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Tradução de Jorge Colaço - Saída de Emergência

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— Meu Deus — disse Carson. — Estas medidas <strong>de</strong> segurança são<br />

inacreditáveis. De qualquer forma, que têm vocês aqui <strong>de</strong>ntro?<br />

— Escolha — soou a voz. — Peste bubónica, peste pneumónica,<br />

vírus <strong>de</strong> Marburgo, Hantavírus, Dengue, Ébola, antrax. Sem falar <strong>de</strong> uns<br />

quantos agentes biológicos soviéticos. Todos congelados, atualmente, claro.<br />

Os espaços apertados, o fato volumoso, o ar abafado, tudo tinha um<br />

efeito <strong>de</strong>sorientador sobre Carson. Deu por si a engolir golfadas <strong>de</strong> oxigénio,<br />

lutando contra uma vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> abrir os fechos e dar a si mesmo espaço<br />

para respirar.<br />

Finalmente, pararam numa pequena abertura circular <strong>de</strong> on<strong>de</strong> partiam<br />

diversos corredores estreitos, como os raios <strong>de</strong> uma roda.<br />

— Que é aquilo? — perguntou Carson, apontando para um enorme<br />

tubo <strong>de</strong> distribuição acima das suas cabeças.<br />

— É o tubo <strong>de</strong> captação do ar — disse Brandon-Smith, ligando uma<br />

nova mangueira ao fato. — Isto é o centro do Tanque da Febre. Existe em<br />

toda a instalação um controlo do fl uxo <strong>de</strong> ar negativo. A pressão do ar diminui<br />

à medida que se avança mais. Todo o ar fl ui para este ponto, <strong>de</strong>pois é<br />

levado para o incinerador e posto <strong>de</strong> novo em circulação. — Fez um gesto<br />

na direção <strong>de</strong> um dos corredores. — O seu laboratório é ali ao fundo. Irá<br />

vê-lo muito em breve. Não tenho tempo <strong>de</strong> lhe mostrar tudo.<br />

— E ali em baixo? — disse Carson, apontando para um tubo estreito,<br />

junto aos pés <strong>de</strong>les, contendo uma brilhante escada <strong>de</strong> metal.<br />

— Existem três níveis abaixo <strong>de</strong> nós. Laboratórios <strong>de</strong> reserva, posto<br />

<strong>de</strong> segurança, congeladores CRYLOX, geradores, o centro <strong>de</strong> controlo.<br />

Avançou uns metros por uma das alas, parando em frente <strong>de</strong> outra<br />

porta.<br />

— Carson? — disse ela.<br />

— Sim.<br />

— Última paragem. O Zoo. Mantenha-se bem afastado das jaulas.<br />

Não <strong>de</strong>ixe que o agarrem. Se lhe rasgarem um pedaço do fato, não mais<br />

verá a luz do dia. Ficará fechado aqui até morrer.<br />

— O Zoo…? — começou Carson a dizer, mas Brandon-Smith estava<br />

já a abrir a porta. De súbito, o martelar fi cou mais forte e Carson percebeu<br />

que não era, afi nal, um gerador. Eram gritos e vaias abafados, fi ltrados pelo<br />

seu fato pressurizado. Ao virar uma esquina, Carson viu que uma das pare<strong>de</strong>s<br />

do interior da sala estava forrada <strong>de</strong> jaulas do chão ao teto. Olhos negros<br />

como contas espreitavam por entre a re<strong>de</strong> metálica. A chegada dos visitantes<br />

fez o nível <strong>de</strong> ruído aumentar dramaticamente. Muitos dos prisioneiros<br />

estavam agora a bater com os pés e as mãos na base das jaulas.<br />

— Chimpanzés? — perguntou Carson.<br />

— Boa!<br />

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