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TEORIA DA LITERATURA II - Universidade Castelo Branco

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64<br />

as coisas, uma fusão do sujeito no objeto, do visível<br />

no invisível, do natural no sobrenatural. O pensamento<br />

mítico é portanto pré-lógico e eqüivale a uma ontologia<br />

sagrada: Cada mito mostra, por uma manifestação do<br />

sagrado, como cada realidade veio ao mundo. (...)<br />

Modernamente, considera-se o mito como um<br />

problema de linguagem. A formação dos mitos obedece<br />

a uma necessidade cultural, isto é, os mitos são<br />

pressupostos culturais. O mito se encontra no nomear:<br />

Tudo o que foi nomeado torna-se real, como a própria<br />

coisa, como a realidade. O nomear dá nome às coisas,<br />

isto é, cria-as. “A princípio era o Verbo” significa isto:<br />

o nomear funda a realidade que é nomeada. Em lugar<br />

de um nome representar uma coisa, na nomeação há a<br />

identificação do nome com a coisa (coisa que não<br />

existia antes da nomeação). O nome não só designa,<br />

mas é a própria realidade. Desta maneira se tocam os<br />

problemas do mito e da literatura, isto é, da poesia<br />

como nomeação das coisas da realidade. Essa posse<br />

do nome é considerada “demoníaca”, no sentido de<br />

que o homem estaria de posse da capacidade de criar<br />

o mundo através da nomeação, ou seja, toma o lugar<br />

dos antigos deuses.<br />

O mito literário reside nessa nomeação, nessa<br />

recriação. E criar um mito significaria extrair da<br />

realidade uma narrativa que, de modo não-lógico,<br />

enfrenta o problema de explicação da própria<br />

realidade. Ou seja, o mito seria uma metáfora da<br />

realidade, daí a ligação entre metáfora e mito. A<br />

literatura, como o antigo mito, participaria da mesma<br />

natureza imaginativa de explicação do mundo. A<br />

literatura participa da necessidade mítica de explicar<br />

a realidade. O mito é uma função da literatura.” (Cf.:<br />

SAMUEL, Rogel. “Literatura, Mito e Linguagem”.<br />

In.: SAMUEL, Rogel (Org.). Manual de Teoria<br />

Literária. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 182-183)<br />

DICIONÁRIO:<br />

MITO (Do grego mythos = fábula, pelo latim mythu)<br />

- Narrativa dos tempos fabulosos ou heróicos;<br />

- Narrativa de significação simbólica, geralmente<br />

ligada à cosmogonia (Ciência que trata da origem e<br />

evolução do Universo), e referente a deuses<br />

encarnadores das forças da natureza e/ou de aspectos<br />

da condição humana;<br />

- Representação de fatos ou personagens reais,<br />

exagerada pela imaginação popular, pela tradição, etc.<br />

- Pessoa ou fato assim representado ou concebido.<br />

Por ex.: Para muitos, o mito do Super Homem do cinema<br />

americano representa o próprio homem americano, dos<br />

Estados Unidos da América do Norte.<br />

- Representação (passada ou futura) de um estádio<br />

ideal da humanidade. Por ex.: o mito da Idade do Ouro.<br />

- Coisa inacreditável, fantasiosa, irreal; utopia. Por<br />

exemplo: A perfeição absoluta é um mito.<br />

- Na Filosofia: Forma de pensamento oposta à do<br />

pensamento lógico e científico.<br />

- Mito da Caverna (Filosofia): Aquele com que<br />

Platão, no começo do livro sétimo da República, figura<br />

o processo pelo qual a alma passa da ignorância à<br />

verdade.<br />

- Ontologia Sagrada: Ontologia: Parte da filosofia<br />

que trata do ser enquanto ser, isto é, do ser concebido<br />

como tendo uma natureza comum que é inerente a<br />

todos os seres e a cada um dos seres. Sagrada: Que se<br />

sagrou ou que recebeu a consagração.<br />

MITO: “Os heróis épicos são sempre seres<br />

excepcionais, que se destacam por sua beleza, nobreza,<br />

excelência nos combates, astúcia e religiosidade. (...)<br />

Representam os arquétipos da imaginação humana,<br />

daí serem idealizados e dotados de forças e virtudes<br />

excepcionais. (...) Outra característica importante a<br />

se ressaltar é a presença do maravilhoso: atuação<br />

dos deuses e de fatos sobrenaturais que se interpõem<br />

na solução de um problema.” (In.: SAMUEL, Rogel<br />

(Org.) Manual de Teoria Literária. 13. ed. Petrópolis:<br />

Vozes, 2000, p. 78-79)<br />

DEUSES <strong>DA</strong> MITOLOGIA GREGA<br />

URANOS - mutilado por Saturno<br />

SATURNO - Devorador dos próprios filhos //<br />

SATURNO = CRONOS è símbolo do tempo, que<br />

destrói tudo o que cria.<br />

ZEUS - Conseguiu escapar à fome infanticida do pai,<br />

destrona-o e o pune implacavelmente.<br />

ZEUS = Júpiter dos latinos, Osíris dos egípcios, Amon<br />

do resto da África.<br />

OUTROS: HERA, APOLO, ATHENAS, AFRODITE,<br />

ETC.<br />

Para um conhecimento maior sobre os deuses da<br />

mitologia greco-romana, ler:<br />

BRANDÃO, Junito. Mitologia Grega. Petrópolis: Vozes, 1994.

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