PROJETO RADAM
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Setentrional Para—Maranhäo. Os rios correm<br />
sobre mesas cujos rebordos säo marcados por<br />
uma segunda geracäo de drenagem. A litologia<br />
é representada pela Formaçao Barreiras nas<br />
duas unidades citadas e isto acentua o contraste<br />
erosivo entre os dois tipos de relevo.<br />
Outro elemento de ni'tida separaçâo é a desfiguraçio<br />
dos "canons". Os rios Pindaré e<br />
Grajaû, corn direçao retih'nea SW-NE, tiveram<br />
seus vales superimpostos, segundo a direçao do<br />
Lineamento Sobral—Pedro II (Kegel, 1965)<br />
pela epirogênese pós-Barreira. No contato com<br />
a superffcie Sublitorânea de Bacabal, os<br />
"canons" de superimposiçao desaparecem<br />
abruptamente e aqueles rios passam a correr<br />
em meio a colinas.<br />
Cercada pela Superffcie de Bacabal, encontra-se<br />
embutida a Plam'cie Flûvio—marinha do "Golfäo<br />
Maranhense", caracterizada por terrenos<br />
inundâveis, cöm depósitos continentais<br />
récentes, lagos de barragem e outras, formas<br />
correlatas de 'afogamento. Rezende & Araûjo<br />
(1970) mostram que a sedimentaçao Terciâria<br />
atingiu praticamente toda a faixa litorânea e<br />
sublitorânea e sua penetraçao para o interior<br />
coincide com a Planfcie Flûvio-marinha do<br />
"Golfao Maranhense". Ab'Sâber (1969), em<br />
estudos de campo, mostra que houve duas<br />
ingressoes marinhas, datando a primeira como<br />
"quaternério antigo", ficando a segunda sem<br />
dataçao especi'fica. A data de quaternârio antigo<br />
pode corresponder ao mesmo evento referido<br />
por Rezende & Araûjo (1970).<br />
Esta primeira ingressäo marinha criou o chamado<br />
"Golfao Maranhense" (Ab'Sâber, 1969),<br />
uma grande reentrância que quebra nitidamente<br />
o alinhamento litorâneas de direçao aproximada<br />
NW-SE. Esta ingressäo pode ter sido<br />
criada por reativaçao ao arco Alto de Guamâ—<br />
Säo Vicente de Ferrer, de Schaller et alii<br />
(1971), durante a fase de movimentacäo Wealdeniana<br />
do Plioceno. Estruturalmente, o "Golfao"<br />
corresponde à Fossa da llha Nova, que<br />
11/21<br />
sépara as Bacias de Säo Luis e de Barreirinhas,<br />
segundo Rezende & Araûjo (1970).<br />
A segjnda movimentacäo eustâtica é mais<br />
recente, possivelmente correlata à trangressäo<br />
Flandriana, no infcio do Holoceno, conhecida<br />
em vârios trechos do litoral brasileiro. A esta<br />
transgressao esta relacionada a costa de "rias" e<br />
falésias do litoral ocidental e as dunas e cordoes<br />
arenosos do litoral oriental. As dunas<br />
fixas mapeadas na Superfi'cie Sublitorânea de<br />
Barreirinhas foram modeladas depois da primeira<br />
ingressäo marinha. Ao ni'vel do mapeamento<br />
realizado näo se pode définir se estas<br />
dunas resultam de transporte e modelagem de<br />
areias marinhas ou de depósitos de cobertura<br />
continental.<br />
O contraste entre os dois tipos de litoral sugere<br />
um relacionamento com as disposiçoes estruturais<br />
e movimentacäo alternadas das Bacias de<br />
Säo Lu i's e Barreirinhas, separadas pela Fossa<br />
da llha Nova.<br />
4.4. A Evoluçâo das formas litorâneas<br />
Na unidade mapeada como litoral de "rias" e<br />
"Lençois Maranhenses", hâ um conjunto de<br />
tipos de costa que merecem destaque por sua<br />
extensäo e originalidade. A parte a ocidente do<br />
"Golfäo Maranhense" caracteriza-se por ser<br />
uma costa de afundamento generalizado. Este<br />
litoral foi designado como de "rias", mas nem<br />
todas as reentrâncias e recortes correspondem a<br />
afogamento de vales fluviais. Na folha a<br />
1:250.000 de Salinópolis, a presença de falésias<br />
esculpidas na Formaçao Barreiras é demonstrativa<br />
de que o afogamento dos recortes atuais<br />
implicou na formaçao de platafbrmas de abrasäo,<br />
sobre o quai colonizou avegetaçâo de<br />
mangues.<br />
Deste modo, as "rias" säo rasas e se abrem<br />
largamente na linha de costa. Näo hâ interflûvios<br />
ni'tidos entre elas e isto é considerado