PROJETO RADAM

Este grupo de formaçao de porte florestal,
atual mente observado so em areas restritas,
aparece, com outras fisionomias, em grandes
areas que foram alteradas pela semidevastaçao.
A Caatinga arbôrea densa, corn ârvores cujas
copas se tocam, nao permite visualizaçao perfeita
dos estratos inferiores, embora na época seca
esses estratos, assim como o solo, sejam perfeitamente
observâveis através dos gal hos desprovidos
de folhas (foto 4). Je na Caatinga arbôrea
aberta, com ârvores distribu fdas esparsamente,
pode-se ver o- estrato arbustivo em qualquer
época do ano (foto 5).
b) Caatinga arbustiva — É o grupo de formaçao
que se caracteriza, sobretudo, pela uniformidade
do estrato arbustivo. No entanto, no grupo
foram inclui'das, por serem fisionomicamente
comparéveis no ni'vel de abstraçao do nosso
trabalho, a chamada "Caatinga seca agrupada"
(EGLER, 1951) e a "Caatinga em tu f os"
(VELOSO et alii, 1970), formando um grupo
que denominamos "Caatinga arbustiva aberta".
A Caatinga arbustiva densa, comunidade subch'max,
é dominada por espécies espinhosas de
folhas deciduais, altura mais ou menos homogênea,
e, nao raras vezes, entremeadas de cactâceas
de grande porte, que sobressaem ao estrato
arbustivo (foto 6).
A Caatinga arbustiva aberta, comunidade serclfmax
1 , é um grupo fisionômico caracterizado
por agrupamentos heterogêneos e bastante esparsos,
de pequenas plantas espinhosas, com cactâceas
baixas e bromeliéceas terrfcolas, em torno
de um ou mais arbustos também espinhosos,
deciduais e mesofoliados (foto 7).
c) Parque Misto — É a formaçao subch'max do
grupo arbóreo, caracterizada por extensöes graminosas
de forma biológica terófita, inter-
1 Serclimax. etapa pouco avançada da sucessäo, que, por
motivos especiais, permanece indefinidamente sem transformaçâo.
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rompida, vez por outra, por palmeiras geralmente
de uma sô espécie e por outras faneróf itas
que compöem a fisionomia das areas onde
normalmente se verificam inundaçoes periôdicas.
As inundaçoes funcionam como fator limitante,
pelo menos para algumas espécies lenhosas, visto
que nos locais onde o alagamento permanece
mais tempo sô se dépara a carnaûba; enquanto
nos murundus', sô excepcionalmente alcançados
pelas âguas das cheïas aparecem érvores ao lado
da palmeira (fotos 8 e 9).
3.2.3. FORMAÇOESPIONEIRAS
Sao as primeiras fases do estâgio sucessôrio nas
Regiöes Ecológicas.
No presente caso, trata-se de dois tipos de areas:
uma de influência marinha e outra de influência
aluvial.
a) As âreas de influência marinha sao constitui'das
por uma vegetaçao litorânea de mangue,
cujas érvores têm pneumatóforos 2 e rai'zes
aéreas, e pela vegetaçao de restinga que cobre a
areia das praias e dunas (foto 10).
b) As âreas de influência aluvial sao caracterizadas
pelos conhecidos "Campos de Perizes", os
quais, situados na "Baixada Maranhense",
apresentam problemas de hidromorfismo (foto
11).
Estes campos graminosos, mantidos pelas cheias
periôdicas dos rios que divagam por numerosos
cursos d'égua temporârios, controlados pelas
altas mares que barram as âguas dos maiores rios
1 Murundu: termo popular para designar pequenas éreas,
ligeiramente mais elevadas, que se espalham pelas largas
depressôes alagadas periodicamente. Um murundu pode
originar-se num cupinzeiro ou ao redor de uma palmeira.
2 Pneumatóforo (do grego pneûma — ar e forós = que leva
(ou produz): raiz epigea, propria das plantas dos solos pantanosos
ou mangues, com um aerënquima muito desenvolvido.