas cinematográficas<br />

só alcançam impacto (catársis direta) no momento em<br />

que são lançadas ao público, uma vez que foram<br />

direcionadas ao espectador da época de sua atuação.<br />

Com o passar dos anos, os filmes perdem o impacto<br />

produzido em suas épocas e passam a serem vistos<br />

como reminiscências, como reproduções de realidades<br />

cinematográficas do passado, mesmo de um passado<br />

próximo. Por exemplo, os filmes americanos dos anos<br />

trinta do século XX já não causam impacto aos<br />

espectadores atuais, quando muito, são cultuados, por<br />

alguns aficcionados por cinema, como peças raras do<br />

repertório cinematográfico. (Ver os filmes de Charles<br />

Chaplin, O Gordo e o Magro, os filmes do faroeste<br />

americano, os filmes de Elvis Presley, os filmes de<br />

Ingmar Bergman, etc.).”<br />

(Neuza Machado, Apontamentos de<br />

Teoria Literária e Crítica Literária, 2007, no<br />

prelo)<br />

1.13 - CRIAÇÃO LITERÁRIA X<br />

REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA<br />

INTERIORI<strong>DA</strong>DE X EXTERIORI<strong>DA</strong>DE<br />

EU X OUTRO<br />

A VI<strong>DA</strong> X A CONTINUAÇÃO <strong>DA</strong> VI<strong>DA</strong><br />

Cada época prioriza uma forma e um gênero, na<br />

multiplicidade de opções que se lhe oferecem, para<br />

exprimir a sua angústia e a sua visão das coisas.<br />

CINEMA: 1 a FASE<br />

A linguagem cinematográfica, criada no século XIX,<br />

expressa um determinado momento da sociedade.<br />

I<strong>DA</strong>DE ANTIGA: palavra + imagem = SAGRADO<br />

SOCIE<strong>DA</strong>DE BURGUESA (comércio e indústria)<br />

Serviu-se da pintura e da literatura.<br />

FINAL DO SÉCULO XIX AO SÉCULO XX<br />

1 a FASE DO CINEMA - IRMÃOS GONCOURT<br />

SOCIE<strong>DA</strong>DE <strong>DA</strong>S TRANSFORMAÇÕES<br />

Momento da tecnologia da captação e da reprodução<br />

da imagem<br />

CINEMA - momento de transição?<br />

FIM - COMEÇO<br />

PARA O ENTENDIMENTO DO ASSUNTO<br />

ATENÇÃO!!!<br />

CINEMA: ATENDE A DEMAN<strong>DA</strong> <strong>DA</strong> SOCIE<strong>DA</strong>DE<br />

DE CA<strong>DA</strong> MOMENTO<br />

1.14 - CATÁRSIS<br />

CASTRO, Manuel Antônio de Castro. “A Natureza<br />

do Fenômeno Literário”. In.: SAMUEL, Rogel (Org.).<br />

Manual de Teoria Literária. 12.ed. Petrópolis: Vozes,<br />

2001, p. 59-61.<br />

“A catársis está profundamente relacionada com<br />

a mimésis, daí também ser uma questão<br />

controvertida e com múltiplas interpretações.<br />

O problema surge quando Aristóteles na Poética, ao<br />

definir a tragédia, alude aos efeitos que ela produz<br />

nos espectadores: “A tragédia é uma imitação da ação,<br />

elevada e completa, dotada de extensão, numa<br />

linguagem temperada, com formas diferentes em cada<br />

parte, atuando os personagens, e não mediante<br />

narração, e que, por meio da compaixão e do temor,<br />

provoca a purificação de tais paixões” (Aristóteles,<br />

1974: 145).<br />

Como o efeito da catársis se dá no leitor, tende-se a<br />

encaminhar o seu entendimento por esse referente.<br />

Ora, para que produza algum efeito, a catársis deve<br />

necessariamente fazer parte da natureza do fenômeno<br />

literário e como tal deve ser pensada. Normalmente,<br />

tal não acontece. Se a transformação se opera no leitor,<br />

tende-se a examinar o caráter de suas reações e assim<br />

definir a catársis. Tal processo cria uma dicotomia<br />

entre o fenômeno literário e a catársis. O inconveniente<br />

de tal separação é querer pautar o fenômeno literário<br />

pelos valores morais ou, inversamente, atribuir ao<br />

literário determinados valores a serem concretizados<br />

ideologicamente, isto é, valores moralistas. (...)<br />

A catársis não pode ser conceituada apenas pela ótica<br />

do leitor, pois ela faz parte da natureza do fenômeno<br />

literário, estando intimamente ligada à mimésis na<br />

manifestação da poiésis. Quando a mimésis está<br />

inteiramente desabrochada, há catársis, ela é a<br />

experiência operada pela arte, de totalidade, no sentido<br />

subjetivo e objetivo. Catársis é a mimésis na plenitude

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!