Cá estou de volta no filme 'De ida para o passado* - cpvsp.org.br
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Movimento <strong>de</strong> Oposição Sindical<<strong>br</strong> />
Metalúrgica <strong>de</strong> Sáo Paulo - Outu<strong>br</strong>o/90<<strong>br</strong> />
AOS COMPANHEIROS MILITANTES<<strong>br</strong> />
DO MOVIMENTO DE OPOSIÇÃO<<strong>br</strong> />
METALÚRGICA DE SÃO PAULO<<strong>br</strong> />
Luiz Antônio Me<strong>de</strong>iros está assentando politicamente<<strong>br</strong> />
num sindicato metalúrgico po<strong>de</strong>roso, cuja base chega a<<strong>br</strong> />
370 mil trabalhadores. É o Sindicato dos Metalúrgicos<<strong>br</strong> />
do município <strong>de</strong> São Paulo. Sua projeção nacional se<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>ve a essa base metalúrgica. Nesta categoria, pela sua<<strong>br</strong> />
importância estratégica, vem se <strong>org</strong>anizando, a mais <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
25 a<strong>no</strong>s, oposições sindicais que atravessaram todo o<<strong>br</strong> />
período da ditadua militar lutando contra o peleguismo,<<strong>br</strong> />
do qual Me<strong>de</strong>iros é o mais recente representante. Para a<<strong>br</strong> />
categoria dos metalúrgicos da Capital se <strong>volta</strong>m os olhos<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> todo o movimento sindical nacional, se <strong>volta</strong>m os<<strong>br</strong> />
olhos e armas dos patrões e gover<strong>no</strong>.<<strong>br</strong> />
Companheiros,<<strong>br</strong> />
Já passaram cinco meses <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a eleição sindical. O<<strong>br</strong> />
quadro com que <strong>no</strong>s <strong>de</strong><strong>para</strong>mos hoje não po<strong>de</strong>ria ser mais<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>solador: o MOSMSP, enquanto <strong>org</strong>anização e proposta<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> luta sem tréguas contra os patrões e os pelegos, não<<strong>br</strong> />
tem existido na prática. Vemos ocorrer, e <strong>de</strong> modo muito<<strong>br</strong> />
mais grave, o que já havia ocorrido após a <strong>de</strong>rrota <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
1987.<<strong>br</strong> />
Antes mesmo dos resultados das umas ouvíamos com-<<strong>br</strong> />
panheiros afirmarem que o MOSMSP "enquanto estrutura<<strong>br</strong> />
<strong>org</strong>ânica" já não teria mais sentido. Após o térmi<strong>no</strong> da<<strong>br</strong> />
eleição também se falava <strong>de</strong> um "<strong>de</strong>smonte" da estrutura<<strong>br</strong> />
do MOSMSP.<<strong>br</strong> />
Todas essas conversas eram, <strong>para</strong> nós, apenas suposi-<<strong>br</strong> />
ções ou propostas que iriam ser discut<strong>ida</strong>s por todos nós.<<strong>br</strong> />
Por isso estranhamos muito quando constatamos que, <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
fato, iniciara-se um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>smobilização do<<strong>br</strong> />
MOSMSP e um "<strong>de</strong>smonte" <strong>de</strong> parte <strong>de</strong> sua estrutura.<<strong>br</strong> />
Tudo isso sem que tivesse havido qualquer consulta ou<<strong>br</strong> />
discussão. Não percebemos nenhuma vonta<strong>de</strong> política por<<strong>br</strong> />
parte da coor<strong>de</strong>nação em a<strong>br</strong>ir o <strong>de</strong>bate junto ao coletivo,<<strong>br</strong> />
nem mesmo <strong>para</strong> avaliar o resultado eleitora, embora vá-<<strong>br</strong> />
rios companheiros tivessem <strong>de</strong>monstrado esse interesse,<<strong>br</strong> />
apresentando valiosas contribuições por escrito.<<strong>br</strong> />
A ultima tentativa <strong>de</strong> realizar uma discussão <strong>de</strong> avalia-<<strong>br</strong> />
ção ocorreu em maio. Por proposta <strong>no</strong>ssa, foi marcada<<strong>br</strong> />
uma reunião <strong>de</strong> avaliação <strong>para</strong> o dia 19 <strong>de</strong> maio, na se<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
da CUT Regional. Essa reunião não ocorreu. Estivemos<<strong>br</strong> />
lá <strong>para</strong> simplesmente <strong>no</strong>s <strong>de</strong><strong>para</strong>rmos com a se<strong>de</strong> fechada,<<strong>br</strong> />
sem a presença sequer <strong>de</strong> um único mem<strong>br</strong>o da coor<strong>de</strong>na-<<strong>br</strong> />
ção e sem que houvesse um bilhete ou recado que <strong>de</strong>sse<<strong>br</strong> />
qualquer esclarecimento.<<strong>br</strong> />
Poucas semanas <strong>de</strong>pois, nós encaminhamos, em mãos,<<strong>br</strong> />
aos mem<strong>br</strong>os da coor<strong>de</strong>nação uma carta na qual pedíamos<<strong>br</strong> />
uma explicação so<strong>br</strong>e o ocorrido, o qual consi<strong>de</strong>rávamos<<strong>br</strong> />
como sendo, <strong>no</strong> mínimo, <strong>de</strong>srespeitoso. Solicitávamos<<strong>br</strong> />
então que a resposta <strong>no</strong>s fosse dada num prazo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<<strong>br</strong> />
dias. Lamentavelmente, até o presente momento o coleti-<<strong>br</strong> />
vo dos militantes do setor Leste n do MOSMSP não re-<<strong>br</strong> />
cebeu qualquer satisfação.<<strong>br</strong> />
Para nós esses fatos são mais que preocupantes. Não<<strong>br</strong> />
temos recebido mais nenhuma comunicação por parte da<<strong>br</strong> />
Nesta edição estamos publicando uma carta aberta <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
autoria do Setor Leste II do Movimento <strong>de</strong> Oposição<<strong>br</strong> />
Sindical Metalúrgica <strong>de</strong> São Paulo (MOSMSP) on<strong>de</strong> é<<strong>br</strong> />
colocado o ponto <strong>de</strong> vista dos companheiros so<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />
situação do MOSMSP, bem como várias questões <strong>para</strong><<strong>br</strong> />
serem <strong>de</strong>bat<strong>ida</strong>s. listamos disponíveis <strong>para</strong> publicarmos<<strong>br</strong> />
outros pontos <strong>de</strong> vista so<strong>br</strong>e o mesmo assuntos nesta<<strong>br</strong> />
página, da mesma forma que já publicamos várias<<strong>br</strong> />
avaliações so<strong>br</strong>e as eleições <strong>para</strong> o sindicato da<<strong>br</strong> />
categoria metalúrgica realizadas neste a<strong>no</strong>. Também<<strong>br</strong> />
temos <strong>org</strong>anizado um dossiê <strong>de</strong>stas últimas eleições.<<strong>br</strong> />
coor<strong>de</strong>nação. Não vimos mais nenhum material próprio<<strong>br</strong> />
do MOSMSP dirigindo-se aos metalúrgicos <strong>de</strong> São Paulo.<<strong>br</strong> />
Tudo isso num momento político <strong>de</strong>licado por que pas-<<strong>br</strong> />
sa o país. Momento em que se faz sentir como nunca a<<strong>br</strong> />
sanha do capital nacional e estrangeiro. Contra os traba-<<strong>br</strong> />
lhadores. O gover<strong>no</strong> Collor tem imposto o pior arrocho<<strong>br</strong> />
salarial dos últimos tempos, tem sucateado parte do par-<<strong>br</strong> />
que industrial do país, mergulhou o país numa recessão,<<strong>br</strong> />
aprofunda o entreguismo, gera <strong>de</strong>missões em massa. Os<<strong>br</strong> />
trabalhadores, por seu lado, têm tentado dar uma resposta<<strong>br</strong> />
a esses ataques <strong>de</strong> suas lutas. Simultaneamente, na <strong>no</strong>ssa<<strong>br</strong> />
base sindical, a direção "<strong>de</strong> resultados" do <strong>no</strong>sso sindi-<<strong>br</strong> />
cato dividiu a <strong>no</strong>ssa categoria nas lutas reivindicativas,<<strong>br</strong> />
fá<strong>br</strong>ica por fá<strong>br</strong>ica, impedindo a luta unificada <strong>de</strong> toda a<<strong>br</strong> />
categoria. Enquanto isso constatamos a ausência do<<strong>br</strong> />
MOSMSP nessas lutas, dando respostas ao movimento,<<strong>br</strong> />
buscando forjar a un<strong>ida</strong><strong>de</strong> das lutas, construindo-se como<<strong>br</strong> />
referência concreta junto à categoria.<<strong>br</strong> />
O que está acontecendo?, perguntamos.<<strong>br</strong> />
Sabemos que as dificulda<strong>de</strong>s <strong>para</strong> se levar esse traba-<<strong>br</strong> />
lho são gran<strong>de</strong>s. Sabemos que, contando com mínimos<<strong>br</strong> />
recursos e militância pouco numerosa, combater o pele-<<strong>br</strong> />
guismo e seu a<strong>para</strong>to gigantesco é uma tarefa árdua. Mas<<strong>br</strong> />
sabemos também que a <strong>no</strong>ssa força resi<strong>de</strong> na <strong>no</strong>ssa políti-<<strong>br</strong> />
ca, na experiência <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 20 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> luta, da qual o<<strong>br</strong> />
MOSMSP passou a ser <strong>de</strong>positário político do pla<strong>no</strong> na-<<strong>br</strong> />
cional, uma vez que "MOSMSP" significa unia a<strong>de</strong>qua-<<strong>br</strong> />
ção <strong>de</strong> "MOSM" <strong>para</strong> a categoria dos metalúrgicos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
São Paulo. Mas o que tem acontecido <strong>no</strong>s últimos tempos<<strong>br</strong> />
choca-se com esse legado político, contradiz a política<<strong>br</strong> />
que o MOSMSP sustentou durante a<strong>no</strong>s.<<strong>br</strong> />
Não se trata aqui <strong>de</strong> simples apego à tradição, embora<<strong>br</strong> />
qualquer tradição revolucionária e classista <strong>de</strong>va ser sem-<<strong>br</strong> />
pre cultivada e mant<strong>ida</strong>. O próprio legado que o MOS-<<strong>br</strong> />
MSP herdou não é algo que possa ser discutido e modifi-<<strong>br</strong> />
cado. Pelo contrário, cremos que uma reavaliação crítica<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sse legado, <strong>para</strong> que possa ser rea<strong>de</strong>quado à <strong>no</strong>va<<strong>br</strong> />
conjuntura política e sindical, é uma tarefa imprescindí-<<strong>br</strong> />
vel. Mas por mais que as táticas mu<strong>de</strong>m, e elas têm que<<strong>br</strong> />
mudar sempre que a real<strong>ida</strong><strong>de</strong> exigir, os princípios e os<<strong>br</strong> />
fundamentos <strong>de</strong> uma política não mudam e não <strong>de</strong>vem<<strong>br</strong> />
mudar, a não ser que consi<strong>de</strong>re que estavam errados. ^<<strong>br</strong> />
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