TEORIA DA LITERATURA II - Universidade Castelo Branco
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as coisas, uma fusão do sujeito no objeto, do visível<br />
no invisível, do natural no sobrenatural. O pensamento<br />
mítico é portanto pré-lógico e eqüivale a uma ontologia<br />
sagrada: Cada mito mostra, por uma manifestação do<br />
sagrado, como cada realidade veio ao mundo. (...)<br />
Modernamente, considera-se o mito como um<br />
problema de linguagem. A formação dos mitos obedece<br />
a uma necessidade cultural, isto é, os mitos são<br />
pressupostos culturais. O mito se encontra no nomear:<br />
Tudo o que foi nomeado torna-se real, como a própria<br />
coisa, como a realidade. O nomear dá nome às coisas,<br />
isto é, cria-as. “A princípio era o Verbo” significa isto:<br />
o nomear funda a realidade que é nomeada. Em lugar<br />
de um nome representar uma coisa, na nomeação há a<br />
identificação do nome com a coisa (coisa que não<br />
existia antes da nomeação). O nome não só designa,<br />
mas é a própria realidade. Desta maneira se tocam os<br />
problemas do mito e da literatura, isto é, da poesia<br />
como nomeação das coisas da realidade. Essa posse<br />
do nome é considerada “demoníaca”, no sentido de<br />
que o homem estaria de posse da capacidade de criar<br />
o mundo através da nomeação, ou seja, toma o lugar<br />
dos antigos deuses.<br />
O mito literário reside nessa nomeação, nessa<br />
recriação. E criar um mito significaria extrair da<br />
realidade uma narrativa que, de modo não-lógico,<br />
enfrenta o problema de explicação da própria<br />
realidade. Ou seja, o mito seria uma metáfora da<br />
realidade, daí a ligação entre metáfora e mito. A<br />
literatura, como o antigo mito, participaria da mesma<br />
natureza imaginativa de explicação do mundo. A<br />
literatura participa da necessidade mítica de explicar<br />
a realidade. O mito é uma função da literatura.” (Cf.:<br />
SAMUEL, Rogel. “Literatura, Mito e Linguagem”.<br />
In.: SAMUEL, Rogel (Org.). Manual de Teoria<br />
Literária. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 182-183)<br />
DICIONÁRIO:<br />
MITO (Do grego mythos = fábula, pelo latim mythu)<br />
- Narrativa dos tempos fabulosos ou heróicos;<br />
- Narrativa de significação simbólica, geralmente<br />
ligada à cosmogonia (Ciência que trata da origem e<br />
evolução do Universo), e referente a deuses<br />
encarnadores das forças da natureza e/ou de aspectos<br />
da condição humana;<br />
- Representação de fatos ou personagens reais,<br />
exagerada pela imaginação popular, pela tradição, etc.<br />
- Pessoa ou fato assim representado ou concebido.<br />
Por ex.: Para muitos, o mito do Super Homem do cinema<br />
americano representa o próprio homem americano, dos<br />
Estados Unidos da América do Norte.<br />
- Representação (passada ou futura) de um estádio<br />
ideal da humanidade. Por ex.: o mito da Idade do Ouro.<br />
- Coisa inacreditável, fantasiosa, irreal; utopia. Por<br />
exemplo: A perfeição absoluta é um mito.<br />
- Na Filosofia: Forma de pensamento oposta à do<br />
pensamento lógico e científico.<br />
- Mito da Caverna (Filosofia): Aquele com que<br />
Platão, no começo do livro sétimo da República, figura<br />
o processo pelo qual a alma passa da ignorância à<br />
verdade.<br />
- Ontologia Sagrada: Ontologia: Parte da filosofia<br />
que trata do ser enquanto ser, isto é, do ser concebido<br />
como tendo uma natureza comum que é inerente a<br />
todos os seres e a cada um dos seres. Sagrada: Que se<br />
sagrou ou que recebeu a consagração.<br />
MITO: “Os heróis épicos são sempre seres<br />
excepcionais, que se destacam por sua beleza, nobreza,<br />
excelência nos combates, astúcia e religiosidade. (...)<br />
Representam os arquétipos da imaginação humana,<br />
daí serem idealizados e dotados de forças e virtudes<br />
excepcionais. (...) Outra característica importante a<br />
se ressaltar é a presença do maravilhoso: atuação<br />
dos deuses e de fatos sobrenaturais que se interpõem<br />
na solução de um problema.” (In.: SAMUEL, Rogel<br />
(Org.) Manual de Teoria Literária. 13. ed. Petrópolis:<br />
Vozes, 2000, p. 78-79)<br />
DEUSES <strong>DA</strong> MITOLOGIA GREGA<br />
URANOS - mutilado por Saturno<br />
SATURNO - Devorador dos próprios filhos //<br />
SATURNO = CRONOS è símbolo do tempo, que<br />
destrói tudo o que cria.<br />
ZEUS - Conseguiu escapar à fome infanticida do pai,<br />
destrona-o e o pune implacavelmente.<br />
ZEUS = Júpiter dos latinos, Osíris dos egípcios, Amon<br />
do resto da África.<br />
OUTROS: HERA, APOLO, ATHENAS, AFRODITE,<br />
ETC.<br />
Para um conhecimento maior sobre os deuses da<br />
mitologia greco-romana, ler:<br />
BRANDÃO, Junito. Mitologia Grega. Petrópolis: Vozes, 1994.