PROJETO RADAM
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3. UNIDADES MORFO-ESTRUTURAIS E<br />
MORFOCLIMÂTICAS<br />
A anélise das feicöes particulares das formas de<br />
relevo mapeadas na folha SA.23 e parte da<br />
folha SA.24 permitiu uma divisäo do relevo em<br />
nove unidades, cinco das quais jâ definidas em<br />
mapeamento anterior referente à folha SB.23 e<br />
parte da folha SB.24, (Barbosa, Boaventura e<br />
Pinto 1973 v.2). Quatro outras säo especfficas<br />
desta ârea. As caracterfsticas gérais destas unidades<br />
säo descritas a seguir:<br />
3.1. Planalto da Bacia Sedimentär Piauf— Maranhäo<br />
Esta unidade, que ocupa grande extensäo dentro<br />
da Bacia Sedimentär Piaui'—Maranhäo,<br />
termina pela inflexâo para NNW da parte setentrional<br />
do grande alinhamento da "cuesta" da<br />
Ibiapaba. Forma um estreito bloco assimétrico<br />
com caimento em direçao à calha do rio Parnai'ba.<br />
O rebordo da "cuesta" modifica-se de<br />
uma f rente ni'tida intercalada com rebordos<br />
adaptados a linha de falha, passando a uma<br />
frente dissimulada na medida em que perde<br />
altura e desaparece em direçao ao delta do<br />
Parnai'ba. O seu reverso mostra alguns ressaltos<br />
estruturais predominando, entretanto, uma ampla<br />
depressao ortoclinal e vales pedimentados<br />
em "percées" (boqueiröes) de desdobramentos<br />
internos. Proximo aos vales dos rios Longâ e<br />
Parnai'ba dominam as influências erosivas sobre<br />
reverso da "cuesta". A morfogênese atual é<br />
mecânica, com cobertura de caatinga.<br />
3.2. Depressao Periférica de Crateûs<br />
Depressao simi-ârida de topografia levemente<br />
ondulada que circunda a extremidade setentrional<br />
da "cuesta" da Ibiapaba, estendendo-se em<br />
direçao ao litoral. As éreas de afloramentos<br />
M/14<br />
pré-devonianos apresentam fortes influências estruturais,<br />
principalmente falhamentos de direçao<br />
SW-NE. Sao vârios trechos exumados, no<br />
topo dos quais aparecem, raras vezes, restos de<br />
cobertura sedimentär da Bacia Piauf-<br />
—Maranhäo. Alguns relevos residuais apresentam<br />
rebordos adaptados a linha de falhas.<br />
Outros sugerem falhas exumadas.<br />
A faixa sublitorânea da Depressao corresponde<br />
a uma superffcie regular modelada na Formaçâo<br />
Barreiras, de largura variével, pequena altitude<br />
e suave déclive em direçao ao oceano.<br />
Encontra-se entalhada apenas pelos rios que<br />
desembocam diretamente no mar. Esta faixa<br />
faz a transiçâo entre as formaçoes litorâneas e<br />
o interior semi-àrido, terminahdo no delta do<br />
Parnai'ba que esté embutido em urn largo leito<br />
de superimposicäo.<br />
A Formaçio Barreiras assenta-se diretamente<br />
sobre o pré-devoniano aplainado que aflora em<br />
alguns trechos, como proximo à cidade de<br />
Parnai'ba ou sob estruturas da Bacia Barreirinhas<br />
recobertas. Esta Depressao de Crateûs<br />
constitui uma superffcie costeira soerguida, sobre<br />
quai ocorreu uma superimposicäo da rede<br />
hidrogrâfica através de cursos d'égua conséquentes,<br />
normais à linha de costa. Os sedimentos<br />
da Formacäo Barreiras têm aqui uma espessura<br />
muito menor que no Planalto Setentrional<br />
Paré—Maranhäo. Ela se mistura com sedimentos<br />
marinhos delgados. Os pequenos estuàrios apresentam<br />
interpenetracäo de äguas fluviais e marinhas.<br />
A mare, alcançando alturas considerâveis,<br />
cria areas inundäveis que seguem os cursos dos<br />
rios. O arco de depressöes periféricas semi-âridas,<br />
revestidas de caatinga, que circunda a<br />
Bacia Piauf—Maranhäo termina, deste modo,<br />
sob depósitos litorâneos que recobrem o piso<br />
da Depressao de Crateûs.