PROJETO RADAM
PROJETO RADAM
PROJETO RADAM
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
1. INTRODUÇAO<br />
Este relatório trata do mapeamento geomorfológico,<br />
na escala de 1:1.000.000, da folha<br />
SA.23 Sao Luis e parte da folha SA.24 Fortaleza.<br />
O conjunto abränge 15 folhas, na escala<br />
de 1250.000, o que perfaz um total de<br />
192.290 km 2 . A designaçào das folhas e sua<br />
nomenclatura constam da figura 1. A figura 2<br />
mostra a posiçâo geogréfica da area mapeada<br />
corn os limites politicos, principals rios e cidades.<br />
A ârea mapeada corresponde à parte setentrional<br />
da Bacia Sedimentär Piaui—Maranhao e as<br />
Bacias de Sao Lu i's e Barreirinhas, apresentando-se<br />
quase totalmente coberta por sedimentos<br />
cretâcicos e mais récentes. Forma um conjunto<br />
de relevos predominantemente baixos, résultantes<br />
de morfogênese semi-ârida nas partes meridionais<br />
e que recebe influências litorâneas nas<br />
areas mais setentriohais. As interferências tectônicas<br />
sâo localizadas e as Jitológicas sao minimizadas<br />
pela homogeneidade que apresentam ante<br />
os processos erosivos.<br />
As formas de relevo mostram que as transiçoes<br />
de grandes domfnios morfocliméticos, caracterfsticas<br />
da regiao ocupada pelo conjunto da<br />
Bacia Sedimentär Piau i—Maranhao, sao plenamente<br />
confirmadas. Esta transiçâo começa pela<br />
morfogênese semi-ârida das caatingas, passa por<br />
combinacöes complexas de associacöes végétais<br />
e atinge dommios marcadamente amazônicos.<br />
Caracterfsticas da evoluçào do litoral e das<br />
direcöes de ventos criaram interferências especiais<br />
na parte norte da area mapeada, onde a<br />
vegetaçâo litorânea pénétra, de modo ni'tido,<br />
em direçâo ao interior.<br />
Este relatório praticamente encerra o mapeamento<br />
da grande unidade estrutural paleomesozóica<br />
da Bacia Piau i—Maranhao, restando<br />
apenas suas partes ocidentais. Conjugado aos<br />
mapeamentos précédentes (folha SC.24 Aracaju,<br />
folha SB.24 Jaguaribe, partes; folha SC.23<br />
Rio Sao Francisco e folha SB.23 Teresina) ele<br />
II/7<br />
possibilitou uma divisao do relevo em um<br />
numero muito maior de unidades bem individualizadas<br />
do que os estudos anteriores sugeriam.<br />
O conjunto do mapeamento permitiu a<br />
divisao do relevo regional em nove unidades.<br />
Très delas resultam dos processos de circundesnudaçâo<br />
periférica que atacaram as partes sul,<br />
sudeste e leste no contacto entre as estruturas<br />
sedimentäres da Bacia Piau î—Maranhao, expondo,<br />
parcialmente, o paleoplano pré-Devoniano<br />
de seu embasamento. Estes processos de circundesnudaçâo<br />
sao pos-cretâcicos e se desenvolveram<br />
a partir da reativacäo Wealdeniana, em<br />
varias fases, principalmente no Terciârio. O<br />
cinturäo de depressöes que circunda a Bacia<br />
é bem ni'tido do ponto de vista topogrâfico e<br />
geomorfológico. Geologicamente, este importante<br />
evento da elaboraçâo do relevo isolou o<br />
capeamento cretâcico extensivo que recobriu<br />
grande parte da Bacia, do Nordeste e do Centro-Oeste,<br />
segundo Beu rien & Mabesoone<br />
(1969). As superficies de aplainamento que<br />
aparecem nas depressöes periféricas sao prolongamentos<br />
dos nfveis jâ identificados no nordeste<br />
do Brasil. Linhas de "cuestas" geralmente<br />
desdobradas, ora continuas e ni'tidas, ora dissimuladas,<br />
marcam os limites erosivos atuais<br />
entre os sedimentos paleomesozóicos e o embasamento<br />
pré-Devoniano.<br />
No interior da Bacia Piau f—Maranhao, as estruturas<br />
sao mais conservadas em sua parte sul,<br />
formando planaltos soerguidos pelo tectonismo<br />
jura-cretécico. Dai' em direçâo ao mar, a topografia<br />
decai, tanto pela conformaçâo estrutural<br />
como pelos processos erosivos que penetram<br />
pelo litoral ou que foram gerados por processos<br />
semi-âridos, independentemente das interferências<br />
marinhas, porém em dependência direta<br />
das oscilacöes paleoclimâticas. A topografia<br />
decai, também, de leste para oeste com o<br />
mâximo de rebaixamento do relevo representado<br />
pelos movimentos ocorridos no litoral do