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Quando o ônibus já estava quase vazio, eis que se levantou lentamente<br />
de sua poltrona uma moça um pouco gorda. Em seguida,<br />
após procurar e pegar no bagageiro sua pequena sacola, desceu do<br />
ônibus.<br />
Na porta por onde os passageiros saíam e desciam, vendedores<br />
de sorvete, biscoitos e outras guloseimas ofereciam suas mercadorias<br />
insossas <strong>para</strong> os passageiros sonolentos e de cara amassada que desciam<br />
do ônibus. Entre <strong>esse</strong>s vendedores estava Zé da Marta.<br />
Devido ao fraco movimento da rodoviária e ao grande número<br />
de fregueses potenciais existentes em frente à casa de Rachel, Zé da<br />
Marta, por diversas vezes durante o desaparecimento de Rachel, tinha<br />
ido vender seus biscoitos em frente e mesmo dentro da casa do prefeito.<br />
Nessas ocasiões, por várias vezes ele viu o retrato dela reproduzidos<br />
nos “santinhos” que foram distribuídos. Além disso, visualizava<br />
internamente, sem se esquecer, a enorme fotografia de Rachel dependurada<br />
na parede da sala da casa do prefeito. Zé da Marta havia se<br />
apaixonado pela moça bonita e cheia da fotografias, por isso mesmo<br />
carregava o “santinho”, guardado com carinho no bolso da camisa<br />
que usava, bem junto ao coração.<br />
Quando Zé da Marta se aproximou da última passageira que<br />
descia ônibus, desanimado, pois não conseguira vender um só pacote,<br />
ficou frente-a-frente com ela <strong>para</strong> lhe oferecer os biscoitos de polvilho<br />
que segurava em uma das mãos. Após fitá-la por alguns segundos,<br />
se espantou. Confuso, após colocar o pacote que carregava dentro<br />
do balaio, colocou este em cima do passeio. Sempre olhando <strong>para</strong> a<br />
moça, enfiou sua mão no bolso da camisa e retirou o retratinho que<br />
guardava com tanto carinho. Olhou <strong>para</strong> o “santinho” já sujo e ensebado,<br />
examinou-o mais uma vez e observou detidamente a moça que<br />
descera do ônibus. Espantado, automaticamente Zé da Marta correu<br />
até ela e gritou ofegante:<br />
— Você não é a moça que desapareceu?<br />
— Eu não! Moça que desapareceu? Não entendi.<br />
— Desapareceu uma moça d<strong>aqui</strong>.<br />
— Que moça? Qual é o nome dela?<br />
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