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Cá estou de volta no filme 'De ida para o passado* - cpvsp.org.br

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Quinzena Eco<strong>no</strong>mia<<strong>br</strong> />

Suma Econômica - Julho/90<<strong>br</strong> />

Os Próximos A<strong>no</strong>s na Eco<strong>no</strong>mia Brasileira<<strong>br</strong> />

Os principais fatores <strong>de</strong> longo prazo que impulsiona-<<strong>br</strong> />

ram a indústria <strong>no</strong>s útimos trinta a<strong>no</strong>s continuam presen-<<strong>br</strong> />

tes: (1) forte expansão das fronteiras agrícolas e minerais;<<strong>br</strong> />

(2) o processo <strong>de</strong> integração do mercado inter<strong>no</strong> e abertu-<<strong>br</strong> />

ra <strong>para</strong> as exportações; (3) o gap tec<strong>no</strong>lógico e gerencial<<strong>br</strong> />

em relação aos países mais <strong>de</strong>senvolvidos; (4) a migração<<strong>br</strong> />

e urbanização; e (5) a mental<strong>ida</strong><strong>de</strong> pró-<strong>de</strong>senvolvimento.<<strong>br</strong> />

A indústria <strong>br</strong>asileira, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a II Guerra, sempre apre-<<strong>br</strong> />

sentou taxas expressivas <strong>de</strong> crescimento. Até a década <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

70, acreditava-se que o período compreendido entre 1950<<strong>br</strong> />

e 1960 fosse o marco histórico <strong>de</strong> maior crescimento in-<<strong>br</strong> />

dustrial. Nestes a<strong>no</strong>s, a produção se multiplicou por 2,59.<<strong>br</strong> />

Entretanto, <strong>de</strong> 1968 a 1976, a produção apresentou um<<strong>br</strong> />

<strong>no</strong>vo recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão. No <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>stes 8 a<strong>no</strong>s, ela<<strong>br</strong> />

se multiplicou por 2,65.<<strong>br</strong> />

Nos próximos a<strong>no</strong>s, ainda que o PEB e a produção in-<<strong>br</strong> />

dustrial cresçam a taxas elevadas, o produto potencial da<<strong>br</strong> />

eco<strong>no</strong>mia <strong>br</strong>asileira permanecerá abaixo da sua média<<strong>br</strong> />

histórica. Logo, é razoável esperar que, <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s seguin-<<strong>br</strong> />

tes a 1991, o PIB e, particularmente, a produção indus-<<strong>br</strong> />

trial, alcancem valores próximos aos obtidos na década<<strong>br</strong> />

passada.<<strong>br</strong> />

A industrialização <strong>br</strong>asileira é relativamente recente e<<strong>br</strong> />

muito dinâmica. Devido a isto, a estrutura da produção<<strong>br</strong> />

industrial <strong>br</strong>asileira muda muito <strong>de</strong>pressa.<<strong>br</strong> />

Oscilações Bruscas <strong>de</strong> Tendências<<strong>br</strong> />

A principal característica das vendas do comércio e da<<strong>br</strong> />

produção industrial, <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr dos últimos <strong>de</strong>z a<strong>no</strong>s,<<strong>br</strong> />

tem sido a <strong>de</strong> mudanças <strong>br</strong>uscas nas tendências <strong>de</strong> vendas<<strong>br</strong> />

do varejo, com um impacto direto so<strong>br</strong>e a produção in-<<strong>br</strong> />

dustriai e, conseqüentemente, so<strong>br</strong>e o fluxo <strong>de</strong> caixa das<<strong>br</strong> />

empresas.<<strong>br</strong> />

Nos próximos a<strong>no</strong>s, as empresas <strong>de</strong>vem estar pre<strong>para</strong>-<<strong>br</strong> />

das <strong>para</strong> continuarem convivendo com as mesmas oscila-<<strong>br</strong> />

ções.<<strong>br</strong> />

Tendências e Oportun<strong>ida</strong><strong>de</strong>s <strong>no</strong> Curto e Médio Prazos<<strong>br</strong> />

Consi<strong>de</strong>rando a situação atuai, as principais tendências<<strong>br</strong> />

e oportun<strong>ida</strong><strong>de</strong>s são as seguintes:<<strong>br</strong> />

1. Em uma situação recessiva não se <strong>de</strong>ve tentar ganhar<<strong>br</strong> />

morket shore (mercado compartilhado) com uma polí-<<strong>br</strong> />

tica <strong>de</strong> preços <strong>de</strong>primidos. Pelo contrário, as empresas<<strong>br</strong> />

precisam manter as margens e garantir lucros. A expe-<<strong>br</strong> />

riência da década <strong>de</strong> 80 mostrou que todas as empresas<<strong>br</strong> />

que procuram ganhar morket shore com uma política<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> preços baixos acabaram por entrar em séria crises<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> liqui<strong>de</strong>z, com falta <strong>de</strong> capital <strong>de</strong> giro que muitas ve-<<strong>br</strong> />

zes levaram as empresas à concordata ou a uma <strong>br</strong>utal<<strong>br</strong> />

redução <strong>no</strong> nível <strong>de</strong> ativ<strong>ida</strong><strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />

2. Em uma situação <strong>de</strong> crise <strong>de</strong>ve-se ganhar morket shore<<strong>br</strong> />

não com preços, mas com a segmetação e i<strong>de</strong>ntificação<<strong>br</strong> />

dos clientes <strong>no</strong>s setores da eco<strong>no</strong>mia que me<strong>no</strong>s per-<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>m com a situação recessiva, já que a recessão não é<<strong>br</strong> />

um fenôme<strong>no</strong> uniforme <strong>para</strong> todas as empresas.<<strong>br</strong> />

3. A recomposição da massa salarial a partir do final <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

setem<strong>br</strong>o <strong>de</strong>ve permitir uma recuperação nas vendas do<<strong>br</strong> />

varejo <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr dos últimos meses do a<strong>no</strong>. Esta si-<<strong>br</strong> />

tuação irá beneficiar principalmente as empresas pro-<<strong>br</strong> />

dutoras <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo, que farão caixa com o<<strong>br</strong> />

aumento das vendas <strong>para</strong> o varejo e com a diminuição<<strong>br</strong> />

dos seus estoques <strong>de</strong> insumos e matérias-primas. Re-<<strong>br</strong> />

comenda-se a aplicação dos excessos <strong>de</strong> caixa <strong>no</strong> mer-<<strong>br</strong> />

cado financeiro até o fim <strong>de</strong> <strong>no</strong>vem<strong>br</strong>o e a recomposi-<<strong>br</strong> />

ção dos estoques a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>zem<strong>br</strong>o, quando a <strong>de</strong>-<<strong>br</strong> />

manda por bens intermediários ainda estará muito fraca<<strong>br</strong> />

e, conseqüentemente, se po<strong>de</strong>rá começar a recomposi-<<strong>br</strong> />

ção <strong>de</strong> estoques a preços bastante baixos.<<strong>br</strong> />

4. A industria <strong>de</strong> bens intermediários ten<strong>de</strong> a aumentar as<<strong>br</strong> />

suas vendas só a partir do início do a<strong>no</strong> que vem,<<strong>br</strong> />

quando os estoques das indústrias estarão em níveis<<strong>br</strong> />

muito baixos.<<strong>br</strong> />

5. As vendas do varejo, que sazonalmente já são baixas<<strong>br</strong> />

<strong>no</strong> primeiro trimestre, ten<strong>de</strong>m a se aprofundar ainda<<strong>br</strong> />

mais <strong>no</strong>s primeiros meses do a<strong>no</strong> que vem, porém, te-<<strong>br</strong> />

ráo uma forte recuperação a partir <strong>de</strong> a<strong>br</strong>il e maio do<<strong>br</strong> />

oróximo a<strong>no</strong>.<<strong>br</strong> />

6. O risco <strong>de</strong> uma <strong>no</strong>va aceleração inflacionária é muito<<strong>br</strong> />

alto, se o país tiver uma <strong>no</strong>va frustração <strong>de</strong> safra na<<strong>br</strong> />

colheita 1990/1991. Os estoques reguladores do go-<<strong>br</strong> />

ver<strong>no</strong> praticamente já não existem. Os estoques atual-<<strong>br</strong> />

mente estão nas mãos dos atacadistas, distribuidores e<<strong>br</strong> />

produtores. Uma frustração <strong>de</strong> safras provocará uma<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>utal pressão altista so<strong>br</strong>e os preços dos alimentos e<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e a inflação. Logo, o gover<strong>no</strong> terá que liberar re-<<strong>br</strong> />

cursos <strong>para</strong> o plantio da próxima safra mesmo <strong>para</strong> os<<strong>br</strong> />

agricultores que não rolarem suas dív<strong>ida</strong>s com o Banco<<strong>br</strong> />

do Brasil, já que o país não po<strong>de</strong> correr o risco <strong>de</strong> uma<<strong>br</strong> />

<strong>no</strong>va frustração <strong>de</strong> safra.<<strong>br</strong> />

7. A tendência principal <strong>para</strong> a eco<strong>no</strong>mia em 1991 é <strong>para</strong><<strong>br</strong> />

um crescimento entre 3% e 5%. O crescimento <strong>de</strong>ve<<strong>br</strong> />

ser "puxado" principalmente por uma necess<strong>ida</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

recomposição <strong>de</strong> estoques <strong>no</strong> mercado inter<strong>no</strong> como,<<strong>br</strong> />

provavelmente, por um crescimento das exportações, já<<strong>br</strong> />

que o dólar precisará ser <strong>de</strong>svalorizado <strong>para</strong> que se ge-<<strong>br</strong> />

re saldos comerciais suficientes <strong>para</strong> se pagar o custo<<strong>br</strong> />

adicional <strong>de</strong> importações <strong>de</strong> petróleo e pelo me<strong>no</strong>s, al-<<strong>br</strong> />

go em tomo <strong>de</strong> US$ 3 bilhões aos bancos estrangeiros.<<strong>br</strong> />

8. Em termos <strong>de</strong> investimentos, consi<strong>de</strong>rou a melhor al-<<strong>br</strong> />

ternativa, <strong>para</strong> os próximos seis meses, investimentos<<strong>br</strong> />

em terre<strong>no</strong>s comerciais ou resi<strong>de</strong>nciais urba<strong>no</strong>s, assim<<strong>br</strong> />

como fazendas <strong>no</strong> interior <strong>de</strong> São Paulo, Sul e Minas e<<strong>br</strong> />

Centro-Oeste, pois a queda na renda agrícola, neste<<strong>br</strong> />

a<strong>no</strong>, <strong>de</strong>preciou exageradamente o preço <strong>de</strong>stes ativos.<<strong>br</strong> />

O aumento da renda agrícola, a partir da safra em mar-<<strong>br</strong> />

ço <strong>de</strong> 1991, ten<strong>de</strong> a valorizar muito os preços <strong>de</strong>stes<<strong>br</strong> />

ativos.<<strong>br</strong> />

9. Recomendamos, também, investimentos em dólares (ou<<strong>br</strong> />

melhor, em marcos alemães, já que a Alemanha paga,<<strong>br</strong> />

hoje, a maior taxa <strong>de</strong> juros reais do mundo Oci<strong>de</strong>ntal<<strong>br</strong> />

<strong>para</strong> aplicações e o marco alemão ten<strong>de</strong> a continuar se<<strong>br</strong> />

valorizando) e em ações. Destaco o fato das empresas<<strong>br</strong> />

em Bolsas, em geral, serem as maiores e lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

mercado, que ten<strong>de</strong>m a se beneficiar <strong>de</strong> um processo<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> concentração. Além disso, se efetivamente se extin-<<strong>br</strong> />

guirem as ações preferenciais, os preços do mercado se<<strong>br</strong> />

elevarão muito.<<strong>br</strong> />

10. Por fim, é importante consi<strong>de</strong>rar que a eco<strong>no</strong>mia in-<<strong>br</strong> />

ternacional continuará em expansão neste a<strong>no</strong> e <strong>no</strong><<strong>br</strong> />

próximo, <strong>de</strong>vido à integração <strong>de</strong> mercados. O impacto<<strong>br</strong> />

da elevação dos preços do petróleo só atingirá em<<strong>br</strong> />

cheio a eco<strong>no</strong>mia americana.

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