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O contato diário nos leva a conhecer melhor os outros e a nós<br />
mesmos, de um modo mais próximo da realidade.<br />
Assim aconteceu, como não podia ser diferente, com Rachel e<br />
Tomé, velhos conhecidos e parentes, desde o tempo de crianças na escola.<br />
Com o tempo, cada um foi se acostumando ao outro. Os hábitos<br />
ajudam-nos a tolerar tudo. Isso acontece com todos nós, habituamonos<br />
a tudo, com as melhores e piores coisas e pessoas. Com o tempo,<br />
achamos normal tudo, passamos a gostar e a defender o que anteriormente<br />
odiávamos.<br />
Rachel, detestada pelo físico, feiúra e antipatia, possuía algo<br />
que todos desejavam: dinheiro e poder político, não dela, mas do pai.<br />
Em Lumeeira, os pais ricos ajudavam o genro pobre após o casamento,<br />
<strong>para</strong> isso lhe davam algum dinheiro <strong>para</strong> iniciar a vida de casado.<br />
Muitos sogros abriam, após o retorno da lua-de-mel, que sempre era<br />
passada na praia, um pequeno comércio <strong>para</strong> o genro iniciar sua vida<br />
e poder sustentar a mulher e os filhos que provavelmente nasceriam<br />
d<strong>esse</strong>s casamentos.<br />
Tomé era pobre e louco por dinheiro e, talvez sem o saber, procurava<br />
Rachel por isso. O pai dela ficava a cada dia mais rico, possuía<br />
duas grandes fazendas, gado leiteiro, casa na capital, mercearia, posto<br />
de gasolina, uma firma de material de construção, além de pedras preciosas,<br />
como esmeraldas e alexandritas. Esse poder econômico todo<br />
era uma forte tentação <strong>para</strong> Tomé, assim não era absurdo pensar que<br />
Tomé, buscando uma segurança financeira <strong>para</strong> si, pud<strong>esse</strong> aceitar um<br />
casamento com ela <strong>para</strong> consertar sua vida. Ele dizia <strong>para</strong> os amigos<br />
que tinha apenas dó dela e, <strong>para</strong> agradar seus primos, ia visitá-la ocasionalmente.<br />
Raramente saía com Rachel pelas ruas da cidade ou mesmo <strong>para</strong><br />
alguma festa. Quando assim o fazia, estava sempre acompanhado por<br />
outros parentes. Nunca Tomé lhe dera um abraço e nunca teve desejos<br />
de fazer isso.<br />
Entretanto, <strong>para</strong> azar de Rachel, todos na cidade sabiam que<br />
Tomé, desde os 16 anos, pertencia a Zilda, uma das prostitutas da cidade,<br />
moradora ao lado da rodoviária.<br />
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