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TEORIA DA LITERATURA II - Universidade Castelo Branco

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profundas: um francês não tem a mesma predisposição<br />

que um alemão para gostar e compreender os mesmos<br />

traços do caráter inglês. Na elaboração destes tipos<br />

nacionais, a literatura desempenha um papel decisivo.<br />

(Por exemplo: opiniões de determinados autores sobre<br />

determinados países). Estudar os nascimento e<br />

desenvolvimento dessas interpretações de um país<br />

constitui uma das tarefas da Literatura Comparada.<br />

1 o ) Por uma literatura estrangeira (Por exemplo:<br />

Como os argentinos vêem os brasileiros? Que traço se<br />

lhes atribuem? E vice-versa?) // A Literatura<br />

Comparada pode ajudar dois países a operar uma<br />

espécie de psicanálise nacional. Conhecendo melhor<br />

a origem de seus mútuos preconceitos, cada qual se<br />

conhecerá melhor e será mais indulgente com o outro,<br />

que nutriu prevenções análogas às suas. (p.29)<br />

2 o ) Por um autor estrangeiro. A interpretação de um<br />

país estrangeiro pelo autor:<br />

*Mais do que descobrir em sua obra as influências<br />

sofridas, mais do que observar o que um autor deve a<br />

um outro estrangeiro, [o comparatista deverá] olhar:<br />

- como ele descobriu o país?<br />

- como ele aprendeu a língua?<br />

- como travou amizades?<br />

*Depois, quando voltou a seu país:<br />

- que aspectos do outro país deu a conhecer e por<br />

que esses e não outros?<br />

*Se por acaso falar em influências, fazê-lo de forma<br />

positiva:<br />

- realçar o caráter da obra;<br />

- levar em conta a cronologia;<br />

- o êxito da obra e do autor;<br />

- as interpretações particulares.<br />

ATENÇÃO: Se uma obra, de uma dada época,<br />

se reflete numa obra bem posterior, as influências<br />

são positivas. Aquelas não retiram da nova obra<br />

seu caráter ímpar. Neuza Machado<br />

ASSUNTO PRINCIPAL <strong>DA</strong> <strong>LITERATURA</strong><br />

COMPARA<strong>DA</strong>:SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS<br />

ENTRE DOIS TEXTOS LITERÁRIOS<br />

CAPÍTULO 4: RELAÇÕES DE CONTATO<br />

“Depois de haver examinado as possibilidades e as<br />

limitações teóricas da Literatura Comparada em geral,<br />

é preciso estudar a extensão de seu campo de<br />

investigação, os enfoques permitidos e os problemas<br />

enfrentados.<br />

Para por em ordem os materiais de que dispõe o<br />

comparatismo, foi proposto um método de<br />

classificação que não parece completamente<br />

satisfatório. Segundo Van Tieghen, a totalidade dos<br />

problemas abarcados pela disciplina comparatista se<br />

pode classificar tendo em conta a posição do autor ou<br />

de sua obra, em relação com o processo de transmissão<br />

que forma o objeto do estudo.<br />

Segundo Van Tieghem:<br />

· Estudar a extensão de seu campo de investigação;<br />

· Estudar os enfoques permitidos;<br />

· Estudar os problemas enfrentados.<br />

TRANSMISSÃO - RELAÇÃO<br />

TRANSMISSÃO - Meio de influenciar<br />

TRANSMISSÃO - O autor pode servir de emissor<br />

(se é ele quem serve de modelo ou de fonte)<br />

EMISSOR è É aquele que serve de modelo ou fonte<br />

MODELO è Escritor ou obra ou personagem ou tema<br />

(por exemplo: O escritor Machado de Assis; as obras<br />

de Guimarães Rosa; Dom Quixote, de Miguel de<br />

Cervantes; o Mito do Eterno Retorno)<br />

FONTE - Escritor ou obra = fonte para outros<br />

escritores<br />

RECEPTOR - Em suas obras captam-se as influências<br />

ou as repercussões de ações contidas no modelo.<br />

RECEPTOR/EMISSOR - Escritores que captam e<br />

retransmitem<br />

AGENTE DE TRANSMISSÃO (OU<br />

INTERMEDIÁRIO) - Quando o autor apenas serve<br />

de enlace (entre a fonte e o seu próprio narradorimitador)<br />

Esta ótica é interessante e particulariza com suficiente<br />

claridade as possíveis atitudes do autor, desde o ponto<br />

de vista comparatista; de modo que nos serviremos<br />

dela (da ótica) mais de uma vez. Mas, isto é insuficiente<br />

para assegurar uma boa divisão dos problemas e uma<br />

classificação coerente das matérias que se comparam.<br />

Com efeito, pelo menos dois dos três termos indicados

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