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32 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 15 Abril 2010<br />
FINANÇAS<br />
Portugal perdeu<br />
59 bancos em dez anos<br />
Número de entidades de crédito a operar no país é actualmente<br />
o mais baixo desde a criação da zona euro, em Janeiro de 1999.<br />
Rui Barroso<br />
e Sandra Almeida Simões<br />
rui.barroso@economico.pt<br />
Há cada vez menos instituições<br />
financeiras em Portugal. Nos últimos<br />
dez anos, o número de<br />
entidades de crédito decaiu dos<br />
224 para os 165, de acordo com<br />
dados do Banco Central Europeu.Éonúmeromaisbaixo<br />
desde que o país entrou no clube<br />
do euro.<br />
E só desde a falência do<br />
Lehman Brothers, em Setembro<br />
de 2008, há menos 11 entidades<br />
de crédito no país. “A redução,<br />
para o período indicado, é de<br />
185 para 174 instituições de<br />
crédito, o que resulta essencialmente<br />
da redução de dez<br />
Caixas de Crédito Agrícola<br />
Mútuo por operações de fusão”,<br />
explicou fonte do Banco<br />
de Portugal ao Diário <strong>Económico</strong>.<br />
O grupo realizou um<br />
processo de fusões internas<br />
para reforçar a dimensão das<br />
várias Caixas Agrícolas. Estes<br />
processos de restruturações<br />
dentro do próprio grupo tornaram-se<br />
uma tendência durante<br />
a crise, com bancos<br />
comooBCP,oBESeoBanifa<br />
realizarem operações intragrupo<br />
semelhantes para melhorarem<br />
a eficiência.<br />
Masnãoforamapenasas<br />
reorganizações internas a ditarem<br />
o fim de muitas entidades<br />
de crédito. Os movimentos de<br />
concentração no sector também<br />
pesaram para estes números.<br />
O Central Banco de Inves-<br />
MENOS ENTIDA<strong>DE</strong>S FINANCEIRAS EM PORTUGAL<br />
Vítor Constâncio<br />
classifica como<br />
desejável uma<br />
maior concentração<br />
na banca nacional.<br />
Ogovernadordo<br />
Banco de Portugal<br />
antevê menos<br />
bancos no póscrise.<br />
Opresidentedo<br />
BES afirma que o<br />
sector bancário<br />
está altamente<br />
concentrado,<br />
referindo que o<br />
nível de<br />
concentração em<br />
Portugal é mais<br />
altoquenaEuropa.<br />
Evolução das insituições de crédito no país desde Março de 2000.<br />
250<br />
220<br />
190<br />
160<br />
130<br />
224<br />
100<br />
Mar-00 Mar-02 Mar-04 Mar-06 Mar-08 Mar-10<br />
Mar-01 Mar-03 Mar-05 Mar-07 Mar-09<br />
Fonte: BCE<br />
214 210<br />
201 201<br />
194<br />
181<br />
177<br />
175<br />
170<br />
165<br />
timento, por exemplo, foi absorvido<br />
em 2003 e o Banco<br />
Português do Atlântico foi incorporado<br />
no BCP em 2000.<br />
Mais recentemente, o Banif adquiriu<br />
a Tecnicrédito, dona do<br />
Banco Mais.<br />
Por outro lado, há ainda a<br />
saída de instituições estrangeiras,<br />
que tinham uma presença<br />
quase residual no nosso país.<br />
A diminuição de instituições<br />
de crédito também foi notória<br />
na zona euro, que perdeu mais<br />
de 1.400 entidades nos últimos<br />
dez anos. No final de Março, o<br />
número de entidades era de<br />
6.442. A destoar desta tendência<br />
está a Irlanda, que, devido a<br />
uma reclassificação do conceito<br />
de instituição financeira, viu o<br />
número de entidades crescer<br />
seis vezes: “O aumento de 81<br />
para 501 entidades está relacionado<br />
com a classificação das<br />
Credit Unions [cooperativas de<br />
crédito] como instituições de<br />
crédito em Janeiro de 2009”,<br />
esclareceu o supervisor bancário<br />
irlandês.<br />
BdP defende aumento<br />
da concentração<br />
O governador do BdP tem classificado<br />
como “desejável” que<br />
ocorra um movimento de consolidação<br />
na banca portuguesa.<br />
Mas a posição não é partilhada<br />
por alguns banqueiros. O presidente<br />
de BES, por exemplo,<br />
referiu este mês em entrevista<br />
ao Diário de Notícias que “em<br />
Portugal, o sector bancário está<br />
altamente concentrado, as cinco<br />
maiores instituições bancárias<br />
representam mais de 80%<br />
dos activos bancários. É um nível<br />
de concentração que é raro<br />
ver na Europa”.<br />
A nível global, a tendência<br />
é que o número de instituições<br />
financeiras diminua no póscrise,<br />
cenário antecipado por<br />
responsáveis como Vítor<br />
Constâncio. A crise criou a<br />
necessidade de instituições<br />
com maior músculo e os passos<br />
de forte concentração já<br />
estão a ser seguidos por países<br />
como Espanha. No país vizinho<br />
está em curso um processo<br />
de fusões de caixas de aforro,<br />
que ficaram com problemas<br />
de solvabilidade devido à<br />
crise imobiliária que fez disparar<br />
o malparado. ■<br />
ENTIDA<strong>DE</strong>S FINANCEIRAS<br />
● Portugal perdeu 59<br />
instituições financeiras nos<br />
últimos dez anos. Desde a<br />
falência do Lehman Brothers<br />
desapareceram 11 entidades.<br />
● Entre Setembro de 2008 e<br />
Março de 2009 Portugal foi o<br />
terceiro país da zona euro que,<br />
em termos percentuais, perdeu<br />
mais entidades, atrás da Holanda<br />
e do Chipre.<br />
● No conjunto da Zona Euro, o<br />
número de instituições<br />
financeiras caiu 18% nos últimos<br />
dez anos. Desapareceram 1.426<br />
entidades.<br />
CAIXAS AGRÍCOLAS VIVEM ONDA