PROJETO RADAM

Kegel, Scorza e Coelho (31) (1958) dividiram o
mesmo conjunto de metassedimentos em duas
formacöes: Jaibaras e Bambuf, sendo a primeira
subdividida nos membros Aprazfvel e Trapiâ.
Neste trabal ho apresentamos o Grupo Jaibaras
no sentido deOliveira & Leonardos (52) (1943),
nao tendo a escala permitido qualquer subdivisao.
A grande unidade constitui-se de conglomerados
polimi'ticos, arenitos cinza e castanho, quartzitos,
siltitos e ardósias de cores vivas, vérmei ho,
preto e roxo, além de calcârios cmza-eseuro a
preto cortados por veios de calcita. As rochas
sao fraturadas e dobradas com mergulhos
variando de 20° a subvertical devïdo aos
pequenos dobramentos de escala de afloramento.
O conjunto é cortado por diques de
dacito e outras vulcânicas, sendo abundantes os
veios de quartzo.
O mapa que acompanha este relatório mostra
duas âreas distintas de afloramento do Grupo
Jaibaras. A primeira, mais, a norte, limita-se a
noroeste pela falha de Granja. Para sul, tem
forma triangular e abränge as cidades de Martinópolis
e Paracué—CE. A outra érea de afloramento
limita-se a noroeste pela falha de
Coreaû e a sudeste pela falha de Guaraciaba.
Bons afloramentos de conglomerado encontram-se
na localidade de Aprazfvel, na estrada
Teresina-Sobral. O calcério esta bem representado
na cidade de Frecheirinha e na vila de
Araticum. Um quilômetro a nortë do povoado
Mucambo, aflora o granito Mucambo, considerado
por Kegel, Scorza e Coelho, (1958) como
intrusivo. Circundando este corpo granitico, de
forma oval, sao conspi'cuos os conglomerados,
ardósias, arenitos e filitos, caracterfsticos do
Grupo Jaibaras.
O contato inferior desta unidade é discordante
com o Grupo Carafba, enquanto que é recoberta
em discordância angular pelos conglomerados da
Formaçâo Serra Grande. Grande parte do
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contato corn o Grupo Carafba é feito pelas
falhas de Granja, Coreaû e Guaraciaba.
Nao foram encontrados fósseis nas rochas do
Grupo Jaibaras sendo sua idade admitida como
Cambro-Ordoviciana pela posiçao estratigréfica.
Sabe-se corn segurança que os dobramentos
ocorreram em época Pré-Devoniana.
3.2.5. FORMAÇÂO SERRA GRANDE
O nome Serra Grande foi usado pela primeira
vez por Small (63) (1913), para designar o
espesso pacote de arenitos que forma a escarpa
da margem oriental da bacia do Piauf—
Maranhào. Inicialmente Small (1913) confundiu
as posiçoes estratigréficas das Formacöes Serra
Grande e Pimenteiras; entretanto, je em 1914, o
mesmo autor (64) colocou os. arenitos Serra
Grande abaixo dos Folhelhos Pimenteiras.
Campbell . (17-18) (1947-1949) novamente
inverteu a posiçao dessas duas unidades, cabendo
a Blankennagel (12) (1952) restabelecer as suas
posiçoes.estratigrâficas. Trabalhos subséquentes,
inclusive o presente, apenas confirmam Serra
Grande como unidade basai, seguida da Formaçao
Pimenteiras.
A sedimentaçâo desta unidade inicia-se com
arenitos brancos, grosseiros, conglomerâticos,
contendo leitos de até 20 métros de conglomerado
oligomi'tico grosseiro, com seixos de até
20 cm de diâmetro; os seixos sao de quartzo e
diminuem de tamanho da base para o topo;
seguem-se arenitos grosseiros com estratificaçao
cruzada diagonal. Em certas regioes aparecem
intercalaçoes de siltitos e folhelhos arroxeados,
principalmente no topo da formaçâo.
Os arenitos Serra Grande, constituem a escarpa
da borda leste da bacia Piauf—Maranhâo. Na area
em apreço, estäo contidas em uma faixa de
direçao noroeste-sudeste, aflora na folha
SA.24-Y-C Granja, onde estao localizadas as
cidades de Tiangué, Viçosa do Cearé, Ubajara e
Ibiapina—CE. A escarpa diminui de altura para
noroeste e prossegue até o Rio Parnafba.