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Lino defende que Fundação não foi imposta<br />
Mário Lino, ex-ministro das Obras Públicas, afirmou ontem, no Parlamento,<br />
que a criação da Fundação para as Comunicações Móveis não nasceu de<br />
uma imposição do Governo mas antes de um acordo mútuo com as<br />
operadoras de telecomunicações. “Nem os operadores impuseram a<br />
Fundação ao Governo, nem o Governo impôs a Fundação aos operadores.<br />
Não há nenhuma imposição, há um acordo”, salientou o ex-ministro,<br />
que supervisionou o programa e.escola e a iniciativa Magalhães.<br />
ALEGRE <strong>DE</strong>POIS DA SUA CANDIDATURA SER FORMALIZADA<br />
AGENDA DO DIA<br />
● PSD elege novo líder parlamentar.<br />
● Debate sobre a prevenção do<br />
branqueamento de capitais no CCB.<br />
● Conferência Episcopal Portuguesa<br />
termina reunião em Fátima com<br />
uma declaração à imprensa.<br />
● Presidente da República inicia<br />
viagem de dois dias a Praga.<br />
Paulo Figueiredo<br />
clarificar lei eleitoral na Constituição<br />
nal”, ao contrário do que tem<br />
sido defendido pelos socialistas,<br />
que acreditam que a lei pode ser<br />
alterada sem que seja necessário<br />
rever a Constituição. Relvas deixa<br />
o aviso: “Era muito importante<br />
que nenhum partido bloqueasse<br />
essa mudança necessária<br />
ao país”.<br />
Uma das propostas que o PSD<br />
vai colocar em cima da mesa é a<br />
transposição do modelo de eleição<br />
do Parlamento para o poder<br />
local. Na prática, Pedro Passos<br />
Coelho defende um só boletim de<br />
voto e um executivo autárquico<br />
formado pelo partido mais votado,<br />
que emane da distribuição<br />
dosdiferentespartidosnaassembleia<br />
municipal. “Poderá haver<br />
partilha no executivo municipal<br />
quando se revele necessário<br />
para a formação de maiorias es-<br />
Passos Coelho<br />
quer um só boletim<br />
de voto nas eleições<br />
autárquicas e um<br />
executivo formado<br />
pelo partido mais<br />
votado. Uma<br />
proposta semelhante<br />
à que o PS defende.<br />
táveis”, explica Miguel Relvas.<br />
Nesta matéria, PSD e PS parecem<br />
estar em sintonia, com uma<br />
ligeira nuance: os socialistas<br />
querem que o executivo formado<br />
seja sempre maioritário. Já a<br />
proposta de Passos não vai tão<br />
longe, mas deixa este ponto subentendido,<br />
ao conceder ao partido<br />
mais votado o direito de indicar<br />
todos os vereadores, independentemente<br />
de cedências<br />
que possa fazer às outras forças<br />
partidárias em caso de maioria<br />
relativa.<br />
O voto nominal para o Parlamento<br />
é outra proposta que os<br />
social-democratas vão avançar.<br />
O objectivo é permitir que o eleitor<br />
vote no seu candidato preferido,<br />
“para além da escolha do<br />
partido da sua preferência”. Porém,<br />
antes de avançar com esta<br />
O PS desmentiu ontem<br />
a notícia avançada pela<br />
agência Lusa que dava<br />
como certo o apoio dos<br />
socialistas à candidatura<br />
presidencial de Manuel<br />
Alegre e garantiu que não<br />
ter “qualquer reunião<br />
perspectivada, nem tem<br />
a intenção de a marcar,<br />
sobre o tema das eleições<br />
presidenciais. Francisco<br />
Assis já tinha dado<br />
esta garantia no final<br />
da reunião do grupo<br />
parlamentar, mas deixou<br />
alguns indícios de um<br />
eventual apoio a Manuel<br />
Alegre. O líder<br />
parlamentar sublinhou<br />
que as palavras de Manuel<br />
Alegre, dizendo que<br />
a sua “casa política<br />
é o PS” foram “muito<br />
sensatas” e provam que<br />
“os portugueses devem<br />
confiar em quem afirma<br />
as suas convicções,<br />
independentemente de<br />
depois um candidato a<br />
Presidente da República<br />
ter de alargar a sua base<br />
social e política<br />
de apoio”.<br />
proposta o partido deverá lançar<br />
um debate interno que contribua<br />
para a apresentação do projecto<br />
de alteração da lei eleitoral.<br />
Estaéaprimeirabandeirada<br />
liderança de Pedro Passos Coelho<br />
que conta com este processo de<br />
revisão para obrigar os presidentes<br />
nomeados para as entidades<br />
reguladoras a passar pela aprovação<br />
do Parlamento e instituir a<br />
liberdade de escolha na saúde e<br />
na educação.<br />
O PS não mostrou qualquer<br />
abertura para discutir o tema,<br />
mas será obrigado a responder as<br />
propostas do PSD em 30 dias (ver<br />
texto ao lado). Resta saber se o<br />
partido vai conseguir o “clima de<br />
compromisso e de cedência mútua”<br />
que Miguel Relvas diz ser<br />
necessário para que as propostas<br />
social-democratas avancem. ■<br />
Quinta-feira 15 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 13<br />
COLUNA VERTEBRAL<br />
Revisão<br />
JOÃO PAULO GUERRA<br />
Otítulodejornal“partidoX<br />
ou dirigente Y quer rever a<br />
Constituição” deixa sempre<br />
uma sensação de ‘déjà vu’ e<br />
dúvidas quanto à data do jornal.<br />
Isto porque não deve haver<br />
nenhum dirigente político<br />
dos partidos que têm ocupado<br />
o poder que não tenha<br />
querido, e em certos casos<br />
conseguido, rever a Constituição.EéassimqueaConstituição<br />
da República Portuguesa<br />
fez há dias 34 anos –<br />
efeméride que aliás passou<br />
praticamente despercebida –<br />
e já foi sete vezes à revisão.<br />
Ou seja, temos Constituição<br />
revistaàmédiadaduraçãode<br />
uma legislatura, pouco, mais<br />
ou menos. A Constituição, lei<br />
das leis, quadro do funcionamento<br />
da política e do exercício<br />
dos direitos, é revista<br />
por dá cá aquela palha. E depois<br />
a classe política queixase<br />
da instabilidade. E agora<br />
que chegou um novo líder<br />
partidário à ribalta política,<br />
antes de mais apresentações<br />
deixou já expresso que quer<br />
rever a Constituição ainda<br />
este ano.<br />
A revisão da Constituição<br />
parece ser a mezinha para<br />
agitar e usar quando não se<br />
sabe bem o que fazer, ou se<br />
quer entreter o tempo. E para<br />
além disso, o facto de se querer<br />
a Constituição revista antecipa<br />
o argumento de que<br />
não se fez nada de jeito porque<br />
a Constituição tal como<br />
está não deixou. Na política<br />
portuguesa, mais que reclamar<br />
a revisão da Constituição,<br />
só mesmo impor mais e<br />
novos sacrifícios aos cidadãos.<br />
Depois, para rever a Constituição,<br />
ou simplesmente rever<br />
a revisão, não basta querer.<br />
É preciso que outro ou<br />
outros queiram. E a revisão<br />
torna-se assim objecto de<br />
negociação ou de confronto.<br />
Se dá, dá, se não dá acusamse<br />
segundos e terceiros de<br />
promoverem o impasse. É cedo<br />
para antever uma oitava<br />
revisão. Mas fica o registo<br />
queoPSjáfezvotosdeque<br />
possa ter no PSD um interlocutor<br />
válido. Isto é, teme-se<br />
o pior. ■<br />
joaopaulo.guerra@economico.pt